terça-feira, 31 de julho de 2012

Querer e Perceber.


Ela estava farta de ver a ingenuidade sincera de uma criança; a felicidade de um adolescente ao ir ao show de sua banda favorita; o amor brilhando no cristal dos olhos de pessoas desconhecidas; da cumplicidade de uma troca de olhares entre um casal de idosos que se amam. Ela estava farta de ver um pouco de tudo aquilo que ela queria, mas não tinha.
Era jovem, era verdade; mas ultimamente as coisas e as pessoas, para ela, não tinham o mesmo encanto.
Será que algum dia voltaria a sentir, pelo menos por um milésimo de segundo todos aqueles sentimentos bons da infância, que sua adolescência havia lhe roubado? Será que um dia conseguiria ir ao show da sua banda preferida e sentiria toda aquela energia tomando conta dela? Será que algum dia encontraria aquele amor que, de tão grande, explodisse brilhando em seus olhos? Será que algum dia, no fim da sua vida, teria aquele mesmo homem, que um dia lhe roubara seu coração, ao seu lado?
Seus dias e seus gestos eram sempre os mesmos, sem nada que acontecesse e que a fizesse dizer “Uau!” e esboçar um sorriso peculiarmente sincero, dando-lhe um pouco de alegria, algo que faltava dentro do coração vazio e gélido, pela ausência de um pouco de calor, de amor.
Queria sentir tudo e não saber descrever nada; queria poder fazer aqueles tipos de coisas que todos acham idiotas, mas que feitas a dois, sempre é uma das coisas que permanecem mais vividamente em nossa memória; queria passar noites pensando; queria até mesmo chorar, já que sabe que não existem amores sem lágrimas; queria abraços apertados; beijos demorados; Queria sentir que a vida era aquilo que sentia, e não o que via, nem aquilo que imaginava; queria perceber que a vida era melhor, maior e principalmente, além de tudo aquilo que ela um dia queria.

@Geysedmes

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Smiles

                Talvez não precisemos de muita coisa para viver. Não sei... de certo modo tudo que é simples me deixa feliz. Muito feliz. Muito mesmo. Aquela felicidade que só de você se lembrar de alguma coisa já se sente satisfeito.
                Acho que começo essa coleção de felicidades com um sorriso. Ah! Que coisa mais bela é o sorriso. E é tão simples, concorda? Basta curvar um pouquinho os lábios, não precisa nem mostrar a arcada dentária, apesar deste tipo de sorrir é o que mais me agrada.
                Ora, o seu sorriso me agrada. Um sorriso que é capaz de transformar o dia de qualquer um. Sim, sou amante da melhor e mais bela curva de seu corpo, e me é extremamente agradável admirá-lo horas a fio, imaginando o motivo pelo qual você o abriu tão lindamente.
                Não, não vamos confundir as coisas. Estou apaixonada pelo seu sorriso, é só, embora não possa negar que às vezes me apaixono na nossa amizade. Acho que é exatamente essa parceria que criamos que nos faz abrir um sorriso leve e benéfico em nós ou então nos faz gargalhar por alguma bobeira que dissemos... É simplesmente isso.
                Viu? Apaixono-me pelo simples, pelo singelo, pela essência. E o sorriso lidera o topo da lista. Acho que o seu sorriso, na verdade, é o que lidera. Pronto, já estou feliz, por completo.










@annamoud

Whatever

   Por tantas e tantas vezes voC~e se sente tão... Nada. Os olhares não mais lhes pertence, os sorrisos fáceis se tornaram raros. Não se preocupe, isso é sinal de que você cresceu. E muito.
   Todavia é tão inevitável sentir aquele enjoo quando se percebe que não há mais nada para você. Nada. Agora, além dos olhares e sorrisos, todo o resto se perdeu: o carinho, a atenção, o respeito, a admiração, o aconchego que só era encontrado ali.
   Pobre menina. Tão moça e já tão perdida. O olhar trsitoho, a postura cabisbaixa, o entrelaçar dos dedos, a taquicardia que indicava a ansiedade que pedia remédio diário e caro.
   Ora, o tempo não era aliado. Não curava o mal que o remédio tentava amenizar. Coitada da menina. Tão jovem e já sofria tanto, As lágrimas já desciam em carreiras e não mais de par em par como antigamente.
   Ah! Que saudosa infância! Quãod doce era a perfeita inocência que a mantinha imune do terrível mundo. Por que diabos fora crescer? Por quê? Por que raios ela não poderia continuar criança e achar tudo tão lindo e feliz?
   Mais uma vez, o tempo é o vilão da história. Ele teimava em fazê-la mulher bem depressa. A pobre coitada mal piscava os olhos e todos os dias era menos feliz, mais adulta e aos poucos começou a reparar os enormes estragos que o crescimento lhe fazia.
   Droga. Merda. Toda oportunidade para xingamento era bem vinda e bem aproveitada. Mas mesmo assi, droga, merda, ela crescera. Já não era mais a pequena da família, e agora, sofria com a falta que o amor lhe fazia.













