quarta-feira, 6 de julho de 2011

Páginas em branco.

O vento cantava em seu ouvido, de forma doce. As folhas das arvores balançavam, delicadamente, em um calmo toque. Ela sorria, tristemente, sentindo o ar frio – porém, não menos gostoso – tocar sua pele, arrepiando de leve os pêlos de seu corpo.
Ela suspirou, tristemente.
Ele fazia tanta falta; e parecia que a cada segundo sem senti-lo perto lhe parecia uma eternidade. Ela precisava de seus abraços, de seus beijos. Ela precisava, urgentemente, senti-lo dentro de si, a amando. Amando-a da forma selvagem e delicada que apenas ele sabia fazê-lo. No entanto, a distância, a profissão, a coragem dele, não lhes permitiam.
Ele estava longe; estava lutando por seu país, lutando pelas pessoas e suas vidas; e ela sabia que, dês do momento em que lhe dissera “sim” frente ao padre, no altar, ela concordara em dividir a gentileza, o amor e a coragem dele com todo o mundo. E mesmo que isso a causasse dor, ela sabia que sempre quando ele voltava, outra vez, para seus braços, tudo valia apena.
Ela ficou algum tempo frente a janela. Viu quando as nuvens começavam a escurecer, e depois, quando os primeiros pingos de chuva tocavam o vidro claro. Por fim, em um suspiro, ela se sentou no sofá, sentindo algumas lágrimas escorrerem por sua face. Saudades, malditas saudades que estavam a matando!
Alguns minutos – ou horas, ela não soube ao certo. – se passaram, e em meio ao silêncio da pequena casa, um som lá fora se fez estridente. Ela se sobressaltou, sentindo o coração já batendo mais acelerado. Correu até a janela e sorriu abertamente assim que o viu sair da camionete com a mochila nas costas.
Ela, com pressa, correu até a porta e abriu rapidamente, logo sentindo vento lhe acariciar a face. Quando ela saíra de dentro da casa, os pingos já caiam sobre ela, como agulhas afiadas. A chuva fria contrastava perfeitamente com o corpo quente dela, que estava rígido devido ao frio. Mas assim que o impacto do copo dele no dela acontecera, o frio parecia não existir. O calor do corpo dele lhe parecia um cobertor, aquecendo-a de forma terna, apesar de ainda sentir os pingos caindo por ambos os corpos.
Ficaram daquela forma durante longos minutos, até que ele, delicado, levou os dedos até o queixo dela, levantando a mirada dela, de forma que o contato de olhares se tornasse ainda mais intenso. Segundos depois, os lábios dele estavam sobre os dela; primeiro delicados selinhos, como se quisesse sentir o gosto doce dos lábios dela. Depois, o beijo tornou-se intenso e rápido; Ele sorria entre o beijo, e em um impulso, pegou-a no colo, subindo os poucos degraus que havia até a porta e adentrando a casa. Sentiu o ar familiar e sorriu ainda mais, quando a viu recostar a cabeça em seu peito. Ele beijou-a a testa e ela sorriu, sentindo-se plena. Estava outra vez nos braços dele!  
Ele a colocou no sofá, de forma terna, aconchegando–a ali, para que, logo em seguida, seu corpo tampasse o dela, e novamente, os beijos se tornassem rápidos e desejosos.
Ele não trocaram nenhuma palavra – e para ser sincera, as mesmas, não lhes fizeram falta. -, apenas se amaram. Amaram-se como se o amanhã não existisse. E, para eles, cada momento que tinham um ao lado do outro, era sagrado. Não perderiam um segundo, por que, para eles, mais do que para ninguém, o amanhã era uma folha em branco!

@geysedmes

3 comentários:

  1. Ana,amiga vc escreve muito bem.OMG!!!parabens,e seu blog ta lindo.

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  2. obrigadaaa minha flor! Mas vc viu que agora eu tenho uma parceira?? Esse foi ela que fez, no final de cada post a gente coloca o nosso nome pra difenreciar os meus dos dela, mas obrigada mesmo assim (;

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  3. Ual!! That's great!! Congratulations!! = )
    Beijos!!!
    -->Thamires

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