quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Pedido

De repente você já não é mais o mesmo. Os dias se passaram e você se percebe cada dia mais... Solitário. É, a vida nos prega algumas peças vez ou outra e então lá está a alma cheia de sonhos e personalidade, mas também de vazios inexplicáveis que poderiam ser preenchidos por alguém.
Não que essa presença seja obrigatória. De forma alguma. É mais uma opção que necessidade, todavia a alma sente falta. É uma parte que pede outra como a pele pede o arrepio: se feito da forma certa, é melhor e mais gostoso ter.
Mas aí é está a o xis da questão. Realmente existe uma forma certa de ter? Cabe dizer que tal coisa se faz e aquela outra não? Há uma regra? De verdade? A fórmula mágica, quem sabe?
Sim, acho que existe. Cada um possui sua regra, sua forma certa, sua própria fórmula mágica. É pura besteira querer generalizar, é muito mais fácil tentar descobrir qual é a do outro. Tudo bem, nem sempre querem mostrar, ao menos não para você ou o trabalho é mais árduo do que se pensava. É intrigante, não?
De qualquer forma, creio que as pessoas poderiam se abrir mais para novas possibilidades, é tão gostoso arriscar... Quando não dá certo, ganhamos experiência, lições de vida, se não, somos presenteados com uma boa vida ao lado do recheio da alma. É lindo, não é?
Pois bem, cada um com seu tesouro interior a ser mostrado. Cada um sabe o que sua alma pede. O destino, agora, pode fazer o serviço, propiciando aos tesouros que querem abrir-se aquele encontro. Não precisa ser o de cinema, pode ser aquele simples da padaria, mas, ao encontrarem-se, que as almas possam revelar seu pedido um pelo outro.






@annamoud

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Deixar

- Não te mando para o inferno porque é longe daqui.
- Por favor, para com isso! - ele pedia, mesmo que ela não soubesse como que parar. Mesmo que ela entendesse a deixa para ir embora.
- Parar com o quê? - ela buscava algum resquício de resposta naqueles olhos castanhos e no sorriso-sem-motivo que ele dava.
Ao mesmo tempo em que Marcelo mandava Lídia embora - talvez de sua vida... Ou só dali mesmo - ele queria que ela ficasse. Todas as vezes em que ela conseguia virar-se de costas e caminhava rumo à porta, o rapaz a fazia ficar.
Demoraram quinze minutos para percorrer uns dois metros do meio da sala até a saída. Ele a puxava, beijava, sentia o corpo frio se tornando quente, mandando-a sair sem expulsá-la, porém fazendo com que ficasse ali, junto dele.
''Por que?'', Lídia tentava enxergar alguma desculpa plausível que a fizesse compreender a contrariedade que estava vivendo. Ele se importava com a idade, com o não-futuro que insistia dizer que não dava a ninguém e talvez com o próprio ego, com a vidinha boêmia que gostava de levar.
Pobre moça. Uma romântica incurável que atraia boêmios-sem-fturo. Achou melhor matar o pseudo sentimento que lhe aflorava, afastou-se e deixou a raiz falecer. Encontrou o que ''amava'' e deixou morrer. Deixou ficar, pois só se pode sair de onde entrou.












@annamoud

sábado, 26 de outubro de 2013

Ironias.

Desde muito acreditei naquela teoria de que aquela pessoa, a pessoa especial, vai chegar no momento certo. Mas, não. Hoje não acredito nisso. Não mais.
Passei a acreditar que cada um faz o seu momento.
Se alguém quer ser a pessoa certa, no momento certo daquela pessoa, ele fará por onde. Ele vai se desdobrar, se redescobrir e conquistá-la. Ela vai criar o momento certo.
Mas hoje em dia, no entanto, não existem tantas pessoas dispostas a fazerem seu momento, ou o momento daquela outra pessoa. Elas estão simplesmente preocupadas em viver aquele momento legal da vida, onde os dias estão cheios de compromissos, festas e uma pseudo felicidade; mas, com isso, tantos compromisso, eles não tem tempo de, sequer, sentir seus corações vazios.
Falta tempo para recriarmos o tempo. E sobra tempo para desperdiçá-lo.
Falta e sobra tanto.
Existem mais pessoas vazias do que transbordando.
Que grande ironia! Isso é realmente vida? 

