segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ontem.

  A verdade é que, quando crescermos, começamos a esperar mais das coisas e das pessoas; Passamos a nos importar mais com os outros, do que com nós mesmos; Vivemos no rigor da vida urbana e seus estereótipos e leis; vivemos pela beleza e o “bem estar”. 
Então, constantemente ando me perguntando: Onde está aquela nossa alma de criança, que simplesmente não se importava? No limite de tudo, esperávamos ansioso por uma viagem em um fim de semana, para a casa de um tio distante, e no fim do passeio, percebíamos que nem era tudo aquilo que imaginávamos; mas nos importávamos com isso apenas por certo período de tempo, até que nos fizessem um outro convite para uma nova viagem. 
Eu realmente sinto falta dessa época. Tempos em que brincávamos com brinquedos quebrados como quem brinca com um brinquedo recém comprado; mal imaginando que, dali há alguns anos, seria nossos corações os brinquedos dos outros. 
Naquela época em que as brigas com nossos amigos eram tão constantes, mas na mesma frequência na qual aconteciam, eram resolvidas, seguidas por um abraço e um convite para uma nova brincadeira juntos.
Ah, bons tempos eram aqueles! Quando mal nos importávamos com a cor do cabelo ou da maquiagem e o uso do primeiro sutiã era quase como conquistar sua independência pessoal. 
Nunca fui do tipo nostálgica; aqueles tipos de pessoas que sempre dão vazão às lembranças do passado, mas hoje foi impossível. Diante ao mundo e seus atuais conceitos e vivências, a minha infância me parece a época perfeita. 
Por que do que adianta viver em um mundo onde o crescimento físico não significa, para muitas pessoas, o amadurecimento?! Onde antigamente o pouco era muito e hoje o muito, não significa nada?!


@Geysedmes