quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Devagarinho

   E que esse ''amor'' venha devagarinho omo tem feito nestes últimos tempos. Que venha carregado de bons dias agradáveis e lembranças gostosas. Que seja doce, sete vezes.
   Não, não quero pressa. Quero a delícia do jogo da conquista que nos é imposto dia após dia nos pequenos detalhes que, afirmo com certeza, nos arranca sorrisos inigualáveis.
   Aconchegue-se. Só um pouquinho mais perto e encoste tua pele de homem feito em minha frágil pele feminina. Não exite em regalar-me com o teu belo sorriso e diga algo que nos remeta a uma gargalhada singela, porém sincera.
   Quando tudo isso acontecer, nos olharemos e, sem dizer nada, o silêncio encarregar-se-á de fazer o resto. Aquele resto bonito, sabe? Que vemos aos finais dos filmes de mocinhos-herois.
   No entanto, será o nosso começo e não o nosso fim. E será o mais lindo de todos, o mais carregado de histórias incríveis, porque simplesmente será o nosso.




@annamoud

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

So drunk

   Psicologicamente bêbada. É, foi assim que me levantei hoje. Estou com ressaca do porre de felicidade que andei tomando por aí...Acho que o coração desaprendeu a aguentar o tranco e agora qualquer motivo simples me deixa assim.
   Não sei, acho que gosto desse novo ritmo dos batimentos do coração. É como entrar em nirvana permanente, e é uma verdadeira delícia.
   Imagine: uma gigantesca paz de espírito, uma veroz felicidade se alstra no peito, a mente vaga, sem rumo, e encontra o seu melhor paraíso. Aquele peso horrível é liberado, deixando suas costas cada dia mais bonitas para a sedução.
   Ah! Que lindo, não acha? Toda e qualquer lágrima é de alívio e alegria, as brechas e peças que a vida prega sempre dão um jeitinho de arrancar-lhe não um riso, mas uma gargalhada daquelas que os outros também são contagiado e nem sabem o por quê.
   Hum... Acho que vou continuar mantendo-me embriagada, afinal, de felicidade ninguém morre mesmo.




@annamoud

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Talvez algum dia.



É que de vez em quando bate essa saudade mesmo. Essa vontade de poder refazer as coisas, ver se ao menos poderiam ter acontecido de uma forma não tão ruim. Não sei nem por que, nem como essas lembranças resolvem criar moradia dentro de mim outra vez, mas quando as percebo, já estão fixas, não pude evitar a tempo.
Não foi erro de ninguém, talvez falta de compreensão ou sabedoria. Ou até mesmo por que simplesmente deveria ser assim.
Mas eu sou humana. De vez em quando ainda me entrego à dor que existe dentro de mim em um lugar obscuro e sombrio. Às vezes eu ainda derramo algumas lágrimas e apenas rezo, pedindo a Deus que me dê compreensão para entender suas vontades e paciência para um dia interpretar qual a finalidade de Suas vontades.

@Geysedmes

domingo, 2 de setembro de 2012

S'il vous plaît

   Por tudo que for mais sagrado: ame e seja desesperadamente feliz. Modele a sua vida até que o seu riso esteja sempre armado e pronto, emoldurando um rosto simplesmente divino.
   Não importa o quão árduo ou doloroso possa ser esse processo, faça-o e não desista até chegar ao ponto final da jornada. Ultrapasse todo e qualquer obstáculo, a maneira pouco importa, mas por favor, lhe peço que ame e seja feliz.
   De fato, você deveria saver disso, afinal, que tipo de pessoa não se concentra no foco da felicidade? O problema nem é dirigido para esse lado, a questão é se embrar de vestir o quimono e entrar no tatame da vida sem tomar conhecimento dos adversários.
   Todavia, repito, reforço, busque ser alegre, vivo, busque amar e enxergar no seu coração tudo aquilo que te faz muito bem. Mas, por favor, uma última vezinha só, ame e seja feliz, tá?