@GeyseLR

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Opções

O seu teatro deixou de me impressionar quando você se esvaiu de mim por ser um completo idiota. Idiota! Não vê? Não percebe? Sua tolice serviu como areia movediça para o seu próprio ego que já não está como antes: está ferido. Você conseguiu machucar a si mesmo ainda que jamais admita qual é o seu estado.
Reconheço que fiz parte de todo o processo. Por mais que o desejo fosse grande, eu tinha de me conter para que você fizesse todo o resto sozinho. Ainda que o universo conspirasse a favor, eu tinha de lutar contra a sorte para tentar lhe fazer alguém melhor.
Sim, possuo completa consciência do que fiz (ou não fiz) e sei também o que você fará com isso. É, ainda que me decepcione, você fingirá que não aprendeu nada e provavelmente tentará machucar-me de igual forma ou quem sabe até pior.
Droga. Você poderia ser a primeira opção, se quisesse. Todavia, dentre todas as opções de posição que poderia escolher, você conseguiu ser a última, a que eu menos queria: a saudade. Mas, lembre-se: saudade não é motivo suficiente para ficar.








@annamoud

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Desafios

- Eu gosto de estar com você. - Disse, enquanto corava um pouquinho e oferecia um discreto sorriso de canto.
- Por que? - ele riu baixinho e fitava-a no fundo dos olhos.
- Porque você, além de tudo que me mostra incrivelmente ser, desafia-me muito.
Durante um curto espaço de tempo (alguns segundos, talvez), ele ficou calado, encarando-a. Parecia um tanto quanto decepcionado, esperava algum elogio ao ser que fosse mais explícito, direto e agradável. Todavia, guardou seus pensamentos para si e limitou-se a dizer:
- Explique. - Saiu um pouco mais ríspido que o esperado, contudo não se importou com isso, afinal, ''raiva'' era algo que ele fazia questão de transparecer.
- Quando estou com você, sinto-me na obrigação de ultrapassar meus limites para me mostrar tal como sou, sinto que devo falar e agir de um modo que me tira da zona de conforto do silêncio e quietude e... E eu amo transcender os meus limites dessa forma. Você é o responsável por isso.
Ela esperou que ele digerisse tamanha quantidade de informação e percebeu que ele queria mais, pedia mais dela (que ela se superasse) e foi então que o olhar forte e penetrante, o sorriso de canto intercalado com o risadas ácidas, a falta de gesticulação ao falar o o jeito de ser vieram à tona.
Ah! Como os olhos dele brilhavam, como ele conseguia perceber o que causava nela e tudo aquilo era desafiador. Naquele instante, percebera que não poderia haver elogio melhor que desafiador.
Não soube o que dizer. Ela, entretanto, compreendeu, ele não tinha obrigação de sentir-se desafiado também e gostar disso. Diante disso, mirou-a profundamente naqueles olhos castanhos da moça a sua frente, com que para ver a tão bonita alma dela. Beijou-a e sorriu.






@annamoud

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Fácil? Difícil?

Amar alguém de janeiro a janeiro é fácil. Amar em um sorriso, na felicidade, nas conquistas. É fácil amar quando o outro está bem. Quando se pode demonstrar. Quando se fala pelo olhar. É fácil amar alguém em todas as suas qualidades. Com um sorriso aberto. Quando o clima é leve. Quando a intensidade é boa. É fácil amar quando o outro é seu porto seguro. Quando há reciprocidade. Quando há conforto. É fácil amar num dia chuvoso de domingo. Numa esquina qualquer. Num encontro inesperado.
É muito fácil.
Difícil é amar em tempestades. Quando o outro vai ao chão. Quando tudo parece perdido e sem solução. Difícil é amar quando nada parece fazer sentido. Quando não se enxerga no que se acreditar. Difícil é amar quando o outro não te ama. Quando se é mais de alguém do que de si mesmo. Difícil é amar quando o silêncio é doloroso. Quando o desespero se instala e cega. Quando tudo fica embaraçado e entendido errado. Quando se faz necessário tentar levantar o outro. Difícil é quando se ama em segredo. Quando não há apoio. Difícil é amar na tristeza. Nas lágrimas. Quando o peso do mundo está em suas costas e nada parece aliviar. Difícil é amar, mesmo com medo de fazê-lo. Difícil é reconhecer os defeitos do outro e ainda assim amá-lo muito mais. Difícil é lidar com fantasmas, medos e inseguranças do outro. E não desistir. Quando as derrotas te desabam e você perde o chão. Perde a voz. A luz. O brilho. A vontade. E se nem você acredita em si, como haverá alguém que possa fazer isso? E é difícil. Mas há.

