segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Devagarinho

   Aqueles olhos castanhos contribuem, junto com a boca singela, para a emolduração perfeita de uma obra de arte esculpida pela natureza.
   Uma pele morena clara, os cabelos lisos e um pouquinho grandes, o corpo definido, mas nada exagerado, as roupas de bom gosto, tudo na medida certa para enlouquecer.
   Ele era enlouquecedor. O sorriso tímido de lado acompanhado do desvio do olhar, o sorriso aberto, escancarado, a risada grave e gostosa, com voz de homem feito. Ele era enlouquecedor ou o seu sorriso que era?
   Os dois. Cada pedacinho dele prendia atenção de um modo único. A beleza mesclava-se ao cheiro bom de banho e um perfume masculino diferente, mas que era muito agradável ao olfato.
    Seria utópico almejá-lo.Bonito demais, carinhoso demais, cheiroso demais, inteligente demais, enlouquecedor demais, perfeito demais, longe demais. Entretanto, não podia-se largar todo o empenho de conuistá-lo, anifal, ningupem era inalcançável.
   Uau! Extremo desafio imenso estava por vir. Não importava. Nada importava, na verdade. Foco. Frente. Seguir em frente. Era necessário foco para consegui-lo e, aos poucos, ele era conquistado.
   Vê-lo se entregar era gratificante, renovador. O sentimento fluia sem pressa, a seu tempo. Ah! E que tempo bom. Era algo que não despertava pressa, cada passo era curtido, aproveitado por ambos.
   Pronto. Missão cumprida. O amor foi instalado.











@annamoud

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Amnésia

   Há tempo eu não aocrdava disposta a escrever como hoje. Contrastando, nunca estive tão inapta em relação a criatividade. É, olhar minha folha despida de palavras dessa vez não ajudou-me nenhum pouquinho, nada, zero, absolutamente nada.
   Ousei tocar a ponta do lápis na folha rosa para ver a que resultado chegava. E pronto, pus-me, como tola, a escrever as coisas sem sentido sobre minha falta de inspiração relacionada a um bobo romance jovem.
   Deixei pra lá essa situação, guardei a folha e fui fazer minhas tarefas diárias; Acabei percebendo no outro dia que havia me esquecido de coninuar a história. Corri até a escrivaninha, salvei a folha da incompleta solidão e escrevi mais um parágrafo.
   Não consegui concentrar-me mais e novamente descarreguei a folha com dois parágrafos extensos na gaveta. Adormeci. Acordei cheia de ideias e antes que o dia acabasse com o belo pôr-do-sol, escrevi três parágrafos.
   O dia acabou, faleci por exatas oito hroas e levantei com as galinhas. Engraçado, eu sentia que precisava seguir uma rotina prazeirosa, entretanto, não recordava-me qual era. segui o plano de sexta normalmente e não recordei o que queria.
   Passou-se um dia, uma semana, um mês, um, dez, quinze, trinta anos. Agora eu já estava velha, a pele enrugada, os cabelos brancos e problemas cardíacos.
    Ainda mroava na mesma casa, com praticamente todos os móveis amadeirados intactos, em especial minha escrivaninha, uma raridade na qual produzi inúmeras obras e livros durante minha carreira de escritora.
   Certo dia, abri a gaveta dela. Há trinta e sete anos eu não a abria por falta de tempo. Encontrei cartinhas da adolescência, fotos e... Um papel desbotado, mas notava-se que fora rosa. Reli-o por inteiro, seus cinco parágrafos.
   Ah1 Era ele! Aquela história de amor que eu jamais terminara devido a minha amnésia grave impedir-me de recordar dela. Sentei, acabei-a da maneira mais pura e doce. Estava pronta, agora meu coração podia partir em paz.



@annamoud

Say.

Era uma tarde de inverno. O vento atiçava as folhas nas copas das arvores, enquanto o sol se via totalmente atrás das nuvens, e por aquele momento, parecia confortável ali.
Não poderia haver cenário melhor que aquele para se aconchegar por entre as cobertas nos braços de quem se ama.
Mas para aqueles dois amantes, as coisas não estavam assim tão fáceis e deleitosas.

— Você não pode ir assim! — Ele corria atrás dela, pelo corredor, apressadamente.
— Tanto posso, quanto vou! — Ela disse decidida, enquanto carregava, com pouca
dificuldade, uma pequena mala nos braços, ao descer a escada.
— Hey, está anoitecendo... Por Deus! Espere até amanhã; temos que conversar com calma.
— Conversar?! — ela o olhou, o olhar tinha um ar irônico. — Não temos nada a conversar. Nosso casamento acabou! — ela dizia, agora, já frente a porta, prestes a sair.

No entanto, ele não deixaria as coisas daquela maneira. Ele a amava demais para simplesmente aceitar aquele auto fracasso.
Então, ela apenas pôde vê-lo praticamente arremessá-la para a porta, colando seu corpo ao dela, impedindo-a de qualquer movimento; Ela estava sendo abrigada a mirá-lo, aquela altura.

— Diga que não me ama, e eu lhe deixo ir. — Ela permanecera calada; e El sabia que ela não o diria. — Diga que não me ama quando lhe toco... — Ele levou uma das mãos a coxa esquerda dela, descoberta pelo shorts que ela usava. — Diga que não em ama quando lhe beijo... — Os lábios dele tocaram, urgentes, os dela; em uma vontade urgente de sentir-lhe o doce gosto dos lábios. — Diga que não me ama quando — Ele levou os lábios aos pés do ouvido dela. — Sussurro aos pés do teu ouvido... Diga... Diga! Diga que não ama quando fazemos amor!

Porém, antes que ela desse por si, os lábios finos e doces dela, sôfregos, procurava abrigo em meio aos lábios dele, O toque dos lábios, aquela altura, poderia ser, facilmente classificado como intensas trocas de energia. Energia essa, que percorria o corpo de ambos, aquecendo-os instantaneamente.
E, diante a tudo aquilo, as mãos falaram por si, atônitas; percorrendo os corpos, sem destino certo ou parada; até que, tempos depois, em uma explosão de paixão, se amaram outra vez. Ali mesmo, em pé, recostados a porta da sala. De modo que, depois, não houvera forças nem, sequer, motivos para ir embora.  

@geysedmes     

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Nosso

   Sinto falta de quando eu inspirava-me todos os dias com doçura e acalento pelo seu encanto. Ora, não se acanhe, chegue mais perto, sem aflições, restrições, medo, susto. Venha, aconchegue-se em meus braços novamente como fazíamos tempos atrás.
   Diga-me, não sente saudade? Eu reluto contra ela todos os dias um pouquinho mais. Parece que falta um pedacinho de prazer no meu coração, como se... Encaixássemos perfeitamente, puramente, suavemente, e esse encaixe não estivesse aqui.
   Ah! Como o passado me faz bem, em especial o nosso passado. Não percebe? É destino estarmos ''juntos'' e não pertence a nós o futuro e, neste, estaremos separados, distantes, porque fomos feitos para alçar voo e sermos livres e não para prender-nos um ao outro.
   Todavia, confesse, é lindo quando estamos nos encontramos. O contraste, o sabor, a delícia, o desejo, a falta, o cheiro, o gsoto. Os olhos fechados, o contato, o... Droga, não sei mais o que descrever.
    Você chegou à mesma conclusão que eu? De que somos partes encaixantes em completa sintonia agora? Veja, deduza, pense. E por favor, lhe imploro que não demore, venha, estou bem aqui, no lugar de sempre e você sabe muito bem disso.








@annamoud