@annamoud

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Go away

   Olha-me demoradamente nos olhos e diz que vai ficar tudo bem, que tudo vai passar, ''que essa dor que rasga fundo teu peito é só mais um capítulo''. Melhor, não diga nada, apenas abrace-me suficientemente forte para que tudo isso se dissolva.
   Por um instante não queria ter memória. Queria, de fato, ser igual a Lucy Whitmore (Drew Barrymore) no filme ''Como se fosse a primeira vez'', acho que machucaria menos não se recordar de absolutamente nada quando o sol obrigasse a sair da cama. 
   Droga. Qual o objetivo de certas cenas, certas pessoas, certos sentimentos e certos momentos insistirem em não desgrudar do pensamento ? Não é extremamente divino começar tudo do zero e quando a decepção chegar, pluft, tudo some e desaparece em um estalar de dedos??
   Quisera eu ser isso verdade. Quisera eu possuir as caixinhas cerebrais e a caixinha do coração vazias. Mas quer saber? Que todas elas estejam cheias mesmo, assim consigo prevenir-me de algumas coisas. 
   E quer saber de outra coisa? Faça igual a mim e a tantas outras pessoas no mundo: enfie um belo sorriso no rosto e um band-aid no coração e seja, ao menos, feliz.




@annamoud

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Não acredite nas pessoas

   Malditos são aqueles que insistem em acreditar nas pessoas. Essa história boba de ser esperançoso(a) não resolve nada, se não, o mundo seria um poo sem fundo de esperança.
   Não sei quanto a vocês, no entanto, quero profundamente acabar com cada gota que venha mostrar o arco-íris de alguém que possa ser seu. Desista, não acredite.
   Vá ser feliz, isso é uma ordem e sem ofensa ou falta de delicadeza. Deixe de, nem que seja por um diazinho só, seu coração descansar e deleitar-se da mais sincera e felicidade que é ter a sua própria companhia em qualquer lugar.
   Por onde andar, carregue-se consigo, seja forte, levante a cabeça e de peito fechado a sete chaves, encare todos os que vierem arrancar-lhe de si. Ouça-me: não se deixe em qualquer lugar e não creia em qualquer pessoa.
   Tampouco sonhe. Não. Esta é a primeira regra. NÃO SONHE, não deseje também, a decepção sempre virá logo em seguida. Mas lembre-se de excluir seu sonho ou desejo em relação as pessoas, elas não merecem.
   De certo modo esta seja uma revolta pessoal, não sei afirmar nada nesse sentido. No entanto, peço-lhe novamente, mais uma vezinha só: não acredite nas pessoas. Repita quantas vezes forem necessárias: não acredite nas pessoas. 







@annamoud

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Sweet

   Os olhos se apertavam para formar o riso frouxo que ela desencadeava nele. Também pudera, a pequena era linda, bem feita, tudo perfeito para os padrões de felicidade que o coração dele exigia.
   Aqueles sonhos que o climinha carioca de desembro proporcionava para que ambos se encaixassem no lindo pôr do sol que se via às seis e treze em uma das pedras do Arpuador.
   Uau! Quão lindo era combinar os brancos sorrisos anexos aos beijos doces e apaixonados tendo como plateia um mar estupidamente azul qe se fundia com o rosado dos raios finais  que mais para cima alcançavam o alaranjado.
   Era tão acalentador vê-los ali, sem fazer nada, apenas sentindo a essência que o outro tinha a oferecer. As mãos que se misturavam e o mesmo tom de pele que os fazia parecerem um só naquela aquarela natural.
   Talvez aquela cena fosse uma lição, onde todos aprederiam que, no fundo, o ''verdadeiro'' amor é aquele que não se explica, apenas se sente, nos pequenos detalhes.






@annamoud

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Confusão.


Sentir-se confusa, para ela era um clichê constante em sua vida. No entanto, a confusão nunca havia parecido tão parte dela, como agora.
Ela podia quase sentir o estômago dar cambalhotas, enquanto sua mente vagava por entremeio às inúmeras teorias em relação aos sentimentos que lhe tomavam o peito. Mas ela não conseguia nada além de voltar ao seu ponto de partida; a confusão.
E por Deus! Ela havia, por fim, alcançado uma das etapas mais importantes de sua vida e ela precisava sentir tudo, menos aquilo; aquela confusão que lhe dilacerava os sentidos, o coração e os sentimentos.
Talvez fosse medo e houvesse uma saída.
Ela precisava voltar a encontrar consigo mesma. Por que ao sentir tudo o que a vida vinha lhe proporcionando, a certeza já lhe era artigo de luxo e nunca é vendido sem pagamento prévo; Sem que sua alma, seu coração e seus sentimentos estivessem em sintonia perfeita.