@annamoud

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Grow up


Chegaram ao quarto do hotel de luxo sedentos por diversão. Não tardam em começá-la internamente, sem preocupar-se com o depois.
ele a joga na cama e sai beijando-lhe o corpo. Ao emsmo tempo, ele desfaz facilmente o laço e o nó do corselet branco daquela mulher. Ela arranca-lhe a camisa social de manga três quartos, na cor verde musgo.
O zíper da calça jeans dela emperra. Ele força e arrebenta. A calça social preta desliza fácil para baixo. A temperatura corporal sobe em ambos e aumenta ainda mais quando o casal chega a nudez.
encontrar o estado natural do ser humano dava-lhes mais prazer. As mãos largas e macias dele percorriam todo o corpo nu dela e as dela faziam o mesmo com ele. Os beijos, chupões e mordidas feitos por cada um arrancavam gemidos manhosos dela e excitantes dele.
Conseguiram descobrir o clímax dos corpos. Após o feito, estavam exaustos, quase cochilando. Não o fizeram e ela olha o relógio: 03:42 da manhã. Nunca durara tanto. Aliviou-se.
dessa vez, ele levantou-se, olhou o esculpido corpo branco deitado na cama. Orgulhou-se do desempenho, vestiu a roupa que usara no coquetel e saiu. Não deixou nome, contato.
A única pista para ela era uma cueca box cinza clara, com escritos em branco. Guardou-a, como lembrança, na bala. Vestiu o corselet branco e falça jeans sem botão, calçou o salto vermelho, retocou a maquiagem, pagou o hotel e guardou na memória a sua breve passagem por Londres.












@annamoud

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Conquistas

   - Eu poderia ir além.
   - Ham? - ela assustou-se um pouco com a fala.
   - Posso ir além da sua mente, da sua cabeça, dos seus sentimentos, ir além de tudo isso. - O olhar era focado nos olhos dela, no sorriso. Nada naquele corpo milimetricamente perfeito se comparava à beleza dos olhos verdes e sorriso branco.
   - Onde quer chegar, então?  - sorriu de canto, linda!
   - No seu coração. - a pertou a ponta do nariz da pequerruxa.
   - Ah! É? Por quê? - riu delicadamente.
   - Se eu conseguir chegar nele, terei conseguido você, para sempre, assim como você me conseguiu.
   - Eu lhe consegui? Como? - sou olhar brilhante reinava sobre o dele.
   - Sendo você, me amando a cada dia. Mas, você me deixa lhe conseguir?
   - E quem disse que você não me conseguiu? - sorriu.
   Sorriu largamente, na verdade. Abraçou-o. Amou-o. E isso basta.












@annamoud

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Brincadeira de amor

   Com os olhos marejados, ela mal conseguia admirar a bela noite à beira da praia de 31 de março.Aconchegou-se por sobre a toalha cor de creme estendida na areia e ele chegou de repente, com um sorriso torto que sempre a fazia sorrir.
   A mão grande e macia dele lisa a coxa morena à mostra devido o mini comprimento do vestidinho de seda branca. Mira-o e acaricia o maxilar marcado pela barba por fazer e desvia o castanho olhar.
   Ele, então, bem devagarinho beija-he o pescoço, mordiscando-o levemente até chegar aos pequenos e carnudos lábios. À essa altura, os dedos faziam a epiderme dorsal arrepiar-se abruptamente.
   Paulatinamente, um se entrega ao outro como na primeira vez. A roupa feminina vai dando lugar à pele bronzeada que ganhava um lindo tom de cobre através da lua.
   O branco epitelial masculino que suava também ganhava uma coloração mágica na meia luz. A leve brisa marinha unia ainda mais os corpos desnudos que brincavam um pouco de se amar na areia.
   Ah! Como era bom aquele tempinho a dois sendo aproveitado com nenhuma palavra completa, apenas os sussurros prazerosos que soavam suavemente como música clássica aos ouvidos de um solista de ópera.
   O tempo parecia estagnar-se, era como se ele souesse que aquelas poucas horas teriam que durar o máximo possível. E como aproveitavam. Apesar do pouco espaço, experimentavam tudo que era possível e ainda inventavam outras coisinhas mais.
   Depois, quando a lua deu lugar ao sol, mesmo cansados, não paravam de agir naturalmente com o entrelace de dedos que evidenciava o contraste de cor, amor, sabo, sensualidade, paz. Era algo carinhoso e tão bonito de se ver.
   Os escuros olhos dela fixavam-se, ao mesmo tempo da união das mãos, nos verdes olhos dele, que brilhavam de felicidade, porém eram carregados de tristeza por causa da saudade que sentiria quando o sinal tocasse.
   Tocou. ''Droga'', praguejaram. Agora, acumulariam uma semana de desejo e saudadezinha, para que a cobertura do melhor prédio da cidade pudesse vê-los brincar mais uma vez.












