quarta-feira, 15 de abril de 2015

Nunca um ponto final.

O grande problema dela era o seguinte: o orgulho era imenso, mas em contra partida, às vezes, o senso lhe faltava. Naquele momento, por exemplo, a falta de senso foi o que fez ela pegar o celular em cima da mesa, assim, mostrando-se bem despreocupada. Entretanto, por dentro o coração estava acelerado.
Para pessoas normais, aquilo era falta de vergonha na cara e muitas outras coisas maldosas. E realmente poderia até ser. Porém para ela existia uma explicação mais plausível e que uma única palavra explicaria: saudades.
Ela discou o número que, mesmo que em um acesso de raiva tivesse apagado, sabia decorado. Tocou uma, duas, três vezes. Na quarta, quando ela estava para desistir, a ligação fora atendida. Silêncio.

"Atrapalho?" Ela perguntou nervosa.
"Hm." O murmuro soou do outro lado da linha.
"Você está com alguém?"
"Sim." Curto e grosso como sempre.

Desligaram.
No mesmo silêncio que iniciaram a ligação.
No mesmo silêncio que finalizaram o último encontro.
No mesmo silêncio que para outras pessoas poderia ser incômodo, para eles era normal.
Normalidade. É... Algo que nunca existiu entre eles.
Ela não sabia porque fazia isso consigo mesma. Mesmo que não quisesse, era ele que lhe causava as mais variadas e gostosas sensações e... Droga! Porque tinha que ser assim? Ela sabia que precisava deixar toda àquela complicação de lado para se abrir à novas opções e novidades. Ela sabia que enquanto não o deixasse ir, não conseguiria ser livre, por estar tão presa a ele. Ela sabia de tudo. Sabia e não queria aceitar. Não queria por que era possessiva demais, e deixa-lo ir significava que uma parte dela também iria embora. Uma parte que ela não sabia se conseguiria viver sem.


Fernanda Aracelly

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