@Geysedmes

terça-feira, 31 de julho de 2012

Querer e Perceber.


Ela estava farta de ver a ingenuidade sincera de uma criança; a felicidade de um adolescente ao ir ao show de sua banda favorita; o amor brilhando no cristal dos olhos de pessoas desconhecidas; da cumplicidade de uma troca de olhares entre um casal de idosos que se amam. Ela estava farta de ver um pouco de tudo aquilo que ela queria, mas não tinha.
Era jovem, era verdade; mas ultimamente as coisas e as pessoas, para ela, não tinham o mesmo encanto.
Será que algum dia voltaria a sentir, pelo menos por um milésimo de segundo todos aqueles sentimentos bons da infância, que sua adolescência havia lhe roubado? Será que um dia conseguiria ir ao show da sua banda preferida e sentiria toda aquela energia tomando conta dela? Será que algum dia encontraria aquele amor que, de tão grande, explodisse brilhando em seus olhos? Será que algum dia, no fim da sua vida, teria aquele mesmo homem, que um dia lhe roubara seu coração, ao seu lado?
Seus dias e seus gestos eram sempre os mesmos, sem nada que acontecesse e que a fizesse dizer “Uau!” e esboçar um sorriso peculiarmente sincero, dando-lhe um pouco de alegria, algo que faltava dentro do coração vazio e gélido, pela ausência de um pouco de calor, de amor.
Queria sentir tudo e não saber descrever nada; queria poder fazer aqueles tipos de coisas que todos acham idiotas, mas que feitas a dois, sempre é uma das coisas que permanecem mais vividamente em nossa memória; queria passar noites pensando; queria até mesmo chorar, já que sabe que não existem amores sem lágrimas; queria abraços apertados; beijos demorados; Queria sentir que a vida era aquilo que sentia, e não o que via, nem aquilo que imaginava; queria perceber que a vida era melhor, maior e principalmente, além de tudo aquilo que ela um dia queria.

@Geysedmes

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Smiles

                Talvez não precisemos de muita coisa para viver. Não sei... de certo modo tudo que é simples me deixa feliz. Muito feliz. Muito mesmo. Aquela felicidade que só de você se lembrar de alguma coisa já se sente satisfeito.
                Acho que começo essa coleção de felicidades com um sorriso. Ah! Que coisa mais bela é o sorriso. E é tão simples, concorda? Basta curvar um pouquinho os lábios, não precisa nem mostrar a arcada dentária, apesar deste tipo de sorrir é o que mais me agrada.
                Ora, o seu sorriso me agrada. Um sorriso que é capaz de transformar o dia de qualquer um. Sim, sou amante da melhor e mais bela curva de seu corpo, e me é extremamente agradável admirá-lo horas a fio, imaginando o motivo pelo qual você o abriu tão lindamente.
                Não, não vamos confundir as coisas. Estou apaixonada pelo seu sorriso, é só, embora não possa negar que às vezes me apaixono na nossa amizade. Acho que é exatamente essa parceria que criamos que nos faz abrir um sorriso leve e benéfico em nós ou então nos faz gargalhar por alguma bobeira que dissemos... É simplesmente isso.
                Viu? Apaixono-me pelo simples, pelo singelo, pela essência. E o sorriso lidera o topo da lista. Acho que o seu sorriso, na verdade, é o que lidera. Pronto, já estou feliz, por completo.










