terça-feira, 15 de novembro de 2016

Leve

Os raios de sol alcançavam a praça pública de verão, queimando a pele estupidamente branca dele e conferindo um bronzeado à pele morena dela. Ele pediu para a mãe passar protetor no rosto que estava ardendo e pegou a bicicleta ainda com rodinhas para percorrer incríveis 200 metros – que era o permitido pelos pais.



Por volta do metro 100, os olhinhos perspicazes de um grande rapaz de 5 anos avistou a menina que parecia ter a sua idade. Ela estava rindo tanto que colocava as mãos miúdas sobre a barriga que começava a doer. Ele parou a bicicleta ao lado dela e desceu.


- Olha! – ela disse e apontou para o céu, logo em seguida, deitou na grama, perto do chafariz.



Ele a imitou. Viu que uma nuvem em formato de peixe estava numa posição na qual parecia que sua boca soltava a água do chafariz e vários outros peixinhos-nuvens ficavam nessa água. Começou a gargalhar também.



Logo, a risada dos dois contagiou outras crianças que se deitavam para ver os peixinhos no céu. E nenhum adulto entendia o que estava acontecendo. E a maioria deles também não quis entender, mas, milagrosamente, nenhum quis tirar a sua criança dali.




Era lindo de se ver tantos pequenos reunidos e gargalhando. Aquele riso que só de passar perto, contagia. Aquela inocência de brincar olhando o formato das nuvens. Já pensou se o olhar para o coração das pessoas também contagiasse?










Anna Laura Tavares

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