terça-feira, 31 de maio de 2011

Um brinde à felicidade

   Os cabelos castanho avermelhados estavam presos em um coque parisiense, as mãos brincavam com a água quente da banheira, o corpo estava relaxado, aconchegante nas altas temperaturas. Os olhos verdes e espertos acompanhavam o movimento de vai e vem na água.
   A mente vagava por horizontes distantes, completamente andarilhos na cabeça dela. Distraída, perdida em si, não percebeu quando a porta do banheiro se abre e então cabelos curtos, lisos e escuros, um corpo moreno e frio, olhos castanhos e respiração baixa adentram no box.
   Quando o vê, não se assusta, apenas sorri com os dentes brancos quase desaparecendo da face e continua a mexer na água. Abaixou o olhar penetrante, convidando o indivíduo para tomar banho junto com ela. ele retribuiu o sorriso, foi tirando as peças de roupa e senta frente a ela. A banheira era grande, deveria caber umas quatro pessoas ali, contudo só havia os dois.
   Ainda não conversavam. O corpo do homem trazia consigo um pouco do frio de lá fora. As mãos dele faziam movimentos circulares na água com espuma. Ela ri descontroladamente. Baixo e tímido, porém prende a atenção do rapaz.
   De repente param. Na verdade foi aos poucos, mas pararam de rir. Ele sai de onde estava e senta-se ao lado dela. As mãos largas e macias fazem um carinho nas bochechas, fazendo-a sorrir. As mãos finas e macias dela são levadas à nuca dele, e carinhos nos cabelos curtos são feitos.
   O momento é aproeitado e eles se beijam verozmente. O corpo dele sobe no dela, penetrando o mais profundo e prazeroso que podia. Movimentos calmos e delicados são realizados por ele enquanto ela arranha as costas nuas, e agora que estavam fora d'água, geladas. os resquícios de água nos dedos da mulher esquentavam a pele.
   O ritmo é acelerado dvagarosamente. Os gemidos baixos, quase despercebidos estimulam os corpos a continuarem em busca do verdadeiro prazer. Ela não concentrava-se nos lábios dele, ela ia do pescoço ao peitoral, delicada e sensual. Isso fazia com que ele penetrasse cada vez mais e mais acelerado.
    Aquilo cansava. Pararam por um tempo, riram um pouquinho. acariciavam a epiderme nua do outro, recuperaram as energias e retomaram a situação.
    Entretanto, o ritmo era diferente: totalmente acelerado e totalmente prazeroso. Agora o corpo dela encontra o dele, encaixa-se no dele, na verdade, ela senta no corpo definido. Os cabelos presos dela facilitaram a situação, por ser uma dançarina profissional, seus quadris realizavam movimentos para frente e para trás numa rapidez e numa facilidade inacreditável. Os quadris dele acompanhavam os dela, fazendo com que ele chegasse ao máximo que podia. Ela também chegou onde era possível.
   Os acontecimentos estimulavam cada vez mais, e os gemidos baixos - quase inaudiveis - era música para os ouvidos de ambos. Ela fecha os olhos, concentrando-se ali. Os dele já estavam dessa maneira há um tempo.
   Aos poucos, foram parando. Realemente duas vezes seguidas deixavam qualquer um exausto. Eles pegam os sabonetes de lavanda e terminam o banho. Saem da banheira, pegam as toalhas brancas e enxugam-se. Olham um para o outro e sorriem, como se dissessem que aquilo foi incrível. Ele a agarra pela cintura, beija-lhe com selvageria, porém de uma forma que ela gostava.
   Ele veste a roupa. Minto, somente deu-se o trabalho de vestir a cueca azul. Ela também não vestiu muitas peças, somente o sutiã preto e uma calcinha pequena de rendas. Saem abraçados do banheiro que ficava dentro do quarto. Saíram abraçados, e rindo um pouco.
   Deitaram na cama de casal coberta por lençóis egípcios na cor champagnhe. Olharam-se uma última vez e dormiram.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

"Todas as manhãs ela deixa os sonhos na cama, acorda e põe a sua roupa de viver. Clarice Lispector"

Sweet dreams

   - Sinto sua falta. Tenho saudade de você. - ela disse para ele em um tom baixo, nunca confessara algo assim para tal pessoa.
   - Tenho tanta saudade de você... - ele já havia se declarado para ela. A voz dele era calma, também baixa, doce, carinhosa.
   - Esperei tanto você chegar. Junho nunca foi um mês tão longo - olhavam-se diretamente nos olhos. Indiretamente ela estava dizendo que  gostava dele, e ele parecia perceber pois se aproximava aos poucos.
   - Antes, os dias para ver-me não foram tão longos, não é? Você parecia... não querer me ver. - deu um sorrisinho amarelo.
   - Eu achava estranho - tentou explicar-se. Corou.
   - Não acha mais? - seus olhos brilhavam de esperança ao cruzarem-se com os dela.
   - Não - ela faz um carinho na nuca do rapaz e sorriu, assentindo.
   O assunto então acaba. Ela deita no colo dele e ele passa a mão pelos cabelos médios e escuros. Ele o faz com apenas cinco dedos enquanto os outros cinco recebiam estímulos dos cinco dela.
   Ela dorme. Um conho bom quando era ele quem a observava dormir. De certo modo, ele gostava dela dormindo, apesar dela mexer-se muito, parecia um pequeno anjo deitado em suas pernas.
   Após um tempo ela acorda. Depara-se com a ausência da pessoa. Olha por todos os lados e não o vê. A linda árvore na praça onde estavam  deu lugar ao quarto amarelo terra, simples e arrumado.
   Ah! Era só um sonho. Ela não queria acordr, descer do céu. Voltou a dormir e sonhar então. Viver naquele sonho era melhor que o pesadelo da realidade dela.