Acredito que não existe dispositivo dentro de nós capaz de aliviar algum tipo de dor, ou tristeza, ou amenizar algum problema. Acredito que não há um controle remoto programado para parar, desligar ou ligar os sentimentos. Eles acontecem. Fácil ou difícil!
Eu acredito na vontade de cada um, na fé que existe dentro do coração e na esperança de que tudo possa melhorar. Eu acredito no amor doado, mesmo nos momentos mais difíceis, que é onde podemos ver onde está quem nos ama de verdade.
E que no fácil, está ao nosso lado. E no difícil, permanece ali, quem não desiste da gente.


Fernanda Farias

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Tentação

De repente, tudo o que você precisa é ter fé. Fé em qualquer coisa, mas que se acredite em algo ou alguém. E que se creia muito, sem desistir em momento algum, porque quando você mais precisar, perceberá que era quase tudo o que importava.
Por que quase tudo? Explico: é necessário que se sonhe também. É, acredite, ter fé e sonhar é tudo o que precisamos. Porque quando sonhamos e temos fé, somos capazes de levantar e seguir em frente e lutar, lutar até ultrapassar nossos próprios limites.
Isso
traz um grande alívio, uma paz porque somos livres para ir a qualquer lugar e sentir aquele calor as bochechas e o vento que corta a face, ainda que de certo modo sejamos presos a nossas raízes.
Mas
a fé lhe dá asas e o sonho, o impulso. O começo é desajeitado, duro, difícil e você vai querer desistir, vai querer sair e sumir, parar em um lugar que ninguém lhe conheça e que você também não conhece...
Todavia, alerto-lhe, por mais tentadora que esta proposta possa parecer (e de fato o é), não desista. Agarre-se ao seu sonho e case-se com a fé. Ate-se a eles e siga. Vai dar tudo certo.



@annamoud

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Tudo. Nada.

Ele reapareceu e tudo se contorceu dentro de você. É verdade. Mas... há quanto tempo ele não aparecia? Já parou para pensar que talvez tenha sido apenas euforia?
Olhe para dentro de você, e procure algum resquício daquilo que sentiu quando ele estava por perto. Aquilo que te fazia gelar, tremer, arrepiar, engasgar. Aquilo que acelerava teu coração e deixava teu estômago em chamas. Aquilo que somente ele te fazia sentir.
Olhou? Encontrou? Não?
É porque não faz mais sentido. E você não vai mais encontrar, não vai porque ele não te faz sentir mais assim. Não vai porque ele encheu teu coração e sem cerimônia o quebrou. E não voltou para juntar os pedaços. Não vai, porque você mudou. Porque ele mudou. Porque tudo mudou e não é mais como era antigamente.
Já não existe mais.
É quando você percebe que o que antes fazia sentido hoje não faz diferença, que tudo começa a mudar. É quando não resta mais vontade.
Acontece que antes foi antes. O agora é diferente.
Antes ele era seu tudo, era dono do seu ser. Você era mais dele que sua. Antes.
Mas ai você aprende a se pertencer e quando isso acontece, o tudo vira nada.
Agora ele é seu nada.
E nada é vazio. Nada não preenche. Nada não transborda. Nada mais nada é nada. Nada vezes nada é nada. Nada menos nada é nada. Então... nada não faz diferença.
Tudo se contorceu quando ele voltou. Mas passou. E agora, ter ele na sua vida, por perto, de novo muda alguma coisa?
Não. Não muda.
Entende? É que depois de tanto tempo, finalmente morreu. O fato é que você estava acostumada a gostar dele, acostumada a sentir-se perdida por causa dele. E costume a gente tira. Você estava alimentando algo que não tinha mais capacidade de viver. E não adianta insistir naquilo que não tem vida. É como dar murro em ponta de faca.
Sente isso? Você está livre. LIVRE, portanto, viva!
Não é apenas ele que merece conhecer o melhor de você. Há tanta gente por ai que merece alguém como você. E que você não vai precisar ser mais dessa pessoa do que sua, porque para ela ter um pouco de ti vai ser suficiente.
Então... dele leve com você apenas aquilo que foi bom. Jogue fora o que ficar. E seja feliz, não se apavore. Você merece.


