quarta-feira, 29 de junho de 2011

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   "Talvez eu não saiba dominar o sentimento no qual invade meu coração nesse momento, porém, tal sentimento se vê tão grande, em tamanha intensidade, que é impossível simplesmente ignorá-lo.
   É um sentimento melancólico, terei de admitir, mas, não deixa de existir, mesmo que apenas um resquício de um sentimento muito bom, algo semehante a dever cumprido. Como se, apesar dos pesares, eu sentisse que tudo valeu a pena.
   Despedidas nunca fora algo tão fácil, e sei que não o é, também para você, porém creio não ser necessária. Não é porque no fim das contas você não está indo embora, apenas "tomando teu caminho' longe de mim.
   A caminhada não será fácil, as saudades vão apertar e as lágrimas talvez irão cair, porém, de mim, o único que te é necessário saber é que 'não importa o tempo no qual as coisas acontecem, e sim a intensidade na qual acontecem'.
   Tudo o que passamos foi inesquecível, e mesmo que os ventos decidam nos soprar em direções distintas, saiba que dentro de mim, a poeira de seu rastro será a prova de que um dia você você fez parte de minha vida. Fez parte de mim.
                                                                        Eu te amo! ''
Texto: Geyse Lorraine



Biscate, eu queria te dizer que você faz parte de mim, você sabe disso. Você fez, faz e sempre fará onde quer que eu esteja. Meu coração sempre vai ter uma amiga, uma irmã aqui pra cuidar, sempre que eu precisar, e eu vou estar em todos os lugares te amando e sentindo sua falta a toda hora!
Minha biscate, minha irmã, meu anjo! Só você sabe o que você significa pra mim, mas não sabe um terço do quanto.


Eu te amo!

Saudade? Que saudade?

   Os lábios dele tocaram os meus ternamente e me fizeram acreditar que aquele momento seria para sempre. Porém eu não sabia que não era verdade.
   Eu queria que fosse real, porém meu despertador não me deixou continuar com o momento perfeito de êxtase. acordei e quebrei o inútil relógio.
   Fui ao banheiro e deparei-me com meus olhos inchados, os cabelos presos em uma trança leve e um enorme desconforto no peito e na consciência. Me disseram que era a saudade do que não quedou-se com a decepçao do não concretizado.
   Busquei em todos os lugares aquilo que me deixava saudade, a tal saudade estranha. Até que novamente deparei-me com você. Dessa vez era real. E não, eu não sentia absolutamente nada.
   Contudo encontrei aquilo que me fazia ter decepção. Era justamente você, e eu me recusava a acreditar. Esse sentimento tomou-me por inteiro, de uma forma absurda.
   Agora, a decepção era tão grande que eu não conseguia me concentrar. Já era tarde eu não conseguia dormir. O ar estava frio e seco, tão frio e tão seco assim como eu estava por dentro naquele estranho e bendito momento.
   Nem me importava mais a saudade. A sensação ruim empregnou-se em mim, e passei a acostumar-me com ela de tal forma inexplicável. De repente...
   Lá pelas quatro e pouco da manhã consegui cochilar e no sonho eu descobri de que eu sentia saudade. Só que o nnovo despertador tratou logo de fazer o seu papel matinal diário, e eu me esqueci da saudade. Fiquei só com a decepção de você.