@annamoud

Whatever

   Por tantas e tantas vezes voC~e se sente tão... Nada. Os olhares não mais lhes pertence, os sorrisos fáceis se tornaram raros. Não se preocupe, isso é sinal de que você cresceu. E muito.
   Todavia é tão inevitável sentir aquele enjoo quando se percebe que não há mais nada para você. Nada. Agora, além dos olhares e sorrisos, todo o resto se perdeu: o carinho, a atenção, o respeito, a admiração, o aconchego que só era encontrado ali.
   Pobre menina. Tão moça e já tão perdida. O olhar trsitoho, a postura cabisbaixa, o entrelaçar dos dedos, a taquicardia que indicava a ansiedade que pedia remédio diário e caro.
   Ora, o tempo não era aliado. Não curava o mal que o remédio tentava amenizar. Coitada da menina. Tão jovem e já sofria tanto, As lágrimas já desciam em carreiras e não mais de par em par como antigamente.
   Ah! Que saudosa infância! Quãod doce era a perfeita inocência que a mantinha imune do terrível mundo. Por que diabos fora crescer? Por quê? Por que raios ela não poderia continuar criança e achar tudo tão lindo e feliz?
   Mais uma vez, o tempo é o vilão da história. Ele teimava em fazê-la mulher bem depressa. A pobre coitada mal piscava os olhos e todos os dias era menos feliz, mais adulta e aos poucos começou a reparar os enormes estragos que o crescimento lhe fazia.
   Droga. Merda. Toda oportunidade para xingamento era bem vinda e bem aproveitada. Mas mesmo assi, droga, merda, ela crescera. Já não era mais a pequena da família, e agora, sofria com a falta que o amor lhe fazia.













@annamoud

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Grow up


Chegaram ao quarto do hotel de luxo sedentos por diversão. Não tardam em começá-la internamente, sem preocupar-se com o depois.
ele a joga na cama e sai beijando-lhe o corpo. Ao emsmo tempo, ele desfaz facilmente o laço e o nó do corselet branco daquela mulher. Ela arranca-lhe a camisa social de manga três quartos, na cor verde musgo.
O zíper da calça jeans dela emperra. Ele força e arrebenta. A calça social preta desliza fácil para baixo. A temperatura corporal sobe em ambos e aumenta ainda mais quando o casal chega a nudez.
encontrar o estado natural do ser humano dava-lhes mais prazer. As mãos largas e macias dele percorriam todo o corpo nu dela e as dela faziam o mesmo com ele. Os beijos, chupões e mordidas feitos por cada um arrancavam gemidos manhosos dela e excitantes dele.
Conseguiram descobrir o clímax dos corpos. Após o feito, estavam exaustos, quase cochilando. Não o fizeram e ela olha o relógio: 03:42 da manhã. Nunca durara tanto. Aliviou-se.
dessa vez, ele levantou-se, olhou o esculpido corpo branco deitado na cama. Orgulhou-se do desempenho, vestiu a roupa que usara no coquetel e saiu. Não deixou nome, contato.
A única pista para ela era uma cueca box cinza clara, com escritos em branco. Guardou-a, como lembrança, na bala. Vestiu o corselet branco e falça jeans sem botão, calçou o salto vermelho, retocou a maquiagem, pagou o hotel e guardou na memória a sua breve passagem por Londres.












@annamoud

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Conquistas

   - Eu poderia ir além.
   - Ham? - ela assustou-se um pouco com a fala.
   - Posso ir além da sua mente, da sua cabeça, dos seus sentimentos, ir além de tudo isso. - O olhar era focado nos olhos dela, no sorriso. Nada naquele corpo milimetricamente perfeito se comparava à beleza dos olhos verdes e sorriso branco.
   - Onde quer chegar, então?  - sorriu de canto, linda!
   - No seu coração. - a pertou a ponta do nariz da pequerruxa.
   - Ah! É? Por quê? - riu delicadamente.
   - Se eu conseguir chegar nele, terei conseguido você, para sempre, assim como você me conseguiu.
   - Eu lhe consegui? Como? - sou olhar brilhante reinava sobre o dele.
   - Sendo você, me amando a cada dia. Mas, você me deixa lhe conseguir?
   - E quem disse que você não me conseguiu? - sorriu.
   Sorriu largamente, na verdade. Abraçou-o. Amou-o. E isso basta.