@fernandaadf_

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O coração espera

Sutilmente o coração pede um pouco de paz, de carinho, de aconchego, de amor. ele pede aquela rotina de não se saber o que o dia reserva, mas se sabe que, ao cabo dele, há a certeza de uma saudade a se esgotada.
A falta parece gostar de mim. Volta e meia ela me aparece e me deixa atordoada com as lembranças. Os olhos, a fala, o jeito... Tudo é motivo para se recordar daquilo que não deveria ter ido embora. Que eu não deveria ter deixado partir.
Então, aos poucos, aprende-se a administrar tudo isso. Não é, nem de longe, fácil, porém é necessário. Acontece que o coração insiste em ser teimoso, insiste em querer ter de volta aquilo que nunca foi dele.
Nessa situação: como agir? O miocárdio necessita entregar-se, todavia a questão é se o querem receber. Você o quer? Diga-me que sim! Por favor! Deixe-me encostar a cabeça no travesseiro e fazer com que a mente vague pensando em nós.
Venha, dê-me a mão, ainda que a distância não nos permita o toque. Ainda que seja longe, há sempre o céu para nos unir. A gente sonha junto, não tem problema, mas, por favor, vem, estou te esperando. O meu coração te espera.






@annamoud

domingo, 21 de julho de 2013

Liberdade

De repente ela parou e pensou: nada naquela mísera vida dava certo. Nada. Absolutamente N-A-D-A. Quando algo parecia ser a luz no fim do túnel, na verdade era só o sinal de que ali era uma curva perigosa. Mais uma curva perigosa lhe assolaria. Ela questionava-se: por que? Por que diabos todo o suor gasto em tornar cada sonho realizado era em vão? Não poderia, ao menos uma vez, todas as coisas se ajeitarem? O problema era ela? Ou era o mundo? Questões essas que a pobre menina adoraria responder, porém fechava-se no seu mundo solitário repleto de medo. O medo de saber se o errado era ela sonhar tomava-a por inteiro. Somente o pensar nisso se fazia suficiente para que ela se sentisse morrer por dentro. Liberdade. Aquilo fazia com que a liberdade de ser lhe fosse tomada e lhe conferia somente o existir. Droga. Ela odiava tanto pertencer ao reles grupo dos mortais que apenas existiam. Não eram, não viviam. Todavia, o medo, mais uma vez, impedia-lhe de seguir em frente. ela chorava, ''limpava a alma'' como gostava de dizer e lançava ao mundo suas palavras repletas de dor e sofrimento. A garota só queria ser ela. Estar com ela. Descobrir-se feliz sendo livre por ser feliz porque podia sonhar e realizar o sonho. Ela queria fazer-se feliz. Para sempre. Ou pelo menos enquanto tudo desse certo. Seria... Pedir demais? @annamoud

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Preencher. Transbordar.

A vida é repleta de fases e chega um momento de uma certa fase em que a gente simplesmente... Cansa.
Eu cansei de toda a agitação. Cansei de todos os problemas. Cansei de todas as idas. De todas as voltas. De todas as idas sem voltas. Cansei do peso absurdo a ser carregado. De quem veio e não ficou. De quem foi e não voltou. Cansei do vazio que restou. De todos os machucados, dores e lágrimas. Cansei de continuar a caminhar quando não podia. Cansei de sorrir quando queria chorar. Cansei... Simplesmente.

A calma hoje é companhia constante. Caminho hoje um porque é necessário. Sem todo o esforço. Sem toda a agitação. Sem sorrir quando não há vontade, por que prestar atenção por onde estou indo e tomar cuidado para não tropeçar, me gasta uma energia imensa. Porque agora quero cuidado. De uns tempos pra cá, tudo mudou. Dentro e fora de mim. Não existe mais aquela vontade desnecessária de mostrar ao mundo tudo o que sou capaz, por que eu sei até onde posso ir e apenas isso importa. Os ombros vacilaram depois de tanto peso que havia em cima deles e tudo caiu no chão. O peso hoje é mais leve.

É estranho todo esse sentimento. Parece não ser eu. Amadureci? Cresci?
Não sei dizer com certeza.
O único que sei é que está faltando algo. Está faltando um abraço para acalmar. Um vinda sem ida. Quem venha e fique. Um sorriso verdadeiro. Um remédio para os machucados.
Se fosse há uns tempos atrás, eu me agarraria a qualquer coisa que me completasse. Mas hoje não quero, não é necessário e nem certo. Por que há uns tempos atrás eu ficaria satisfeita preenchida de vazios. Hoje eu quero algo que me transborde.


