quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Como aqueles amores.


    Um dia disseram a ela sobre os amores que ela viveria. Aqueles tipos que, de tão intensos, seriam serenos. Lhe falaram também que, no entanto, esses tipos de amores são os mais propícios a resultarem em um coração destroçado, quebrado.
    Ela não acreditou, todavia.
    Até que sentiu. Mas não se importou com tudo o que haviam lhe dito. Por que se viver significava amar e sofrer… ela se jogaria, se entregaria. E não se arrependeria.
    Preferia ter dores como as medalhas que um soldado vindo da guerra, ao que viver sem ter a chance de amar.
    Ah, pobre menina... Eles lhe diziam. Chamavam-na de inocente. Mal sabendo eles que eram os maiores culpados de sua própria infelicidade.
    Pois eles preferiram julgá-la a viverem suas batalhas, encontrar seus amores.
    Ah, coitados. Ela pensava.
    Gostava de pensar que tentara avisá-los, da mesma forma com que fizeram com ela. Só não tinha certeza se, ao contrário dela, abririam o coração para os sentimentos.
    No fundo eram todos soldados entregues à guerra.

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