@annamoud

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Brincadeira de amor

   Com os olhos marejados, ela mal conseguia admirar a bela noite à beira da praia de 31 de março.Aconchegou-se por sobre a toalha cor de creme estendida na areia e ele chegou de repente, com um sorriso torto que sempre a fazia sorrir.
   A mão grande e macia dele lisa a coxa morena à mostra devido o mini comprimento do vestidinho de seda branca. Mira-o e acaricia o maxilar marcado pela barba por fazer e desvia o castanho olhar.
   Ele, então, bem devagarinho beija-he o pescoço, mordiscando-o levemente até chegar aos pequenos e carnudos lábios. À essa altura, os dedos faziam a epiderme dorsal arrepiar-se abruptamente.
   Paulatinamente, um se entrega ao outro como na primeira vez. A roupa feminina vai dando lugar à pele bronzeada que ganhava um lindo tom de cobre através da lua.
   O branco epitelial masculino que suava também ganhava uma coloração mágica na meia luz. A leve brisa marinha unia ainda mais os corpos desnudos que brincavam um pouco de se amar na areia.
   Ah! Como era bom aquele tempinho a dois sendo aproveitado com nenhuma palavra completa, apenas os sussurros prazerosos que soavam suavemente como música clássica aos ouvidos de um solista de ópera.
   O tempo parecia estagnar-se, era como se ele souesse que aquelas poucas horas teriam que durar o máximo possível. E como aproveitavam. Apesar do pouco espaço, experimentavam tudo que era possível e ainda inventavam outras coisinhas mais.
   Depois, quando a lua deu lugar ao sol, mesmo cansados, não paravam de agir naturalmente com o entrelace de dedos que evidenciava o contraste de cor, amor, sabo, sensualidade, paz. Era algo carinhoso e tão bonito de se ver.
   Os escuros olhos dela fixavam-se, ao mesmo tempo da união das mãos, nos verdes olhos dele, que brilhavam de felicidade, porém eram carregados de tristeza por causa da saudade que sentiria quando o sinal tocasse.
   Tocou. ''Droga'', praguejaram. Agora, acumulariam uma semana de desejo e saudadezinha, para que a cobertura do melhor prédio da cidade pudesse vê-los brincar mais uma vez.












@annamoud

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Roteiro.


Seria aquilo mesmo a vida? Seria esperar em vão? Seria se distrair e encontrar?
Ela não sabia. Na verdade, ela nada sabia da vida.
No mesmo instante em que seu futuro era totalmente certo, como em um roteiro milimetricamente escrito e revisado, ele apareceu. Apareceu tão desapercebidamente que nem nos momentos em que ele se fez perceber, ela percebeu.
Mas, houve um momento em que a escuridão fez com que eles se enxergassem, e então, todo aquele roteiro cuidadosamente escrito, que até segundos antes estava sendo seguido, não significava muito.
Por que naqueles instantes que estivera com ele, o errado parecia certo, mas extremamente confortável, apropriado, desejado. Como se estar ao lado dele, mesmo sabendo que não poderia, fosse aquilo que ela deveria fazer, sem hesitar; como se, ao se deixar levar por ele, ela pudesse encontrar um pouco dela. Um pouco de suas loucuras, vontades, desejos, e insanidades. Um pouco de algo que ela gostaria de sentir, e gostava de sentir ao lado dele. Algo sem nome, características, mas que ele a fazia sentir, involuntariamente.
Mas, ela não podia. Não era nada proibido. Era apenas por que ela deveria seguir em frente; trilhar outros caminhos, longe dele, sem ele. Novamente era hora de seguir aquele roteiro, sem se dar ao luxo de pequenos desvios pelo caminho.

@Geysedmes

terça-feira, 3 de julho de 2012

Missing

          
      Todos os dias ela sentia saudade. De vez em quando não sabia ao certo a causa desse sentimento, entretanto, em maioria, era a dança. Ah! Como a dança lhe fazia falta.
   O corpo magr e cansado da luta diária pela sobrevivência, os joelhos que já não eram mais os mesmos, a expressão da face, o cérebro e principalmente o coração pediam alguns míseros passinhos, nem que por cinco minutos, mas que fossem suficientes para adicionar amor.
   Amor pelo toque da pele com a meia cor-de-roa e as dolorosas sapatilhas de ponta douradas que absorviam os pés com desconforto, insegurança e prazer. Amor pelos aplausos merecidos ao final de um belo espetáculo em que gotas de suor foram sacrificadas em prol do sorriso nas arcadas dentárias do público leigo.
   Digo leigo na técnica e não no amor, afinal, os olhos de quem verdadeiramente admira a dança, ama com ou sem perfeição Mas nada melhor que, numa noite em especial, as coxias se abrirem e darem espaço para os mais belos bailes, de  qualquer parte do mundo, bem ali, diante dos olhos bobos que acompanham passo a passo, pedindo sempre um pouco mais.
   Um desespero, a ansiedade que precede o espetáculo, segundos antes da taquicardia ao ouvir os pequenos que estrearem a apresentação dizerem ''A casa está cheia''. Sinceramente, nunca achei frase mais clichê e mais significante. Ela também via o significado da frase, não o de sucesso, mas o de admiração, respeito e que o esforçr tem valido a pena.
   ''Merda'', ela preguejava a toda oportunidade que aparecia. O seu esforço fora em vão. As lágrimas derramadas por dor, por alegria, por alívio, por paixão, todas elas não serviram para nada, uma vez que agora o mundo ''balético'' onde ela vivia havia desabado. Só restava mesmo a marga saudade.
   Um gosto que ela não recomendaria nem para o pior inimigo. O miocárdio fraco batia somente por necessidade, não gostava mais da função que lhe era atribuída (pulsar para dançar) e o chorinho idêntico ao de um bebê recém-nascido que queria colo.
   Ela queria colo. Ela precisava de colo. Mas não um colo qualquer, ela carecia de ser envolvida pela música, pela dança, pelo amor.



































