Seria aquilo mesmo a vida? Seria esperar em vão? Seria se distrair
e encontrar?
Ela não sabia. Na verdade, ela nada sabia da vida.
No mesmo instante em que seu futuro era totalmente certo,
como em um roteiro milimetricamente escrito e revisado, ele apareceu. Apareceu
tão desapercebidamente que nem nos momentos em que ele se fez perceber, ela
percebeu.
Mas, houve um momento em que a escuridão fez com que eles se
enxergassem, e então, todo aquele roteiro cuidadosamente escrito, que até
segundos antes estava sendo seguido, não significava muito.
Por que naqueles instantes que estivera com ele, o errado parecia
certo, mas extremamente confortável, apropriado, desejado. Como se estar ao
lado dele, mesmo sabendo que não poderia, fosse aquilo que ela deveria fazer,
sem hesitar; como se, ao se deixar levar por ele, ela pudesse encontrar um pouco
dela. Um pouco de suas loucuras, vontades, desejos, e insanidades. Um pouco de
algo que ela gostaria de sentir, e gostava de sentir ao lado dele. Algo sem
nome, características, mas que ele a fazia sentir, involuntariamente.
Mas, ela não podia. Não era nada proibido. Era apenas por
que ela deveria seguir em frente; trilhar outros caminhos, longe dele, sem ele.
Novamente era hora de seguir aquele roteiro, sem se dar ao luxo de pequenos
desvios pelo caminho.
@Geysedmes
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