My dear Las Vegas

   Las Vegas sempre foi a cidade da perdição, do luxo, do prazer, da sensualidade, dos clássicos cassinos hollywoodianos. Mas, sobre tudo do prazer.
   Com Marguerita não seria diferente. A jovem, de exatos 21 anos, vai à "cidade-glamour" para descobrir novas fontes de suprir seus desejos, uma vez que as lojas brasileiras não lhe satisfaziam, os homens brasileiros não lhe agradavam, o Brasil não era agradável, pelo menos não mais.
    A pequena era bonita: cabelos médios e ondulados, seduzentes; olhos de um castanho escuro lípido, bochechas rosadas, cintura fina, seios médios, glúteos abrasileirados, pernas definidas pela generosa genética. Levava qualquer homem à loucura em segundos, facilmente.
   João foi alvo fácil. Um americanozinho típico: loiro, alto, olhos azuis, lábios carnudos e rosados, um peitoral definido, queimado de sol.
   A luxúria estava solta no ar da doce Las Vegas. Juntou-se Marguerita e João na busca pela loucura corporal e então o sexo foi tratado como banal, supérfluo, porém extremamente prazeroso.
   Não havia sentimentos nos quartos '' las veguianos'', o íntimo, o coração era desnecessário, totalmente descartado quando a sede por atos eram maiores. A língua diferente não era impasse, apenas o desejo falava.
   Entretanto, quando se hpa uma intimidade gigantesca a ponto de duas pessoas ficarem nuas, o coração começa a se manifestar. Começa a doer, começa a palpitar, começa a sangrar, começa a acelerar.
   - Eu te amo - João disse com o seu péssimo português. Todavia, era sincero.
   Ela arregalou os olhos.

Para maiores de 16

   Chegaram ao quarto do hotel de luxo sedentos por diversão. Não tardam em começar a diversão íntima de ambos, sem preocuparem-se com o depois.
   Ele a joga na cama e sai beijando-lhe o corpo. Ao mesmo tempo ele desfaz facilmente o laço e o nó da fita que prendia o corselet branco daquela mulher. Ela arranca-lhe a camisa social três quartos , na cor verde musgo.
   O zíper da calça jeans dela emperra. Ele, sem pensar e sem demorar, força-o e arrebenta-o . A calça social dele desliza fácil e rápido para baixo. A temperatura corporal sobe nos corpos, aumentando ainda mais quando o "casal" chega à nudez.
   Encontrar o estado natural do ser humano dava-lhes mais intenso prazer. As mãos largas e macias deles percorriam todo o corpo nu dela, e as dela faziam o mesmo com ele. Os beijos, chupões e mordidas feitos por cada um arrancavam gemidos manhosos dela e excitante deles.
   Conseguiram descobrir o clímax dos corpos. Após o feito, estavam exaustos, quase cochilando. Não o fizeram e ela olha o relógio: 03:42 da manhã. Nunca havia durado tanto, nenhum cara havia conseguido tamanho tempo. Aliviou-se.
   Dessa vez, ele levantou-se, olhou o corpo branco esculpido deitado na cama. Orgulhou-se do feito, afinal, aquele fora o melhor corpo, o mais curvilíneo e perfeito que já provara. Vestiu a roupa que usara no coquetel e saiu. Não deixou nome, pistas, contato.
   A única pista para ela era uma cueca box cinza com o elástico escrito alguns dizeres em letras brancas. Guardou-a, como lembrança, na mala. Vestiu o corselet branco e a calça jeans com o zíper estragado, calçou o salto vermelho, retocou a maquiagem, pagou o hotel e guardou na memória a sua breve passagem pela lendária Londres.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Agora, é tarde demais

   Ele sussurava baixinho no ouvido dela:
   - Relaxe - Enquanto isso, suas mãos percorriam um caminho sem rumo pelo corpo dela. A vontade de despi-la era enorme, contudo ela estava receosa. Ele não parava de beijá-la e ela não queria aquela mão lhe tocando.
   - Não - O modo excessivamente ríspido como ela havia falado, o fez parar. Até ali ela levava tranquilamente a situação e jamais fora tão grosseira como agora.
   - Por quê?- Ele, ainda parado , perguntou a ela e não havia tirado a mão de sua coxa. Assustou-se com o modo de falar da garota.
   - Não entende que não quero fazer isso? É tão retardado assim que não  percebe? - ao pronunciar-se, ela tirou a mão dele de onde estava, jogou-a na cama com tamanha força que ele deu um grito de dor.
   - Acalme-se, minha linda. - Ele utilizou os mesmos dedos jogados para fazer um caarinho na cintura. - Eu lhe disse que quando nos víssemos novamente, acabaríamos fazendo. Sem medos, ok? - ela retirou a mão da cintura no mais rápido reflexo.
   - Esqueça. Não quero e não faço. Agora, tenho plena certeza disso.
   - Você disse que queria... - Ele era desafiador, ela odiava isso.
   - Já pensou na possibilidade de você mesmo me fazer desistir? - a cada palava ela afastava seu corpo do dele, parecia ter pavor - Como já lhe disse uma vez, você quer diversão com isso, e eu não.
   - Por favor! Deixa de disso, pelo amor de Deus, que drama! Essa história de "momento especial" não existe, só existe primeira vez boa ou ruim, e lhe garanti que a sua será boa, não foi? Portanto... - ele estava levemente alterado agora, mais indignado, na verdade.
   - Bom, isso a sua pessoa está dizendo. Para mim, existe sim um momento especial. Então, não quero que você me use e depois "jogue fora" como as outras, não quero ser mais uma. Basta, já aguentei muito. Gosto muito de você, sabe disso, mas gosto muito mais de mim.  - Ela saiu, muito magoada e bastante machucada, mas saiu, era melhor pra ela.
   Ele nem ao menos se deu o trabalho de tentar ir atrás dela e forçar ou conversar mais, ele sabia que ela estava certa. Não sentiu-se culpado, ele era orgulhos demais pra isso. Ele só a esqueceu, machucou-a em excesso, entretanto não correu atrás.
   Tempos depois ele voltou a olhá-la, quando ela passou por ele na rua. Ela havia superado tudo de tal forma que ele se arrependeu de não ter tentando nada e não tê-la tomado para si, somente para si, para que ela fosse sua protegida. Contudo, agora, já era tarde demais, ela estava muito melhor sem ele.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