Nenhuma por amor

   Dói. Dói sim. Dói muito. Esvarir-me de ti não é, nem de longe, simples. Não mesmo. Com uma pesarosa visão, enxergo que não há mais condições, é impossível seque uma mísera conversa, porque será fatal e não quero ir embora deste mundo tão cedo. Me desculpe.
   Suas atitudes magoaram-me e machucaram-me imensamente mais que suas tolas e mentirosas palavras. Meu (bobo) coração agora sofre com a melancolia. Agora tudo se desmoronou e tudo está muito claro sobre quem és. Quisera eu não ter conhecido esse teu horrendo lado.
   Na verdade, não sei porque te pedi desculpas. Não tenho a mínima culpa por quem és. Tornou-se dessa forma porque quiseste, contudo não aceito que me atinjas, que me lastimes, que me firas assim.
   Vai-te. Não ouse voltar, para o teu bem. O meu corpo cansado, minha mente estúpidamente vaga, meu sorriso apagado não te querem mais. Suma de minha vida, sim, agora, para sempre. Não percas esa maravilhosa chance.
   Inacreditável que tenhamos chegado a esse ponto ridículo. E por sua maldita culpa. Idiota. A história era linda, mesmo com largos entraves, rumava para um possível final feliz. Talvez, por minha segurança própria, vieste a mostrar-me seu lado ogro. Bem feito.
   Agora curta tu tua infeliz solidão eterna, porque poderás obter uma mulher diferente a cada dia de tua vida, todavia nenhuma delas será tua por amor.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Bom, gente, dando uma curtíssima pausa nos posts dos meu textos, gostaria de fazer uma homenagem pra minha best kitty Nathália Muce.
   Um anjo, lindo por sinal, que apareceu na minha vida pra me completar, me amar, brigar comigo né. Mas apesar de tudo, eu te amo amiga, muito, "I love you more than yesterday, more than tomorrow. I just love you my kitty"


<3

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Histórias

   Em passos de arte, comandados pelos olhares vidrados de quem os vê, constroem uma espécie de vida, uma vida linda, totalmente dançada.
   Uma combinação árdua da leveza e a expressão alegre em meio a inúmeras dores carregadas de fé e experiência de vários anos em uma sala com barras e espelhos, sofrendo e gostando de tudo aqui que era passado, ensinado, sentido.
   De repente, as cortinas dão brechas aos olhos inexperientes, elas apagam dores de hematomas e bolhas, e fazem com que os delicados e destruídos pés não desejem parar com aquilo que mais amam fazer, nunca parar com o lado prazeroso da vida.
   Por certa de um curto tempo de duas ou três horas, o mundo lá fora para e deixa de existir. Ele se concentra tão somente nos detalhes da dança que passa a ser perigoso sair desse "clubinho"
   Depois tudo se acaba, e novamente as cortinas insistem em se mexer. Porém agora elas se fecham e deixam ali com elas toda a glória e honra, conquistas almejadas dos bailarinos.
   São pelo menos oito anos ansiando essa honra, essa glória todos os anos nos palcos aos finais dos dias letivos da academia. Então, pegamos nossas sapatilhas e aprendemos a voar mais alto, com elas nos pés ou não, carregando no coração as palavras dançadas que não conseguimos dizer. 

domingo, 26 de junho de 2011

Oh! Robô

   Por mais que eu tentasse, eu não conseguia por minha cabeça no travesseiro naquela noite. Aliás, gostosa noite fazia, fria, bem iluminada pela lua cheia e as incontáveis estrelas. E apesar das perfeitas condições para um belo sono, este não fazia seu papel de me encontrar.
   Levantei-me da cama, esquentei um copo americano de leite, adicionei o café e subi para o telhado. Pus-me a observar o céu tão negro à duas e cinquenta e quatro da madrugada.
   Engraçado, as estrelas a esquerda da lua formavam uma gravura, um coração, na verdade. Mirei a imagem fixamente. Tantas lembranças vieram à tona e minhas lágrimas queriam deixar-se rolar, contudo não o fizeram.
   Sinceramente, eu adoraria possuir sentimentos. Um carinho pela mãe, um afeto pelo pai, uma doçura do irmão, um amor de amigo, um amor de namorado, uma alegria de vestibular, uma tristeza da perda, a ansiedade das possibilidades...
   Queria, muito, mas nem tudo o que se quer, se pode ter. O meu "frágril" coração estava sobrecarregado com tantos afazeres, que não me sobrava tempo e energia para o resto.
   O "resto" era bonito. As águas do mar, a imensidão do céu que se confundia com o azul oceânico, as palmeiras que balançavam belamente com o vento projetado na medida certa, as várias pessoas que se preparavam para mais um crepúsculo marítimo.
   De repente, alguém entra no mar para dar um mergulho refrescante. A água parecia fundir-se com o corpo do garoto magrelo e branco. As espumas cobriam seus pés a fim de trazê-lo para dentro de si. Era tão... Lindo!
   Como eu ansiava por aquela situação. Ao observá-la da calçada, parecia tão simples. Atrevi-me a caminhar rumo ao imenso à minha frente. A primeira vez que seus dedos tocam a areia, você jamais esquece, não importa a idade.
   Continuei, pé ante pé até deparar-me com o frescor da água salgada. aquela brisa de sal veio até mim, cerrei os olhos, abri os braços, sorri um sorriso imenso. senti um gelado encostar em meus dedinhos inferiores. "Olá!", procurei pensar apesar de todo o perigo daquela água gostosa entrar em contato comigo.
   Perigo! Tudo dentro de mim gritava alarmando-me do conflito que estaria por vir. Não de atenção, nem ouvidos, continuei adentrando ali.  Cada vez mais fundo, cada vez mais prazeroso.
   Foi então que senti um gosto ruim, um endurecimento geral dos membros. Estava tudo ficando quente, rápido, confuso. "Off! Off!", ouvi meus botões e sistema interno gritarem. Bem que me avisaram para eu não confiar nas praias.
   Todavia foi a minha melhor sensação, foi o mais próximo do sentimento chamado amor que o meu eu robô conseguiu chegar.
   Voltei para o meu telhado, o meu coração ainda estava no céu. Talvez fosse melhor que ele estivesse lá em cima, assim ele poderia cuidar de mim, e não sofrer.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Mais problemas ou mais Brasil?