@fernandaadf_

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Sempre mais. Nunca menos.

Esperava demais. Exigia demais. Pensava demais. Sentia demais. Se preocupava demais.
E vivia pouco.
Por que nada para ela era o suficiente.
Por que ela sabia que merecia mais. Muito mais.
Merecia tudo aquilo que esperava, tudo o que exigia, tudo aquilo que sentia e o que pensava e idealizava. Merecia ter suas preocupações sanadas.
Merecia viver mais. Viver tudo. Merecer tudo e um pouco mais.
Merecia o mundo, sentimentos, acontecimentos, surpresas e tudo aquilo que ela não esperava, aquilo que ela ainda não exigia, tudo o que nem mesmo pensava, e merecia nem mesmo se preocupar por aquilo que viria.
Merecia o mundo. Merecia tudo. E um pouco mais.
Mas sempre mais. Nunca menos.

Sempre mais, sempre tudo. 

@Geysedmes

terça-feira, 25 de junho de 2013

Alma.



Já era um pouco grandinha para ter medo do escuro, ela sabia. Mas era inevitável.
Não era unicamente medo de estar naquele ambiente frio e sem luz. Era medo das companhias que tinha quando estava lá.
Fantasmas. Suas lembranças, seus medos, suas ilusões. Seus desejos. Principalmente seus desejos... Esses desejos que acabavam se perdendo em meio àquele medo.
E ela poderia até tentar não se render àquilo. Por que ela sabia que era suficientemente forte para passar por mais um momento difícil.
Mas como fugir da escuridão? A escuridão era ela. Aquele lugar sem luz, frio e úmido, era sua alma.
E como, afinal de contas, um ser humano viveria sem sua alma?
Ela sabia que não poderia fazer nada. Preferia a companhia de seus fantasmas a perder a ela mesma.
Era melhor viver de memórias, medos, ilusões e desejos, do que viver morrendo de solidão e de vazio. Preferia ser cheia daquilo, ao que ser cheia de nada.
Pelo menos ela se sentia preenchida por algo. Era a certeza de que não havia espaço para mais nada. 

@Geysedmes

sábado, 22 de junho de 2013

Confused.



Você mentiu pra mim, eu só consigo pensar assim. Para sempre não existe. Nossa história ficou desfocada e para você, ela deixou de valer a pena.
Quando?
Por quê?

Eu deixo você ir, eu deixo você seguir, se você me disser... Por quê? Eu só gostaria de entender, de achar uma explicação, por que na minha cabeça tudo ficou tão confuso... Porque pelo menos eu estava disposta a levar adiante, a ir até o fim.
Onde foi que eu errei? Onde erramos? Em que momento nós nos perdemos?
Eu busco respostas, mas só acho mais dúvidas.
Porque você foi embora?
Você deixou para trás problemas não resolvidos, confusões insanas e uma dor imensa no meu peito. Eu deixo você continuar a ir em frente, mas eu mereço explicações, não? Para que eu também consiga seguir, por que a impressão que tenho é a de que estacionei exatamente no ponto em que você me deixou. E as minhas pernas ficaram presas, por que eu não consigo se quer dar um passo adiante.
Onde foi que tudo teve um fim? Em que momento tudo se esvaiu?
Ainda dói pensar em você. E sei que vai doer um milhão de vezes mais até que eu consiga entender com clareza o que aconteceu com nós dois.
Você tem noção da bagunça que deixou aqui? Dentro de mim?
Eu não consigo me envolver com ninguém sem antes comparar com você. É masoquista sabe? E só me deixa a impressão de que eu não estou absolutamente normal.
Por onde você está? Por que desapareceu? Por que se esconde?
E eu sei que enquanto você não vier até aqui, enquanto você não voltar até nosso passado e deixar tudo resolvido, eu vou continuar assim, apenas sobrevivendo.
Tem noção do quanto sobreviver é sufocante? Eu gosto mais de quando vivo. De quando sorrio de verdade. De quando sinto meu coração inteiro e não em frangalhos, que é seu estado atual.
Não dá mais. Não consigo mais. Volte aqui, me faça entender e eu deixo você ir. Não sei seguir antes disso.
E me desculpe, mas eu não tenho uma memória onde há um botão de “delete” e tudo bem, resolvido. E me desculpe, mas eu não possuo um coração que simplesmente deixa de sentir.
E ei, venha cá. Me diga... Até quando isso vai durar?
E em meio a esse mar tenebroso de dúvidas, uma me persegue de maneira cruel: Por que você mentiu pra mim?

