segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Com muito amor, Paulo

Camila tinha certeza de que a felicidade era algo que irradiava de si, somente por saber que ele existia e que, principalmente, era dela. A sua sensação era de que não haveria luz se não o tivesse. Sentia que cada pedacinho dele lhe completava da maneira mais sublime que duas pessoas poderiam se transbordar.
Às vezes ela pensava que iria explodir de tanto amor que sentia, porque era algo que lhe preenchia da forma mais pura que poderia existir.
Às vezes ela queria sair por aí falando a todo mundo o quanto ele fazia sorrir e que ele, somente ele, era dono dos seus mais sinceros sorrisos.
A base era a sinceridade, tanto dos sentimentos compartilhados quanto dos mais simples olhares que dedicavam um para o outro.

Era o tipo de cara que chegou em sua vida, como dizem por aí, chegando. Sem pedir licença abriu as portas e invadiu seu coração, e foi ali que ficou, como era seu lugar de direito. A fez enxergar além, sorrir diariamente e fragilizar seus muros, apenas para que ela encontrasse um mundo de cores lá fora. Ele não tinha noção dos efeitos que lhe causava, eram sempre arrebatadores e imensamente indescritíveis. Era o tipo de cara que a fez querer sempre dar mais um passo. Ele era o responsável por tudo. Sorria e seu mundo coloria. A olhava e tudo se iluminava. A beijava e a felicidade nunca parecia ter fim.

Foi acordando num daqueles dias em que mesmo que a chuva caísse lá fora, ela estava feliz, porque simplesmente ele estava ao seu lado e ainda que o sol não houvesse aparecido, Camila sabia que estava lá, porque simplesmente ele estava. Sorriu, vendo-o no mais profundo sono, sorriu porque o cheiro dele era o de sua felicidade, sorriu porque simplesmente era ele. E ela não queria que fosse mais ninguém.

- Que sorriso lindo! – ele disse com sua voz rouca.
- Você nem abriu os olhos. – ela soltou, numa risadinha.
- Mas eu simplesmente sei. – respondeu, finalmente a encarando depois de abrir os olhos. – Bom dia, baby.
- Bom dia, amor! – ela sussurrou, aconchegando-se ao lado dele. – Sonhei com você!
- Eu estive aqui a noite inteira, seu sonho foi real.
- E incrível! – ela completou, voltando a olhá-lo. – Preciso tomar banho se não vou me atrasar. Mas não quero.
- Me conte uma novidade. – ele riu, apertando seu nariz. – Vai logo, que está chovendo e sua preguiça é maior nesses dias.
- Chato. – resmungou, levantando-se.

O coração estava acelerado, é claro. Estar ao lado dele sempre lhe causava esse tipo de sensação. Havia um par de anos que estavam juntos naquele relacionamento que acendia cada parte dela.
Coçava os olhos quando entrou no banheiro e viu o chão um pouco molhado.

- Você acordou mais cedo, amor? – perguntou, gritando de lá de dentro.
- Pode ser que sim. – ele disse de volta, no mesmo tom.
- Nem para secar o chão, seu bagunceiro!
- Desculpa, amor! – ele respondeu, e ela podia ouvir em sua voz o sorriso que tanto amava.

Suspirou e olhou-se no espelho que havia acima da pia.
O coração perdeu a batida por alguns instantes e o sorriso ficou imenso em seus lábios, pintando a felicidade que nunca acabava dentro de sim. E ele quem lhe dizia que era sempre o surpreendido... Não se dava conta de que surpreendia muito mais?
Já havia visto coisas daquele tipo na internet, mas daquela forma? Nunca. Simplesmente por que era ele. E realmente, não poderia ser mais ninguém.

No espelho, escrito de batom vermelho, estava a frase que fez o coração de Camila aquecer e como se todas as suas certezas estivessem ainda mais corretas.

“Querida Camila,

Você quer se casar comigo?

Com muito amor,
Paulo.”


Era uma imitação dos bilhetes que ela sempre lhe deixava antes de ir trabalhar e ele ainda estava dormindo, porque entrava no serviço pouco mais tarde. Sorriu, porque ele era incrível e o caminho que ele encontrou no labirinto dentro dela não havia volta, era só ele quem conhecia e ela não queria que mais ninguém tivesse tal conhecimento.

Incrível era ver como cada parte dela pertencia a ele.
Incrível era saber que ele e somente ele acelerava seu coração.
Incrível era que aquele sonho diário era realmente sua realidade.

Tomou seu banho quente sorrindo sem parar. Enrolou-se em uma toalha que estava ali no banheiro e quando saiu, notou que Paulo voltara a dormir. Trocou-se rapidamente, pois sabia que estaria atrasada se não o fizesse e no fim, escreveu seu bilhete, mas o conteúdo daquele era muito mais importante e significativo.

Não havia como não dizê-lo nada além de:

“Como se eu fosse querer ser de mais alguém que não fosse você. Sabe que meu coração é todo seu e não há como minha resposta ser outra além de um grande SIM.

Com muito mais amor,
Camila.”



Fernanda Aracelly

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