   Educação, corrpução, alimentação, agressão, condição... Quantos ''ãos'' o Brasil vai incluir na lista de problemas a serem resolvidos? Quem vai resolvê-os mesmo?Quem vai reclamar das coisas?
   Não é de hoje que o povo brasileiro enfrenta inúmeros problemas em seu próprio território, mas é da atualidade (cerca de trinta, quarenta, cinquenta anos pra cá ) o fato das pessoas não se manifestarem contra ou a favor de leis, projetos, situações, acontecimentos, entre tantos outros.
   É indignant ver os indivíduos sentados frente à televisões ou computadores, vendo os incontáveis entraves do país, várias barbaridades, problemas sociais acontecerem e eles mesmos não se manifestarem.
   "Vai população, levanta e fala". Realmente está faltando alguém que comece, levante do sofá, saia de casa, reúna todos que conhece ou que não conhece e saia nas ruas lutando por um objetivo, qualquer um.
   E por que esse objetivo não é a educação, por exemplo? As escolas públicas são de péssima qualidade, os salários dos professores é baixíssimo, simplesmente não há condições. Estima-se que o Brasil tenha mais de setenta milhões de jovens e adultos sem o ensino fundamental completo. Isso é absurdo, uma nação não avança, não cresce se não há boa educação.
   Claro que não é de um dia para outro que os problemas acabarão ou, pelo menos, diminuirão. Contudo, tem-se que correr atrás do seus objetivos, é necessário falaar, expor suas ideias às pessoas, mas sem ser grosseiro e rude, porque educação é bom e cabe em qualquer lugar.

Show me

   O palco estava escuro, ela estava sentada na cadeira baixa esperando as luzes se acenderem para que pudesse mostras ao público suas belas curvas sensuais evidentes na roupa de apresentação: um top vermelho, o mini short preto de couro, a meia rastão 7/8, o suspensório de material igual ao do short.
    Seus cabelos castanhos-escuro foram soltos em longos e largos cachos, que davam movimento sexy quando ela os balançava. A maquiagem estava discreta nos olhos e um batom vermelho sangue nos lábios, tudo muito bem detalhado, dando destaque à boca carnuda.
   A música começa, o local fica em total silêncio e todas as atenções foram para o solo sensual da garota. Esta seduzia todos com olhares fortes, quadris mexendo-se no rebolado certo, um jogo de pernas fortes e definidas também alarmava as pessoas.
   Para a mulher no palco, não havia prazer maior do que divertir homens e garotos, sabendo que estes jamais, jamais a divertiria e seduziria da mesma forma que ela fazia.
   De onde estava, enquanto suas pernas se abriam e fechavam de modo sedutor e lento, ela via o público masculino excitar-se exacerbadamente nas primeira e segunda filas. Encara-os e ri disfarçadamente, aquilo era um sinal de que estava arrasando na estreia. Animou-se ainda mais, dançou melhor do que poderia.
   Vieram as outras seções, as outras cidades, outros "homens" e moleques excitados nas primeiras e últimas filas de um enorme teatro. Ela esquivou-se de todos eles,d e todas as cantadas baratas e até daqueles que possuíam um verdadeiro sentimento por sua pessoa. Não era de ninguém, queria continuar assim.
    Seduzir os seus privilegiados era mais fácil se fosse dessa forma. Afinal, se conseguisse a atenção deles, não estaria sozinha nunca.