@fernandaadf_

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Bagunça.

Tá tudo errado. Tá tudo bagunçado.
E antes fosse que isso acontecesse apenas dentro de mim. Acontece lá fora, em qualquer lugar e em qualquer momento. Náo existe respeito, encantamento, conquista. Não existe nada que seja aquilo que eu procuro. Uma procura em vão. Uma, duas, três decepções. E a cada dia, tenho mais certeza: O amor está em extinsão.
E existem razões para acreditar que ainda exista esperança?
Eu não sei, não tenho certeza de nada. Como eu disse, tá tudo uma bagunça.

@Geysedmes

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Pedaços.



A boate era apenas iluminada por feixes de luzes coloridas. O som estava extremamente alto e o clima abafado, apesar dos condicionadores de ar estarem ligados.
Ela balançava os quadris no ritmo animado da música, nos lábios um sorriso enquanto olhava para as amigas que dançavam de maneira semelhante a ela. Na mão delicada havia um copo contendo em seu interior alguma bebida alcoólica, que logo fora levado à boca vermelha pintada pelo batom.

Foi de repente que sentiu um olhar lhe queimar as costas. Subitamente virou-se, encontrando a uma distância considerável com o par de olhos verdes que considerava sua perdição. De repente foi como se tudo estivesse claro, o som sumira e o clima ficara mais ameno. Ela se esqueceu de respirar. O olhar dele estava em chamas, parecia incendiá-la, porém não iria conseguir.
Ela soltou um sorriso sínico, ainda sustentando a mirada durante alguns segundos. Ele tampouco desviou. Apesar de conhecê-lo bem e saber os tipos de olhares dele, aquele estava indecifrável.
Não iria perder seu tempo.
Ela virou-se para o grupo de amigas e voltou a dançar, estourando a bolha que os envolvera tão de repente, era um efeito comum, acontecia sempre que ele a olhava nos olhos.

Não tinha mais importância. Aliás, será que teve algum dia?
Ela sacudiu a cabeça, bebendo o resto do líquido que ainda havia no copo.
Não tinha mais importância, ela repetiu para a sua cabeça.

A sensação de queimação as suas costas diminuiu e ela voltou a olhar para trás, constatando que ele não estava mais ali. Suspirou aliviada ou incômoda, ela não sabia dizer com certeza, por que todo o bom senso lhe abandonava se ele estivesse por perto.
Quem sabe não passara de uma ilusão? Ultimamente ela estava tão louca, que não duvidaria que fosse alucinação de sua cabeça.

- Hey! – uma amiga lhe chamou a atenção. – Tudo bem?
- Sim, tudo ótimo. – sorriu, voltando a se divertir.



O dia amanhecera quente. Ela levantou da cama ainda zonza e foi em direção à cozinha, desesperada por água. Ao voltar para a cama, notou que perdera o sono. Olhou a hora no celular. 11horas da manhã e logo em seguida viu que havia uma notificação de havia um e-mail. Ela abriu. Era um e-mail.
Dele.

“Sinto tua falta. Te ver é uma tortura, sabia disso? Não consigo me perdoar por ter te magoado. E ei... Você parecia feliz ontem à noite, embora eu não consiga te ver me ignorando, como foi ontem... Parece que está deixando para trás tudo o que vivemos e isso me destrói. Sinto muito, por tudo. Não deveria acabar assim... Por que somos tão complicados?
Eu queria que fosse mais fácil...”

Não fora ilusão!
Seu sangue parecia ter virado gelo dentro das veias e artérias, no estômago um incômodo se fez notar e na garganta um nó surgiu.
Tudo o que viveram outrora fora lindo, da maneira mais singela e sincera. Mas era necessário se conformar. Era inútil insistir em algo que era notável: não tinha futuro.

A resposta não demorou a ser digitada.

“Eu também queria que fosse mais fácil, mas a gente precisa se conformar que, algumas histórias por mais intensas, bonitas e sinceras que sejam, elas talvez não tenham sido feitas para darem certo. A nossa é uma dessas... é melhor deixar para lá...”