"Ela: Qual sua cor preferida?
Ele: Castanho.
Ela: E por que você gosta dessa cor?
Ele: Porque essa é a cor dos seus olhos."

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Batidas

   - Seus ohos estão brilhando, meu anjo. - a voz era doce,
angelical.
   - Estão? - ela ccorava com todas as palavras bonitas dele.
   - Sim. E é tão lindo vê-los dessa maneira. - ele pausa um segundo - Posso saber por que brilham tanto? - ele brincava com os cabelos dela.
   - Porque estão lhe vendo. Não há nada que o faça espelahr mais luz do que você.
   Ele sorriu. Um sorriso de canto, docemente encantador.
   - Mas há algo que amo muito mais do seus lindos olhos castanhos. - ele interrompeu o sorriso e olhou nos, então, brilhantes olhos castanhos.
   - O quê? - ele tinha o dom de despertar a extrema curiosidade nela, e ela adorava descobrir as coisas. Um completava o outro.
   - Seu coração. - olhou-a nos olhos enquanto abraçava-a.
   Por um segundo, avermelhou-se. Depois voltou ao normal e virou-se por completo para ele, de modo gentil e perguntou novamente o por quê.
   - Porque enquanto ele bater, eu terei uma vida para amar.                                                                                                 

domingo, 22 de maio de 2011

O último beijo

   A noite estava lindamente perfeita: o clima estava agradável, de estável quase chegando num leve frio, a lua estava quase cheia, bem brilhante. O quarto dele também estava perfeito: escuro, arrumado, com o cheiro bom dele por todo lado, a cama arrumada simples com um lençol meio antigo, mas bonita.
   Ela estava linda, com uma blusa básica rosa, gola ''V", um short jeans meio rasgadinho, uma sapatilha nude com uma fivelinha dourada. O cabelo estava preso em uma trança de raiz, ela estava sem brincos, pulseiras, nenhum tipo de acessório.
   Ele também estava simples e lindo, perfumado, uma calça jeans de costume, uma blusa básica azul piscina, e, por estar em casa, ele estava calçando chinelos. Ele adorava ficar somente de chinelos em casa. E falando na casa dele, a casa estava vazia, somente os dois.
   Ambos entraram no quarto escuro e aconchegante. Ele começou a beijar as bochechas dela enquanto suas mãos abraçaram-na pela cintura. Os braços da garota envolveram o pescoço dele, e, um pouco depois, escorregou para onde terminava a blusa dele, começando a tirá-la.
   Tirou a blusa cheirosa e levemente amassada. Ele andou abraçado com ela e deitou-a na cama. Antes, ele havia tirado delicadamente a blusa rosa, deixando-a somente de sutiã cinza com babadinhos rosa. O peitoral dele ficara livre para ela beijar e mordiscar.
   Então ele começa a abrir os dois botões que prendiam o short dela. Ele o fazia com experiência, e ela nem percebia, aliás, preferia não perceber, se não, ela o interrompia. Enquanto isso, os lábios dele não cessavam os beijos desejando os lábios dela, e ela, por sua vez, arranhava carinhosamente as costas dele, fazendo-o arrepiar.
   Após os arranhões gostosos, ela tirou a calça dele, e então, os dois ficaram apenas com as peças íntimas. Ela, com o pequeno e delicado sutiã cinza de babadinhos rosa, uma calcinha comportada, branca, e um elástico fofo, escrito algumas frases. Ele, de cueca box preta, a preferida dela.
   Bom, à essa altura, a trança dela estava ligeiramente desmanchada pelas mãos dele, e a pele branca dele já não estava mais tão branca, estava aproximando-se do vermelho, devido aos carinhos dela, que ele simplesmente adorava.
   Calmamente, com cuidado, ele foi abrindo e tirando o sutiã. O fecho era na frente, então ele ficara um tanto quanto perdido para tirá-lo. Fez um doce carinho na região, respeitando o máximo que podia a garota. Aos poucos, ele foi abaixando a calcinha dela. Uau! Ela parou, então. Mesmo com a escuridão, ele viu os olhos dela arregalarem-se, em um verdadeiro susto.
   - O que foi? - ele parou, meio decepcionado, mas sabia que ela estava tentando.
   - Verg... - ela começou a falar. - Medo. - não terminou a 'vergonha'.
   - Está escuro, você está indo bem, não tenha medo. Sou eu que estou com você, você está segura, acredite. - ele disse baixinho, em meio à beijos delicados no pescoço e ao redor do ouvido. - Confie em mim.
   - Estou indo bem? - ela deu um risinho de vergonha, para ela, o desempenho dela estava meio ruim, considerando sua primeira vez, e não a primera dele. - Eu... prometo que vou confiar.
   - Está - ele deu um riso de conforto. Passou os dedos na coxa definida dela, fazendo-a arrepiar-se. Depois, mesmo com ela deitada, ele acariciava as costas com a coluna estratégicamente funda, não exageradamente, apenas o suficiente para ser sexy.
   Foi aí que ela viu que não precisava ter medo se isso acontecesse com ele. Eles eram amigos, ele era mais "experiente", passava confiança. Ah, ele tinha razão, no fim.
   Depois da melhor noite que ela poderia ter, os dois dormiram, abraçados, colados. Ela não pretendia que essa parte ocorresse, mas... Foi bom. Ao amanhecer, ele acordou primeiro, e ficou olhando-a dormir. Amanheceu frio, então eles estavam cobertos. Ela se mexeu, e ele não tardou em dar-lhe um beijo na testa.
   - Bom dia. - sorriu.
   - Bom dia. - ela sorriu também, ele brincou com o cabelo dela. - Como foi?
   - Perfeito. - ele beijou-a.
   - De verdade? Por quê? - ela virou-se por completo para ele. Queria obter a resposta olhando nos olhos dele.
   - Porque foi com você. Não teria como ser ruim.  - ele bateu o dedo de leve no nariz dela.
   - Mesmo sendo a minha primeira vez? - ela estava um pouco estranha, mas bem...
   - Exatamente por isso foi especial. Foi a sua primeira vez. Não podeira eu estar mais feliz.
   Ela sorriu, e deu um beijo. Um último beijo.