Don't believe

   - Por que me machuca tanto? - seus olhos lutavam para reter as inúmeras lágrimas contidas ali.
   - Eu nuca lhe machucaria - ele não a mirava diretamente. Olhava-a, contudo não era nos globos oculares.
   - Todas as vezes que mentiu, iludiu e ignorou, doeram muito mais que qualquer machucado que tive... - agora ela se esquivava dele, vira-se de costas e permanece parada.
   - Lhe digo a verdade sempre, basta você acreditar nela. Jamais lhe iludiria, por quais motivos o faria? Eu nunca lhe ignorei, todas as vezes que estive aqui, que você falou comigo, respondi. - tampouco se importou de verdade, dizia somente por dizer.
   - Será por que não acredito em você? - a voz falha ao sair, a pronúncia denunciava o embargo vindo de dentro.
   - Porque é boba, sabe que falo a verdade para você. - tentou fazer um carinho na bochecha levemente pálida. Ela retirou a mão dele de modo gentil.
   - Não, não fala. Por favor, seja sincero, diga a verdade ao menos uma vez na vida.
   - Então... - ele se embaralhou um pouco - quer a verdade? Sinceridade? - mira-a desafiadoramente.
   - Quero - disse séria, quase grosseira.
   - Eu te amo, gosto de você. Escondi  por muito tempo, sei disfarçar bem, e você sempre cai na pegadinha - ri de leve - Satisfeita? - o tempo inteiro olhou-a nos olhos, desde que começou a falar, não desviou-se um minuto sequer. - Não vai falar nada? - franziu o cenho, ela não fez nada.
   De repente ela vira-se de costas novamente, não diz nada, não faz nada. Olhou-o a última veze saiu. Para sempre.