@annamoud

terça-feira, 19 de junho de 2012

Liberté

   De certo modo o coração dela encontrava-se acalentado pelo raiar do dia. Uma sexta-feira, ''Graças a Deus'', dia de, talvez, sair com uns amigos para comemroar a noite mais mal dormida de toda sua vida.
   Bem, não seria o sono que lhe tiraria o sorriso no rosto, o riso fácil que lhe dava uma sensação prazerosa semelhante ao orgasmo do último final de semana, e tudo isso se mesclava ao principal motivo de tanto bem estar: o alívio.
   Alívio este que desencadeava uma abrupta e abundante descarga de adrenalina e felicidade. Ela não precisava deleitar-se de nenhum doce ou cafeína para manter-se enérgica, só o fato de estar viva e principalmente sem ele, já era suficiente.
   Durante anos, via-se acorrentada a um sótão velho e empoeirado de dor, de angústia e traumas que vivia quando o típico galã do sorriso irradiante encontrava-se por perto, usando o pescoço sedutor, as curvas enlouquecedoras da cintura e o coração inocente da moça para o próprio prazer.
   Contuo, agora era passado, as amarras estavam desfeitas e empregnadas no túmulo onde ele estava enterrado, um local horrendo e pior que qualquer outro.
   Indiferença. Sim, o último local onde o moreno queria estar. E estava. E ela sentia o maior prazer em mantê-lo ali, do mesmo modo com que ele usufruia do corpinho enxuto da jovem.
   Ah! Como era bom ser livre. Ser e não simplesmente estar. A alegria que a tomava por inteiro e fizera-a passar a noite em claro, perduraria o resto de sua vida, pelo menos até encontrar um novo ''amor''.







@annamoud

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ontem.

  A verdade é que, quando crescermos, começamos a esperar mais das coisas e das pessoas; Passamos a nos importar mais com os outros, do que com nós mesmos; Vivemos no rigor da vida urbana e seus estereótipos e leis; vivemos pela beleza e o “bem estar”. 
Então, constantemente ando me perguntando: Onde está aquela nossa alma de criança, que simplesmente não se importava? No limite de tudo, esperávamos ansioso por uma viagem em um fim de semana, para a casa de um tio distante, e no fim do passeio, percebíamos que nem era tudo aquilo que imaginávamos; mas nos importávamos com isso apenas por certo período de tempo, até que nos fizessem um outro convite para uma nova viagem. 
Eu realmente sinto falta dessa época. Tempos em que brincávamos com brinquedos quebrados como quem brinca com um brinquedo recém comprado; mal imaginando que, dali há alguns anos, seria nossos corações os brinquedos dos outros. 
Naquela época em que as brigas com nossos amigos eram tão constantes, mas na mesma frequência na qual aconteciam, eram resolvidas, seguidas por um abraço e um convite para uma nova brincadeira juntos.
Ah, bons tempos eram aqueles! Quando mal nos importávamos com a cor do cabelo ou da maquiagem e o uso do primeiro sutiã era quase como conquistar sua independência pessoal. 
Nunca fui do tipo nostálgica; aqueles tipos de pessoas que sempre dão vazão às lembranças do passado, mas hoje foi impossível. Diante ao mundo e seus atuais conceitos e vivências, a minha infância me parece a época perfeita. 
Por que do que adianta viver em um mundo onde o crescimento físico não significa, para muitas pessoas, o amadurecimento?! Onde antigamente o pouco era muito e hoje o muito, não significa nada?!