sábado, 21 de maio de 2011

"Algumas vezes eu acho legal escrever e em outras eu simplesmente odeio porque é definitivamente ter que voltar atrás, experimentar a dor e expressar como você realmente se sente sobre isso tudo." Guns n’ Roses
"Aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo."


Charles Chaplin

Para sempre

   -Sabe quando você olha para alguém e simplesmente não reconhece essa pessoa? Acho que estou me sentindo assim. - eu disse com um pesar na voz.
   - Por que? - ele me pergunta. Não estava realmente preocupado comigo, era mais por "obrigação", por conversar com alguém que puxou conversa.
   Eu realmente precisava falar, mas achei melhor guardar para mim mesma. E arrependi-me de tê-lo feito. Talvez as coisas estivessem melhor agora se eu tivesse falado tudo.
   - Por nada, acho que é uma sensação mesmo, nada importante. - disse, e saí, por um tempo.
   - Tem certeza? Você parece triste. - ele disse quando voltei. Agora ele aparentava preocupar-se ligeiramente, mas eu nunca acreditei realmente nele e creio que nunca mais saberei a verdadeira resposta.
   - Hum, tenho sim. - e sentei ao seu lado. "Puxa, ele realmente não entende que é ele quem eu não reconheço mais" , pensava eu. Peguei em sua mão, e briquei com ela por um tempo, ele não "respondeu" a brincadeira.
   Ele olhou para mim por uns minutos, e saiu sem dizer nada. Passou-se um tempo, na verdade foram uns meses. Foi um tempo sofrido para mim: ele havia realmente mudado comigo, eu não sabia o por quê e não conseguiria descobrir.
   Um dia, resolvi conversar com um velho amigo. ''Será que ele ainda estava mudado?", pensei.
   - Oi. - disse, timidamente.
   -Oi. - ele respondeu, tampouco importando-se como eu estava. Sim, ele ainda estava mudado.
   - Tudo bem? - eu sabia que a conversa não passaria dali.
   - Sim, e você, tudo bem? - ele foi...simpático.
   - Não. - se ele perguntasse o motivo, ele seria o meu amigo de antes. Eis que surge uma leve esperança dentro de mim quando vi que ele iria falar.
   - Hum. - Uau! Ele estava muito mudado.
   - Posso lhe fazer uma pergunta, e você garante uma resposta sincera? - perguntei meio sem querer, não queria voltar naquele assunto.
   - Claro... - como eu odiava quando ele estava daquele jeito.
   - Lembra da nossa última conversa, onde eu disse que achava quem um amigo meu havia mudado?
   - Sim, por quê?
   - Era você. - eu sempre corava em momentos indevidos.
   - Eu? Como assim eu mudei? Por que não me disse nada? - agora ele despertara um interesse pelo assunto.
   - Não valia a pena, eu naõ descobriria as razões de sua mudança.
   - Como eu estava mudado?
   - Não falava mais comigo, e devolveu a pulseira que você dizia que lembrava de mim por causa dela. - olhei para baixo.
   - Hum. Era perigoso para nós. - ele fala de uma forma tão grosseira, que me deu medo.
   - Não, você achava que era perigoso para você, se realmente gostasse de mim, enfrentaria.
   - Seria ridículo te iludir. A gente não machuca os amigos.
   - Já me iludiu antes, você sabe que seria fácil iludir agora. Mas enfim, o que importa agora? Não tenho suas verdadeiras respostas para o que preciso, então...
   - Então o quê? Não acha que falo a verdade?
   - Não, realmente não acho, não acredito em você. - virei as costas, e fui saindo, sabendo que agora estava acabado, amizade, tudo.
   Entretanto, algo surpreendeu-me verdadeiramente. Ao abrir a porta da sala, sinto uma mão em braço, aplicando força tamanha que impedia-me de ir embora. Olho para trás, era ele, apenas um pouco assustado, ele não pensava que eu fosse embora.
   - Fica. Não quero que vá embora. - ao pronunciar-se, estava quase chorando. "Um teatro bem elaborado'' pensei.
   - Para quê? Para você mentir mais, me iludir mais, me machucar mais? - esquivei-me de suas mãos, não obtive sucesso.
   - Não, para eu dizer que preciso de você aqui comigo, para sempre.
   - Como?
   - Quer ser minha amiga, para sempre desta vez?
   Foi então que percebi que o nosso amor era verdadeiro, uma verdadeira amizade da qual eu precisava. E precisei. E quando precisei, desta vez, ele estava lá.
  