domingo, 19 de junho de 2011

Do outro lado


                Os óculos de grau para o problema de visão dele estavam postos na face fazendo seu trabalho de aproximar a imagem. Os ombros curvavam-se sobre a mesinha do quarto do apartamento. O abajur estava ligado, concentrando-se no centro do papel almaço que era preenchido com a letra desenhada do rapaz. As frases formavam uma carta, uma carta de amor.
                De repente, ele sente pelos macios roçarem em suas pernas. Era Bob, seu labrador de pelagem amarelada, lembrando cor creme.
                - Hey! Companheiro, está aí! – ele para de escrever e concentra-se no animal ali ao lado. Acaricia a cabeça dele depois, todo o corpo. O cachorro late como se quisesse agradecer o feito. – Como sempre, está aqui do meu lado. – sua voz saiu um pouco desanimada e o cão põe as grandes patas sobre a mesa. – Sim, estou escrevendo mais uma carta, meu caro amigo.
                Bob retira as patas, como se não quisesse sujar os papéis e sai do quarto. Alexandre sai em seguida, não terminando o parágrafo que começara: “Ah, se fosses minha, se fosse teu, o mundo seria tão mais perfeito e límpido, meus olhos jamais precisariam de óculos, pois eu veria o amor todos os dias... Contudo não és minha...” . Chega à cozinha arrumada, cozinha um bife ao molho madeira que ele adorava, prepara uma salada com verduras e legumes frescos, senta-se a mesa e começa a comer.
                Ele para por um tempinho, deixando um pedaço cortado de carne no garfo de prata para olhar o horizonte. Depois, torna a falar com Bob, como fizera no quarto.
                - Sinto falta dela, Bob. Mesmo ela não sendo minha, sinto cada dia mais sua ausência. Mesmo ela não sabendo de meus sentimentos, de minhas cartas que sempre escrevo e não possuo uma mísera merda de vergonha na cara para entregá-las a ela, não consigo viver sem ela. Sem minha Roberta não vivo, simplesmente existo. – ele para, vê que o animal de estimação sentou no chão, frente a ele para escutar tudo. Ele sorri, abaixa o olhar, tira os óculos e o joga na mesa – O que estou fazendo? Falando com meu cachorro. – ele ouve um chorinho vindo do chão – Acalme-se Bob, gosto de você, mas você é um animal, não fala nossa língua humana, não pode me ajudar, me aconselhar, você é um cachorro.
                Ao terminar a refeição, o pequeno homem moreno claro,magrelo e meio desajeitado lava a louça, enche a vasilha de água para seu animalzinho e enche também a vasilha de ração. Vai em direção ao banheiro, toma um bom banho quente, escova os dentes e vai dormir.
                Dormiu pensando nela, claro. A noite fria propiciava pensamentos de um possível aquecimento corporal entre ele e a pequena que ele amava em segredo. As cobertas grossas e a cama de casal pediam por um corpo além do dele ali. Ah, como ele queria realizar aquele pedido...
                O dia amanheceu. Como de rotina, o homem fraco acordou, lavou o rosto, preparou um café expresso e comeu algumas fatias de pão integral. Voltou ao quarto para despir-se do pijama e colocar um jeans desbotado, uma camisa pólo, tênis all star branco e lembrou-se de pegar também os óculos. Ao olhar para a mesinha ao lado da cama, não viu a carta inacabada. Nem pensou nisso de início e terminou de se aprontar para a faculdade e saiu.
                No caminho, lembrou-se de não ter visto a carta. Estranho, todos os dias as cartas sumiam durante a noite, todas as três cartas diárias sumiam misteriosamente. Deu de ombros e tirou outro papel almaço da mochila. Começou outra carta, iniciando pelo parágrafo inacabado da anterior. Todos no ônibus o olhavam e ele tampouco se importava.
                Na faculdade houve várias oportunidades para que seu pensamento flutuasse até Roberta. Aqueles olhos castanhos, os cabelos acobreados, as bochechas rosadas, o sorriso branco e delicado, o corpo curvilíneo na medida certa... Isso lhe dava cada vez mais inspiração para escrever as cartas. “Sempre imagino seus beijos, meu futuro amor. Imagino como devem ser seus lábios macios ao tocarem os meus, demonstrando um amor puro e sincero. Eu penso em minhas mãos abraçando-lhe a cintura de modo carinhoso tal, que não quererá ir embora. Ah! São só pensamentos tolos de meu ser.’’.