@annamoud

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Roteiro.


Seria aquilo mesmo a vida? Seria esperar em vão? Seria se distrair e encontrar?
Ela não sabia. Na verdade, ela nada sabia da vida.
No mesmo instante em que seu futuro era totalmente certo, como em um roteiro milimetricamente escrito e revisado, ele apareceu. Apareceu tão desapercebidamente que nem nos momentos em que ele se fez perceber, ela percebeu.
Mas, houve um momento em que a escuridão fez com que eles se enxergassem, e então, todo aquele roteiro cuidadosamente escrito, que até segundos antes estava sendo seguido, não significava muito.
Por que naqueles instantes que estivera com ele, o errado parecia certo, mas extremamente confortável, apropriado, desejado. Como se estar ao lado dele, mesmo sabendo que não poderia, fosse aquilo que ela deveria fazer, sem hesitar; como se, ao se deixar levar por ele, ela pudesse encontrar um pouco dela. Um pouco de suas loucuras, vontades, desejos, e insanidades. Um pouco de algo que ela gostaria de sentir, e gostava de sentir ao lado dele. Algo sem nome, características, mas que ele a fazia sentir, involuntariamente.
Mas, ela não podia. Não era nada proibido. Era apenas por que ela deveria seguir em frente; trilhar outros caminhos, longe dele, sem ele. Novamente era hora de seguir aquele roteiro, sem se dar ao luxo de pequenos desvios pelo caminho.

@Geysedmes

terça-feira, 3 de julho de 2012

Missing

          
      Todos os dias ela sentia saudade. De vez em quando não sabia ao certo a causa desse sentimento, entretanto, em maioria, era a dança. Ah! Como a dança lhe fazia falta.
   O corpo magr e cansado da luta diária pela sobrevivência, os joelhos que já não eram mais os mesmos, a expressão da face, o cérebro e principalmente o coração pediam alguns míseros passinhos, nem que por cinco minutos, mas que fossem suficientes para adicionar amor.
   Amor pelo toque da pele com a meia cor-de-roa e as dolorosas sapatilhas de ponta douradas que absorviam os pés com desconforto, insegurança e prazer. Amor pelos aplausos merecidos ao final de um belo espetáculo em que gotas de suor foram sacrificadas em prol do sorriso nas arcadas dentárias do público leigo.
   Digo leigo na técnica e não no amor, afinal, os olhos de quem verdadeiramente admira a dança, ama com ou sem perfeição Mas nada melhor que, numa noite em especial, as coxias se abrirem e darem espaço para os mais belos bailes, de  qualquer parte do mundo, bem ali, diante dos olhos bobos que acompanham passo a passo, pedindo sempre um pouco mais.
   Um desespero, a ansiedade que precede o espetáculo, segundos antes da taquicardia ao ouvir os pequenos que estrearem a apresentação dizerem ''A casa está cheia''. Sinceramente, nunca achei frase mais clichê e mais significante. Ela também via o significado da frase, não o de sucesso, mas o de admiração, respeito e que o esforçr tem valido a pena.
   ''Merda'', ela preguejava a toda oportunidade que aparecia. O seu esforço fora em vão. As lágrimas derramadas por dor, por alegria, por alívio, por paixão, todas elas não serviram para nada, uma vez que agora o mundo ''balético'' onde ela vivia havia desabado. Só restava mesmo a marga saudade.
   Um gosto que ela não recomendaria nem para o pior inimigo. O miocárdio fraco batia somente por necessidade, não gostava mais da função que lhe era atribuída (pulsar para dançar) e o chorinho idêntico ao de um bebê recém-nascido que queria colo.
   Ela queria colo. Ela precisava de colo. Mas não um colo qualquer, ela carecia de ser envolvida pela música, pela dança, pelo amor.



































@annamoud