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Paris pra nunca mais

   Com as mãos grandes e largas envolvendo-me pela cintura, com tal porte como se fora eu um enorme troféu mundial, ele sorria para tudo ao nosso redor.
   Era imensurável a forma e a intensidade que eu o amava. E eu sentia que o sentimento era recíproco. Contudo, havia algo errado ali: por que todas as vezes que eu o via, sentia uma enorme vontade de construir um oceano em lágrimas?
   Não demoraria muito para que eu descobrisse a resposta para minha angústia. Era somente mais uma tarde de inverno rigoroso em Paris. Eu, ele, Paris em seu lindo inverno com sua perfeita neve. Estava tudo absolutamente perfeito.
   Ao menos eu pensava estar. Ao levar de encontro meu corpo ao de meu amado com um abraço forte e apertado em meio à rua, algo de estranho alojara-se entre nós. Não havia a mesma intensidade de um abraço normal, ninguém pronunciou um habitual e verdadeiro "Eu te amo".
   Meu medo veio com tudo. Receio em perguntar para ele o que houve. Todavia tínhamos uma conexão tão incrível e inacreditável que, após olhar-me demoradamente com seus olhos azul-claros, responde-me com um beijo, a minha pergunta não pronunciada.
   Nosso trato. Se alguém ali não voltasse para casa após a viagem, seria um beijo a notícia, somente o beijo e nada mais, nenhuma palavrinha se quer seria falada.
   Agora eu sabia o por quê de minhas lágrimas teimarem em cair. Saudade antecipada traduzia tudo perfeitamente. Dor. Tristeza. Amargura. Amor.
   Fito-o ao longo do tempo. Passaríamos a noite juntos, ou melhor, a nossa última noite juntos.
   Começamos então a vagar pelas ruas desertas da cidad, abraçados, beijando-nos a toda e qualquer oportunidade. Ah, como eu sentiria falta disso... Dele... De... Nós.
   Entramos em uma pequena pensão, nomeada "L'amour", bem clichê para a cidade. Passamos pela portaria, pagamos nossa estadia de apenas umas horas e subimos. Eu estava derretida nos braços dele, naquela cena e naquele momento memoráveis.
   Terminamos de subir para o quarto 23. Adentramos-no  naquele aconchegante cantinho, com uma televisão e dvd. Pegamos um filme aleatório e colocamos para rodar, sentamos na cama. Ele começou a beijar-me o pescoço  e correspondo intensamente ao beijo chegado devagar aos lábios. O filme rodava e ninguém o via.
   Ele então prende-me verozmente contra seu corpo através de minha cintura. Apesar da baixíssima temperatura lá fora, nossos corpos faziam a temperatura do lugar ficar mais agradável.
   De repente paro. Eu não estava pronta para aquilo. Ele pergunta-me o que acontecera e, assustada, com expressão de espanto, explico-lhe meu ponto de vista. Ele entende, porém não solta-me como das outras vezes que eu lhe disse o mesmo "não!".
   Vamos aos poucos prestando atenção no filme, um româtico e clássico. Dessa vez eu não consegui manter meu "não" levando em conta a situação em que me encontrava: a última noite com ele. Desligo a televisão e vou beijando-o, do pescoço à boca, enquanto ele tira a camisa.
   Continuamos passo a passo, devagar, sem pressa, com carinho, romantismo... A cada passo, ambos ficavam mais pertos do mais puro e louco delírio. E celamos ali o nosso último encontro, em nosso último adeus.
  

terça-feira, 17 de maio de 2011

Sorrisos

   - Seu sorriso - ele diz, e sorri levemente enquanto brinca com o cabelo dela.
   - O que tem ele? - ela cora um pouquinho.
   - É o mais lindo que já vi. - abraça-a.
   - Por quê? - franzir o cenho era típico do feitio dela.
   - Porque ele é seu. - beijar a testa da garota fazia parte do feitio dele.
   - Somente por ele ser meu? - ela ri disfarçadamente, porém continua abraçada com ele.
   - Precisa de mais motivos? - ele a olha nos olhos enquanto faz um carinhho no queixo dela, esta desvia o olhar rapidamente.
   - Não. - agora o sorriso era imenso, largo,sincero e feliz, porque simplesmente estava ao lado dele - Sabe, você é diferente dos outros caras.
   - Sou? - ele parecia um tanto quanto confuso.
   - Sim, você se preocupa com detalhes: olhares,  sorriso, gestos, palavras...
   - E s ou diferente só por isso? - ele achava esse fato tão... banal, para ele, todos os garotos eram ou deveriam ser assim.
   - Claro! Os outros "homens" enxergam apenas corpo, seios, cintura, bunda, coxas. São poucos, bem poucos mesmos  os que reparam  no que somos por dentro, nos respeita em várias decisões,s em brigar, resmungar, emburrar ou parar de falar.
   - Mas não é assim que fazemos com quem a gente ama? - ele havia tirado uma única rosa vermelha do bolso e deu a ela.
   - Amamos. - repetiu ela ai receber a rosa e dar um beijo na testa dele, indicando a veracidade de seu sentimento com um pequenino gesto.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Preciosidades