                Alguém chega e ele guarda a carta. Avermelha-se ao perceber que Roberta veio falar com ele.
                - Escrevendo mais uma carta? - ela abriu o sorriso que ele amava.
                - Sim – ele diz um pouco cabisbaixo. Ela nunca parava para falar com ele na faculdade, ainda mais durante uma aula de fotografia, no curso de Publicidade que ambos faziam.
                - Ah! Tchau. – ela diz, deixando-o confuso. Na verdade ela também ficou confusa, falou com ele por impulso. Mas aquela imagem jamais sairia da cabeça de Alexandre.
                Acabou o período de aula e mais uma vez, o futuro publicitário pegar o ônibus de volta para casa. Já era de tarde, era hora de escrever a carta da tarde. Nesta, ele descrevia o lindo pôr-do-sol que eles veriam se estivessem juntos. Bob mais uma vez atrapalha os pensamentos do dono, sentando-se ao lado dele no sofá grande.
                Dessa vez, não para de escrever a carta, esta ele terminaria. Quando acabou, deixou-a na escrivaninha do quarto, junto com a carta da manhã e foi tomar um lanche. Sanduíche de peito de peru com suco de manga. Para Bob, água fresca e ração de carne.
                O dia passa, termina, dando espaço para a noite gostosa chegar. Já eram nove horas da noite, hora da carta da noite. Alexandre não hesitou e pôs-se a escrever. Terminou, selou com um beijo, imaginando o dia que teria coragem para entregá-la e deixou-a ao lado das outras duas. Aprontou-se e foi dormir.
                Bob, como fazia todos os dias, esperava seu dono deleitar-se de sonhos benéficos e mágicos e então adentrava o quarto, ia até a escrivaninha organizada e pegava as cartas com todo o cuidado e saía de casa. Atravessava a cidade, até a casa de Roberta, e passava os papéis pela abertura da porta e voltava para casa. Todas as noites.
                Porém essa noite, Roberta estava acordada, queria saber quem deixava as palavras mais lindas de todas para ela. Ao perceber que elas haviam chegado, correu e abriu a porta. Estranhou-se com o cão na sua porta. Este, sentou-se e ficou a mirá-la.
                - Hey! Bob! O que faz aqui? Alexandre mora do outro lado da cidade, meu bem. – ela acaricia o cachorro. Sabia que era de seu colega universitário por já vê-lo passeando com o canino pelo parque. – O que é isso em sua boca? - ele ainda estava com a terceira carta entre os dentes. Ela retirou o papel, uma surpresa. – Ai meu Deus! – gritou assustada. Depois sorriu.
                Ela dormiu como um anjo aquela noite: seu príncipe era aquele por quem seu coração batia mais forte, aquele que ela sempre teve vergonha de dizer aquilo que sentia por medo da reação dele, afinal, ela era a mais bonita do curso.
Acordou no outro dia e viu que Bob não estava lá. Sorriu novamente a recordar-se quem havia mandado tantas cartas. Até mesmo aquela inacabada. Ela arrumou-se, foi à faculdade, retornou para casa. Nem um segundo se quer a imagem de Alexandre saiu de sua cabeça.
                Ela mal abriu a porta da casa e correu, pegou as cartas que ela guardava em uma caixa em cima da mesinha de centro. Guardou-a na bolsa e saiu para o outro lado da cidade. Chegou a um prédio bege, subiu no andar décimo e tocou a campainha do apartamento 512.
                - Roberta? - Alexandre espanta-se. O corpo moreninho fica quente de surpresa.
                - ‘’Ah, se fosses minha, se fosse teu, o mundo seria tão mais perfeito e límpido, meus olhos jamais precisariam de óculos, pois eu veria o amor todos os dias... Contudo não és minha...”. Quem disse que não sou sua, meu príncipe? - ela sorriu e beijou-lhe os lábios igualmente finos. Ele, sem reação, corresponde ao beijo, fazendo-o único e especial.
                - Como recebe minhas cartas? - arregalou os olhos.
                - Acho que alguém tem muitas coisas para explicar, não é meu bem? - ela diz, sorri e agacha-se para passar as mãos nos pelos macios de Bob.
                - Bob? - ele espanta-se novamente. O cachorro late e pula em cima do dono, abanando o rabo – Acho que você não é só um cachorro, não é? - ele ri e o cachorro late.
                Eles levantam-se, e Bob empurra Alexandre para Roberta. Eles se beijam, e o cachorro põe-se sentado, mirando a cena, o cachorro “sorri” e uma lágrima cai de seus olhos negros. “Serviço feito”, ele parecia transmitir.

