terça-feira, 31 de julho de 2012

Querer e Perceber.


Ela estava farta de ver a ingenuidade sincera de uma criança; a felicidade de um adolescente ao ir ao show de sua banda favorita; o amor brilhando no cristal dos olhos de pessoas desconhecidas; da cumplicidade de uma troca de olhares entre um casal de idosos que se amam. Ela estava farta de ver um pouco de tudo aquilo que ela queria, mas não tinha.
Era jovem, era verdade; mas ultimamente as coisas e as pessoas, para ela, não tinham o mesmo encanto.
Será que algum dia voltaria a sentir, pelo menos por um milésimo de segundo todos aqueles sentimentos bons da infância, que sua adolescência havia lhe roubado? Será que um dia conseguiria ir ao show da sua banda preferida e sentiria toda aquela energia tomando conta dela? Será que algum dia encontraria aquele amor que, de tão grande, explodisse brilhando em seus olhos? Será que algum dia, no fim da sua vida, teria aquele mesmo homem, que um dia lhe roubara seu coração, ao seu lado?
Seus dias e seus gestos eram sempre os mesmos, sem nada que acontecesse e que a fizesse dizer “Uau!” e esboçar um sorriso peculiarmente sincero, dando-lhe um pouco de alegria, algo que faltava dentro do coração vazio e gélido, pela ausência de um pouco de calor, de amor.
Queria sentir tudo e não saber descrever nada; queria poder fazer aqueles tipos de coisas que todos acham idiotas, mas que feitas a dois, sempre é uma das coisas que permanecem mais vividamente em nossa memória; queria passar noites pensando; queria até mesmo chorar, já que sabe que não existem amores sem lágrimas; queria abraços apertados; beijos demorados; Queria sentir que a vida era aquilo que sentia, e não o que via, nem aquilo que imaginava; queria perceber que a vida era melhor, maior e principalmente, além de tudo aquilo que ela um dia queria.

@Geysedmes

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