   Uma alegria boa, imensa, inimaginável, intocável e sobretudo aliviante, oriunda do mais  profundo de meu coração  irradiava minha mente e arredores, me fazendo exibir involuntariamente a mais bela e mais adorada (por mim) curva de meu corpo: o sorriso.
   Este estava estampado claramente, morando em minha face há um tempo, deixando à mostra minha perfeita e corrigida arcada dentária , porém original e levemente amarelada, chegando quase no lindo branco.
   Sinceramente, eu não sabia o verdadeiro motivo de minha estrondosa felicidade. Minto, sabia sim. Jamais pensei que a saída de alguém pudesse causar-me tamanho conforto. Incrível, eu não me sentia como das outras vezes.
   Acalmem-se. Não sou do tipo de pessoa que se alegra com a "desgraça" alheia, apenas alivio-me quando fico sem alguém que me causa danos maléficos demais à minha estrutura corpórea e talvez, mental.
   Contudo, agora eu simplesmente não consigo esvarir-me de mim, apeguei-me a meu ser que, de certa forma, chega a ser engraçado. Não me troco por ninguém e passei a amar-me de tal forma a não sobrar amor para segundos e terceiros (excedam família e amigos nesse ponto).
   E sim, sinto-me completamente feliz e alegre com a minha situação de amor próprio, e não sinto a menor falta de quando eu gostava de alguém além de mim - diga-se de passagem. Meu corpo pedia esse prazer e por que não dá-lo? Não me ocupo mais com seres supérfluos.
    Usualmente eu falaria mal, me sentiria mal, xingaria, choraria por alguém que "machucou-me". Entretanto, vejo no momento que todo esse vulgo drama mexicano ou romance adolescente americano é absolutamente inútil. O tempo gasto me amando é precioso demais para ser gasto com pessoas desnecessárias.

sábado, 14 de maio de 2011

Amigos, irmãos.

   Sabe quando alguém muda completamente sua vida por simplesmente lhe chamar de amigo? Essa pessoa passa a fazer parte da sua vida de um forma totalmente inexplicável. Parte do seu coração você entrega à essa pessoa e você toma posse de uma parte do dela. Dessa forma, vocês vão vivendo, como irmãos que a vida lhe deixou escolher.
   Ah, a amizade é o maior e melhor sentimento do mundo. Por que? Reúne todos os outros em um só: amor, felicidade, ódio, saudade, angústia, tristeza, carinho... A amizade tem o dom de transfomar os sentimentos ruins em bons, e isso os amigos verdadeiros são especialistas.
   Somente agradecer aos amigos, não basta. Só dizer que ama, não basta. Chamar de melhor amigo, não basta. Demonstrar basta. Amar sem dizer também basta. Melhores, todos os amigos são. Mas nem todos que se dizem amigos, são amigos.
   Contudo, os amigos de verdade são anjos, os mais lindos, mais ternos, melhores anjos que alguém podem ter. São anjos que não cobram pelo serviço, que fazem de tudo por você. Amigos...Anjos...Irmãos...De coração.
   Apesar de só agradecer não bastar para ser amigo, eu agradeço à todos os meu amigos, perto ou longe, sempre fazem parte de mim, sempre serão meus amigos.










Post dedicado à meu amigos ( somente aqueles que considero de forma inexplicável ) : Evellyn, Tathiany Jéssica, Geyse, João Paulo, Felipe, Ana Flávia e Alexandre Júnior.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Corpo, alma e movimento

   As pontas dos pés doíam, contudo, o prazer de calçar as sapatilhas de ponta jamais foram tão imenso e convidativo. Talvez a bailarina sofresse um pouco com a dança, mas sua paixão por ela era maior. Ela havia se apaixonado por seu ofício.
   Cada passo, cada andar, cada gesto, cada sorriso, tudo escondia a enorme agonia de possuir os extremos inferiores envoltos em uma sapatilha delicada de cetim e gesso. A leveza de tal objeto parece fundir-se com o ser que o possui a tal ponto de dar a impressão de voo.
   Um voo perigoso esse alçado pelos bailarinos. um feito que remete o público à um jogo de olhares intensos, atentos e cobiçadoresque almejam movimentos precisos que somente quem sente a dança sabe como é delicioso.
   Reparem na não utilização da palavra "dançarino" nno contexto. Ora, não se passa oito anos lutando, sofrendo e vencendo numa academia para ser chamado de meros dançarinos. Dançarinos todos são, bailarinos não pertencem à esta classe.
   Dançar não é fácil, assim como viver também não é. É preciso enorme e verdadeiro vernáculo para bailar. Por função, o bailarino tem a obrigação de transparecer  a "facilidade" de seus movimentos, mesmo que não o seja assim.
   É fácil apaixonar-se pela dança, mas a reciprocidade do sentimento não é tão comum. Os movimentos longilíneos escolhem a dedo por quem apaixonar-se-ão. Entretanto, bailar não está na alma, está no coração.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

"Eu queria não querer, mas sem querer eu quero."





