sábado, 18 de junho de 2011

Cinco estágios


Ela estava concentrada no livro de biologia, afinal ela necessitaria daquela matéria no curso de medicina. A aula fluía bem até que a diretora chega.
                - Luna? - ela vira o olhar para a porta verde. Aliás, todos miram esta direção.
                - Pois não? - ela levanta-se um tanto receosa.
                - Há alguém que quer falar com você. Posso deixar entrar? Vai gostar, garanto - a diretora era carinhosa e calma ao falar.
                Vestida de curiosidade, assentiu que sim. Foi aí que Marcos entrou, com uma única rosa vermelha, porém não mais vermelha que suas bochechas naquele momento. Uma sala de aula de sessenta alunos parou para olhar o que ocorreria a seguir.
                - Luna, venha à frente, por favor. – ele disse quase sussurrando.  Ela, que já estava posta de pé, foi. Seu corpo começou a tremer dos pés à cabeça, entretanto não saía uma palavra de sua boca. Ele a mirava nos olhos, e começou a falar quando tirou uma fita vermelha com cinco nós do bolso.
                - Uma pessoa precisa de cinco passos para conquistar alguém. – ao falar, amarrou uma ponta da fita no dedo indicador da mão direita dela. Ajoelhou-se, tirou um anel prata do bolso raso da calça jeans e colocou entre o primeiro e o segundo nó. – O primeiro: ao invés dele reparar somente no corpo perfeito de uma bailarina – ela sorriu de canto, corou-se – ele passa a olhar o quão lindo o sorriso dela é quando ela dança e quando ela ri com os amigos.
                Ela sorriu novamente, estava totalmente tímida frente a todos, pois sabia onde isso terminaria. Sussurrou de leve:
                - Segundo¿ - ele sorriu um belo sorriso largo.
                - Segundo: ele passa a olhá-la com mais carinho e atenção, presta atenção em cada detalhezinho bobo, mas importante, como a maneira que os belos cachos castanhos caem sobre os ombros levemente projetados para frente e em como ela sorri raivosa, detestando quando a franja cai nos olhos.
                A essa altura, todos estavam surpresos ao extremo. Os olhos castanhos dela o fitavam com fervor, com desejo, com timidez, com...  Amor. E a cada estágio, ele avançava um nó na fita.
                - Terceiro: Ele passa a falar só com ela, querer estar só com ela, tentar saber se ela o ama da mesma maneira e intensidade que ele. Quarto: ele a beija, claro, se ela lhe permitir. Caso isso ocorra, ele o faz de uma maneira inesquecível, tanto para ela, quanto para ele. Em especial para ele, pois cada detalhe dos lábios finos e desenhados e do bom hálito, ele faz questão em lembrar-se todos os dias antes de dormir e o acordar, só para ter um motivo para sorrir e sonhar.
                A diretora sorriu, sabia que estava cooperando para uma linda história de amor. E foi a própria mulher elegante na saia de cintura alta cinza com a blusa branca que perguntou qual era o quinto estágio.
                - O quinto, é o mais lindo e perfeito. No quinto, ele tem que tomar o coração dela para ele, e dar o dele em troca, se não jamais haverá amor. E quando se ama de verdade, não há receios em declarar-se e afirmar que sente algo por alguém pouco interessante. Mas se ele conseguir alcançar o profundo coração da mulher amada, ele estará pronto para amá-la da maneira mais pura existente.
                Ela não soube como, todavia ele tirou uma rosa vermelha com a mão esquerda, a direita segurava a fitinha com a aliança entre o quinto nó e o dedo dela.
                - Quer namorar comigo? - ele diz por fim. Ela começou a derramar lágrimas de amor.
                - Não. – espanto geral. Ele decepcionou-se. – Posso fazer-lhe uma pergunta?
                - Claro – a voz saiu embargada.
                - Já que você alcançou o mais profundo de meu coração, quer ficar comigo para sempre, seja lá quanto tempo isso for?
                Ele levantou-se, abraçou-a pela cintura. Beijou-a, estavam felizes, para sempre.

Coração de papel


Na verdade, abri uma página em branco no Word e não soube bem o que escrever porque talvez, meu coração estivesse machucado demais para desabafar tudo o que era necessário... Mas eu precisava falar e como não tinha muitas opções de indivíduos, recorri àquele que jamais me deixaria: o “papel”.
                Real, feito da madeira da árvore ou virtual, no caso do Word e afins, eu sabia que podia contar com ele todo o tempo, ele suportaria minhas lágrimas, não gozaria de meus enormes sorrisos, saberia escutar minhas reclamações e sem me cobrar nada por isso. Era disso que eu estava precisando: não cobranças.
                Por muito tempo me cobraram excessivamente obrigações e não obrigações também, e no final, ninguém recordava-se de meus feitos. Quando eu ia embora, ninguém se lembrava de minha partida e nem um ‘‘adeus’’ eu ganhava. Isso foi magoando meu coração, magoando a tal ponto de petrificá-lo e somente um amor verdadeiro poderia quebrá-lo. Entretanto, este também não veio.  Sem amor, sem amigos, eu precisava expor aquilo que estava dentro de mim.
                Meus papéis, meus vários papéis agüentaram toda a lamúria e toda a dor que eu sentia... As amizades perdidas, os amores falsos, os sorrisos encantadores que não serviam para nada, os toques que a princípio eram mágicos e depois vieram se tornar tão inúteis... Tudo isso meu amados em branco e meus lindos coloridos suportaram e de uma maneira digna de um reconhecimento internacional.
                Agora, meus olhos já estavam bastante inchados, o meu nariz escorria, eu soluçava e tremia ao mesmo tempo. Ah! A dor. Ela era mágica, cheia de mistérios, pois eu nunca sabia o que viria depois da chuva: o arco-íris ou uma tempestade. Discorri sobre este assunto uma vez, em um queridinho cor de rosa que auxiliou-me no momento. Foi-me extremamente útil, aconchegante, bom, aliviante.
                Engraçado, as lágrimas saíam tão... Tão... Tão naturalmente, rolavam bochechas abaixo e pingavam, uma a uma sobre o papel. Aquele que estava sendo molhado era o mais especial, eu jamais havia preenchido um pedacinho do meu céu com tamanho vernáculo, com tamanha veracidade, com tamanha dor, com tamanha saudade, com tamanho descanso. Foi tudo tão simples e tão verdadeiro, acabei apegando-me a ele.
                A minha carta de despedida estava pronta. Despedida? Claro! Eu estava me despedindo de mim mesma, de quem eu era não queria mais ser daquele jeito, não queria mais ter o “dom” da escrita.  Em meio a meus soluços, meus inúmeros soluços, guardei minha carta, dobrei em um origami no formato de um coração e enfiei na gaveta com tranca. Guardei meu coração machucado e chorão ali. Eu esperaria a pessoa certa para tirá-lo de lá.
             