@Geysedmes

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Mrs. Deception.

Durante muito tempo, eu não me sentia assim.
A verdade era que eu havia criado um tipo de bloqueio para sentimentos como aquele. Mas, no momento em que eu o ouvi dizer o que eu pensei que nem tão cedo escutaria, meu coração disparou.
Um pequeno terremoto que destruiu de uma vez só, todas as barreiras que eu havia criado ao redor do meu coração, tornando-se nada além de um muro destruído.
“Eu estou voltando...”, “Eu quero te ver!” Frases curtas, porém, para mim, carregada de significados diferentes. Lembranças, saudades... Sentimentos.
Aquilo foi como redescobrir o meu próprio eu. Voltar a ter a plena noção sobre os sentimentos que habitavam em mim e que eu mesmo, há muito, não os percebia. E apesar de, a principio, me assustar, gostei do sentimento que logo me invadiu. Algo como esperança.
Mas, então, tão de repente quanto a esperança havia me batido à porta, a decepção se fez presente. Tomando o lugar de todo e qualquer sentimento bom, fez moradia dentro de mim assim que, relutante á própria realidade, admiti a mim mesma que ele não viria.
E mais uma vez, deixei que a decepção tratasse de construir seus altos muros dentro de mim, e morasse ali, definitivamente.
Morando dentro de mim, talvez, eu me acostumasse, já que as várias visitas surpresas da Sra. Decepção, acabava sempre com o pouco que ainda restava de mim. 

@geysedmes

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Live!

Quisera eu que a vida fosse tão fácil ao ponto das pessoas serem privilegiados de modo a poderem viver de seus sonhos. Seria tão bom sonhar, lutar e realizar, não é?! Na teoria isso é tão fácil, tão simplório... Mas, como eu disse, apenas na teoria. Conquistar um sonho, fazê-lo realidade, é uma missão de vida! É mais que um simples acontecimento. Realizar é um reflexo de ações e escolhas. Como se fosse uma ligação química. Cada substância se completando a outra e formando, no final de tudo, uma outra substância. Substância essa que se apossa de nós em uma explosão de felicidade por termos conseguido.
Mas, na ação as coisas são realmente bem diferentes.
E muitas vezes as pessoas não suportam toda a luta e desistem no meio do caminho. Desistem por falta de forças e motivação; desistem por que não suportam mais a pressão e a falta de fé. Desistem, simplesmente.
Mas, devemos concordar que muitas vezes elas têm motivos para isso.
Sendo sincera: todos os seres humanos têm dentro de si um sonho frustrado. Um sonho morto. Algo inacabado.
Alguns escolhem viver da realidade; mesmo que vivam como se estivessem fora de órbita ou fossem mortos-vivos. Mas ainda sim, vivem; ou melhor, vegetam.
Eu sei que ninguém desejaria uma vida assim, não é? Então você deve estar se perguntando “o que fazer, então?” Eu lhe respondo, e respondo com desejo de que você escute meu conselho: Muitos sonhos não estão mortos dentro da gente; vários dos nossos sonhos nem sequer desapareceram... Eles apenas adormeceram. E quer saber como despertá-lo? Abra seus olhos. Mas eu não digo teoricamente... Eu digo espiritualmente. Abra-os e mire ao seu redor. O que você vê lhe agrada? Acho que no fundo, não. Pois então, sugiro a você que direcione seus olhos pra dentro de você. Percebeu o que acontece? Então, quer realmente reacender dentro de você seus sonhos?! Repita comigo: “Eu sou capaz”. Vamos! Sem receio; afinal de contas, o que você está perdendo com isso?! Sentiu? Eu sei que algo você sentiu!
Sabe o que você pode fazer agora?
Viva sua realidade. Viva. Viva verdadeiramente sua realidade apenas pelo fato de que, se realmente quiser e lutar pelo seu sonho, poderá fazer da sua realidade, em algum momento, depois de muita luta, um sonho sem fim. Algo constante e verdadeiro.

@Geysedmes