Desculpem, sem muitas inspirações hoje :/ Muito decepcionada.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Verdades

   Angustiada, não consegui prender as inúmeras lágrimas que meus olhos continham. Meu coração estava pequeno, meu peito doía, a cabeça pesava, o corpo estava totalmente anestesiado de pura dor e decepção.
   Não dormia, não comia, não sonhava, nem dançar eu dançava mais, o trauma estava feito, sem volta. Meu cérebro parou de processar informações, nenhumazinha se quer passava. Uau! Eu estava com um leve ( talvez nem tão leve assim ) retardo mental.
   Quanta burrice e enganação! Quanta barbaridade e sofrimento! Meu Deus, tudo isso por meras, ridículas, sujas e estúpidas palavras de um ser totalmente inútil na bendita humanidade.
   Ah! Homens... Quisera eu poder aniquilar todo o gênero masculino enojante do planeta, e nos sobrariam apenas os bons, os cavaheiros, os educados, os mais puros e de bom coração.
    Esses sim seriam merecedores de minhas totais atenções de meus pensamentos secretos, de meus sorrisos porque nunca, jamais me fariam chorar. Eles seriam merecedores dos mais lindos e doces beijos, carinhos, palavras gentis... Um verdadeiro conto de fadas sem um fim se quer.
   Triste ilusão pensar nos príncepes modernos do nosso século XXI. Creio que viraram sapos feios e feras horrendas, ou então nem chegam a existir e temos que nos contentar com os vilões malvados que nos segue.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Tão... intenso

   - E agora? - ele perguntou, um tanto quanto preocupado e, de certo modo, angustiado também, não sabia o quê e como dizer o que sentia.
   - Não sei. - ela dizia mais preocupada ainda, verdadeiramente atordoada pelo medo que sentia.
   - Você não confia em mim? Deixa eu te guiar, você sabe o que fazer e no fundo você sabe disso, não sabe? - ele não pressionava, mas ela sentia o desejo em sua voz.
   - Confio, só sou e estou insegura, eu não sei se eu sei fazer certo. A idade, como você menciona, o momento, o fato de você ser o primeiro, tudo me confudi, eu não sei o que realmente sinto em relação à... isso entende? - havia certo tom de pedido de compreensão na voz dela.
   - Não tem o que ter medo, não há segredos, lhe garanto... - ele transmitia tal compreensão, pela voz.
   - Mas, por que você fala nisso meio desapontado?
   - Sou mais velho que você...
   - Normal, e daí?
   - E temos gostos diferentes, eu queria coisas, digamos, mais avançadas, entende?
   - Sim... - ela olha cabisbaixa para o canto, sabendo do rumo da conversa.
   - É difícil pra mim ficar só assim com você. Parece que você não gosta, ou não quer isso, e pra mim é um tanto quanto estranho, e complicado permanecer nesse estado meio "parado".
   - Eu sei. Não é que eu não goste ou não queira, só tenho medo de como seja. Só queria que me compreendesse, se realmente fosse meu amigo.
   - Medo de que? Se você confia em mim, e quer, não há porque ter medo. E justamente por eu ser seu amigo, me abro com você, gosto de conversar com você, sabe disso também.
   - Me acho nova... - ela sempre procurava esquivar-se do assunto ou achar mais um motivo para aguentar firme a situação e permanecer como estava.
   - Se pensar bem, não é. - ele tentava convencê-la.
   - Primeira vez, queria que fosse especial.... e as leis de Deus? Eu me importo.
   - Será especial se for com alguém que você queira, goste nem que como amigo, e se sinta bem. Se for assim, não há nada de errado, certo? Você acha que gosta de mim o bastante pra isso?
   - Como amigo, que nem você disse, sim. Eu quero, só tenho...
   - Medo?
   - Sim.
   - Não quer ao menos tentar? Prometo ser o melhor que eu puder, e fazer tudo da maneira mais doce, bonita e prazerosa que eu puder. - ele dizia com um carinho inimaginável, nem ela sabia desse lado "sensível" dele.
   - E se eu falhar? E se o medo for maior que o momento e eu não quiser continuar? - ela estava quase chorando.
   - Não tem motivo pra você querer parar... mas se isso acontecer, pelo menos sei que você está tentando.
   Ele a abraçou forte, confiante, com um carinho imenso. Ela ainda chorou um pouco mais, estava nervosa. Ele apagou as luzes, e com o maior cuidado e como havia prometido foi sensível, doce, carinhoso, um verdadeiro príncipe. Apesar de não ter o amor que ela esperava para a primeira vez, ela gostou, sentiu segurança.
   Agora ela estava aliviada, ele também. Ambos conseguiram, de uma forma pura, fazer tudo o que os dois queriam, apesar dos gostos, da idade, do momento, da primeira vez dela, apesar de tudo.

