segunda-feira, 9 de maio de 2011

Tão... intenso

   - E agora? - ele perguntou, um tanto quanto preocupado e, de certo modo, angustiado também, não sabia o quê e como dizer o que sentia.
   - Não sei. - ela dizia mais preocupada ainda, verdadeiramente atordoada pelo medo que sentia.
   - Você não confia em mim? Deixa eu te guiar, você sabe o que fazer e no fundo você sabe disso, não sabe? - ele não pressionava, mas ela sentia o desejo em sua voz.
   - Confio, só sou e estou insegura, eu não sei se eu sei fazer certo. A idade, como você menciona, o momento, o fato de você ser o primeiro, tudo me confudi, eu não sei o que realmente sinto em relação à... isso entende? - havia certo tom de pedido de compreensão na voz dela.
   - Não tem o que ter medo, não há segredos, lhe garanto... - ele transmitia tal compreensão, pela voz.
   - Mas, por que você fala nisso meio desapontado?
   - Sou mais velho que você...
   - Normal, e daí?
   - E temos gostos diferentes, eu queria coisas, digamos, mais avançadas, entende?
   - Sim... - ela olha cabisbaixa para o canto, sabendo do rumo da conversa.
   - É difícil pra mim ficar só assim com você. Parece que você não gosta, ou não quer isso, e pra mim é um tanto quanto estranho, e complicado permanecer nesse estado meio "parado".
   - Eu sei. Não é que eu não goste ou não queira, só tenho medo de como seja. Só queria que me compreendesse, se realmente fosse meu amigo.
   - Medo de que? Se você confia em mim, e quer, não há porque ter medo. E justamente por eu ser seu amigo, me abro com você, gosto de conversar com você, sabe disso também.
   - Me acho nova... - ela sempre procurava esquivar-se do assunto ou achar mais um motivo para aguentar firme a situação e permanecer como estava.
   - Se pensar bem, não é. - ele tentava convencê-la.
   - Primeira vez, queria que fosse especial.... e as leis de Deus? Eu me importo.
   - Será especial se for com alguém que você queira, goste nem que como amigo, e se sinta bem. Se for assim, não há nada de errado, certo? Você acha que gosta de mim o bastante pra isso?
   - Como amigo, que nem você disse, sim. Eu quero, só tenho...
   - Medo?
   - Sim.
   - Não quer ao menos tentar? Prometo ser o melhor que eu puder, e fazer tudo da maneira mais doce, bonita e prazerosa que eu puder. - ele dizia com um carinho inimaginável, nem ela sabia desse lado "sensível" dele.
   - E se eu falhar? E se o medo for maior que o momento e eu não quiser continuar? - ela estava quase chorando.
   - Não tem motivo pra você querer parar... mas se isso acontecer, pelo menos sei que você está tentando.
   Ele a abraçou forte, confiante, com um carinho imenso. Ela ainda chorou um pouco mais, estava nervosa. Ele apagou as luzes, e com o maior cuidado e como havia prometido foi sensível, doce, carinhoso, um verdadeiro príncipe. Apesar de não ter o amor que ela esperava para a primeira vez, ela gostou, sentiu segurança.
   Agora ela estava aliviada, ele também. Ambos conseguiram, de uma forma pura, fazer tudo o que os dois queriam, apesar dos gostos, da idade, do momento, da primeira vez dela, apesar de tudo.

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