terça-feira, 14 de junho de 2011

Carioquinha

   O sonho aquela noite havia sido bom, assim como vinha sendo nos últimos tempos. Nunca se repetiam os fatos, contudo o homem envolvido naquele contexto era sempre o mesmo, charmoso com as roupas destinadas ao verão clássico.
   Encontravam-se todos os dias no Café-Society mais caro da cidade. Tomavam o tradicional capuccino, iam para o hotel na beira do mar, apreciavam a paisagem e iam embora, algo bem "bossa nova moderna", algo que ela gostava, mesmo sendo irreal.
   Após a estadia momentânea no Id humano, a jovem levantou-se, foi trabalhar no Jornal, retornou para casa, parando no mesmo café que via ao dormir.
   Não existia ninguém além dos funcionários no local. Ela entrou bem vestida com o tubinho estruturado azul marinho na altura do meio das coxas, com um fino cinto vermelho marcando ainda mais a cintura modeladae scarpins nude. Os cabelos eram soltos, com cachos largos caindo sobre os ombros, os olhos de ressaca percorriam o movimento do zíper da bolsa vermelha.
   Tirou a carteira marrom, pegou o dinheiro, pagou o velho e costumeiro capuccino. Pegou-o e sentou-se na cadeira elegante cadeira frente à mesa, perto da janela. Enrolou um pouco para ingerir a bebida, parecia ter dó de tomá-la ou então sujar a xícara branca com o batom cor de vinho.
   Ditraiu-se com uns poucos indivíduos que passavam na rua naquele momento e não percebeu o cliente que adentrava o local. Ele também pediu uma bebida deliciosa e quente e sentou de frente para a moça. Ela o encarou, reconhecendo aquele olhar sedutor, forte e verde. Ele pronunciou-se coma voz grave que saía da boca desenhada:
   - Nosso hotel está a nossa espera, o mar também. Ou será que somente os nossos lindos sonhos nos satisfazem?

domingo, 12 de junho de 2011

Pôr-do-sol

   - Sonhei com você esta noite - sorriu e corou-se.
   - Sério?! -disse um tanto quanto surpresa, contdo gostou do que ouvira.
   - Sim.
   - E como foi? - ela ansiava pro detalhes, por mais bobos que fossem. Adorava mirá-lo.
   - Perfeito - fechou os olos, recordando-se. mostrou os dentes brancos mais uma vez.
   - Por quê? - franziu o cenho.
   - Foi eu que estava lá.
   - Egoísta e metido ainda por cima?! Caramba! - deu um soco nele, e riu, brincando. Fez um bico de choro, ele deu um selinho e voltou a falar.
   - Sem você, não sou eu, então, se você está comio, eu estou vivendo, eu sou eu. Bobona.
   Estagnou-se un minutinhos, não sabia o que falar, responder. Ao ver que ela não falaria nada, ele sentiu que ela o amava, era do feitio dela não expressar-se.
   - Eu te amo - ela disse por fim. Deu-lhe um beijo, aconchegou-se nos braços dele. O pôr-do-sol nunca fora tão lindo.