Doce vingança

   Lancei-lhe um olhar frio e calculista, realmente o queria matar aos poucos, dolorosa e vagarosamente pois ele havia me matado da mesma maneira. Ah, como seria lindo matá-lo.
   Dessa vez eu não fraquejaria, seria firme em meu assassinato e iria até o fim em minha decisão. Por mais que doesse e machucasse, era necessário para mim que ele estivesse morto.
   Comecei o plano de uma maneira prazerosa, como nossa "rotina": os toques doces e delicados, as mordidas leves e os beijos fervorosos. Memórias que eu levarei comigo para o túmulo.
   Logo após ele adormeceu, pois estava cansado. Parecia um lindo anjo em meu colo. Ele apresentou-se tão...tão... tão frágil apesar dos músculos à mostra. Quase deixei-me levar, quase não o matei novamente, contudo, resisti à sua irresistível beleza...
   Deixei-o no meio da noite, na mesma hora que ele havia me deixado quando assassinou-me. E quando ele acordou, deparou-se com o desespero de minha ausência, porém com a lembrança deixada em forma de um sutiã rosa e rendas pretas.
   Um leve sorriso pousou em minha face quando recebi sua ligação às 2:47 da madrugada. Não atendi, ignorei-o da pior e mais gélida maneira que pude. Doce vingança! Matá-lo de dor, angústia e desespero não tinha preço, eu sentia um êxtase imenso quando recordava-me de como o matei.
   Agora sim eu estava bem, destruí-lo me fez melhor, aniquilar seu coração "frágil" me foi deliciosamente perfeito.
   Então, acabamos assim, separados, frios, como dois estranhos um para o outro, e com um ponto interessante em comum: ambos com os corações mortos um pelo outro, devido ao sentimento que eles tinham dentro dos mesmos miocárdios. 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

"Aquele momento em que você não reconhece mais aquela pessoa. E fica se perguntando como ela passou a ser uma estranha pra você de uma hora pra outra. Fica procurando respostas à respeito do momento em que vocês se afastaram, quando aconteceu, onde e como. Aquele momento em que você percebe que mais uma pessoa resolveu ir embora da sua vida.''

   

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Veneno

   Minha necessidade de escrever era tão gigante que talvez sobre até o crescimento de uma planta eu escreveria. E realmente deveria discorrer sobre este assunto bem banal para as pessoas (interessantíssimo para mim), contudo, mais uma vez minhas mãos obedeceram minha mente fraca e novamente escrevo sobre amor.
   Amor? Não creio que este ainda exista atualmente e também acho que não seria esse sentimento que mora comigo no momento. Classificaría-lo como atração ou como dizem " o amigo que a gente beija", enfim...
   Sinceramente acho bonto o amor verdadeiro, sincero, como se as duas pessoas fossem metades que se completam perfeitamente. Também gosto muito daquela história grega onde "Zeus criou um ser de duas cabeças, quatro braços e quatro pernas, muito poderoso. Porém temendo tamanho poder, separou as cabeças, braços e pernas condenando-o a achar sua metade".
   Desde então passo a pensar sobre o encontro dessas duas metades. Deve ser algo lindamente estranho encontrar sua metaade, alguém que, mesmo que não demonstre ou fale às vezes, gosta de você.
   Pura tolice. Ao menos para mim, que nunca achei minha outra cabeça, minhas outras pernas e outros braços. Quisera eu encontrá-los, cansei da solidão.
   Mas por que mesmo estou escrevendo este texto? Contar o tanto que acho lindo um casal apaixonado? Falar que me interesso por histórias gregas ( provavelmente outros(as) gostarão )?Confessar que tenho um amigo? Discorrer sobre minha falta do que escrever? Não sei....
   Realmente acho que escrevi tudo isso à toa mesmo. Não estou muito bem hoje, acordei com uma vontade imensa de criticar a sociedade ao meu redor. Como escorrer e destilar veneno é algo muito feio, paro por aqui, achando que um dia encontrarei o resto do meu 'ser poderoso'.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Confiança

                -Pare! – ela gritava desesperadamente com suas lágrimas rolando bochechas abaixo.
                - Não! Não paro! Você tem que confiar em mim! – ele dizia igualmente alarmado, pois sentia que a estava perdendo.
                - Você sabe que está me perdendo, não sabe? Você sabe que suas mentiras estão me machucando, então, pare! – seu tom de voz se altera, a garota passa a ser agressiva e as lágrimas vão diminuindo.
                - Eu não sei mentir quando estou perto de você – por um segundo ele prendeu o choro – Me dê um motivo no mínimo aceitável para que eu faça tamanha burrice.
                - Um motivo? – pausa, ela pensa – Homens iludem, mentem, machucam, magoam. Você é homem, não é diferente.
                Ele então se aproxima dela e beija-a da forma mais doce e bela que podia. Envolveu a cintura fina da amiga, indicando que não a deixaria sair dali.
                O beijo terminou e ele a olha nos olhos. Não quis dizer nada, esperou que a pequena se pronunciasse.
                - Por que fez isso? – ao dizer, ela se afasta um pouco dele, retirando-lhe os braços da nuca.
                - Gosto de você, da sua amizade... – ele desvia o olhar.
                - Amigos, então? - ela, sempre provocante.
                - Queria algo mais? Você sabe que é muito perigoso para nós. – ele responde a altura.
                - Não, assim está bom, amigos. – ela se convencera da veracidade do amigo – Você é aquele tipo de amigo que eu permito o toque.  – sorri de leve e desvia o olhar.
                Ele a abraçou, só isso, não fez mais nada. O toque mais necessário naquele momento era este: o abraço. Olhou-a no mais profundo de seus olhos e abraçou-a novamente. Não deixou-a ir embora de seus braços.