Três pontinhos. Como sempre. Nunca um ponto final. Nunca ele iria embora completamente de sua vida. E ele iria voltar. Ele sempre voltava.
E por mais que ele voltasse ela sabia bem no fundo de seu âmago que não dava certo, e por mais que ele retornasse, ele não era seu. Nem seria.

Era assim, complicado demais. Profundo demais. Algumas pessoas deixam marcas profundas em nossas vidas, ele era uma dessas pessoas na dela.
Ela o amava. Mas nem sempre o amor é suficiente!
E era certo que em cada mínimo e insignificante pedaço dela, sempre haveria um pedaço dele. 



@fernandaadf_

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Degelando o Polo Norte

Andam dizendo por aí que tenho gelo no coração. Ora, que calúnia! No máximo existe um iceberg capaz de derrubar vários titanics por aí... Não chega a ser algo horrendo como tem-se espalhado. E logo ele vem difamar-me dessa forma horrenda... Justo ele, que possui o seu navio blindado, cem por cento protegido contra icebergs, carrega consigo a audácia de se vocabular assim de minha pessoa. A principal embarcação que eu adoraria acertar, não consigo. Que triste, não é? É o romance hollywoodiano ao reverso, que não dá certo, onde um quer se aproximar e o outro parece querer fugir. Não é por maldade, é só puro e simples medo de ser feliz. Loucura, concorda? Ora, para que ter receio de se encontrar com um sorriso, um abraço, um carinho...? Conseguem enxergar que há degelo no Polo Norte? Sim, é loucura mesmo. Por um acaso alguém gostaria de viver essa catástrofe: navio X iceberg, combinação feita para afundar, para não dar certo de jeito nenhum? Para ser bastante sincera, eu adoraria. Em algum momento, esse confronto se ajeitaria e seguiria em frente. Ainda que um afundasse, o outro sofreria, se derreteria para, somente, aconchegar-se mais pertinho daquele um. E esse acontecimento percorreria o mundo como a mais bonita história que a humanidade já viu. Ok, pode até não ser a mais bela história da humanidade, mas com certeza seria um amor lembrado por muito, muito, muito tempo. É... Não possuo gelo no coraçãozinho. Ou é isso, ou o seu titanic conseguiu destruir meu iceberg. @annamoud

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Valer a pena.

E lá estaca ela, sentada em um daqueles bancos, naquela pequena pracinha.
Era um ótimo lugar para ficar sozinha e pensar no rumo que sua vida tomava. 
Era verdade que não podia reclamar das oportunidades que tinha; e que as conseqüências – boas ou ruins – vinham a partir de uma escolha.  Mas era um tanto quanto assustador quando ela se sentia daquela maneira, quase sem rumo.  
Era como não ter um chão para pisar e se sentir como se estivesse constantemente presa a um fio de esperança de que tudo iria melhorar, sabendo que, no entanto, aquele fio poderia arrebentar. 
Mas então, de repente, ela não estava mais sozinha ali.
Uma senhora de cabelos curtos e extremamente brancos como as nuvens, sentou-se ao seu lado, soltando um suspiro logo em seguida.

— Essa fase da vida não é nada fácil, não é, querida? — a mulher disse, então, trazendo a garota de volta ao mundo real.
— É... — um suspiro. — É bem complicado, sim.
— Mas não se preocupe. — a senhora lhe sorriu sincera e meigamente. — Agora tudo parece sem foco, sem nexo, mas em algum momento, tudo vai se tornar claro.
— E quando será isso? Por que agora essa clareza parece estar um tanto distante, não acha?
— E está. Ela realmente está. – o sorriso não era apagado da face cheia de marcas do tempo, ainda que nos olhos dela pairasse uma sombra cinza. Talvez lembranças. – Você vai se sentir perdida por muito tempo, em vários momentos; as dificuldades, as provações são parte da caminhada para que possa se encontrar. Por que, quando você encontrar a si mesma, tudo estará completo, tudo terá se encaixado perfeitamente.
— Então quer dizer que, com certeza, eu ainda tenho muito o que sofrer, não é?
— Sim, e sinta-se feliz por isso.
— É um tanto quanto complicado me sentir feliz por isso. — a menina riu sem humor.
— Querida, sinta-se orgulhosa dos seus sofrimentos. Por que as feridas, as cicatrizes que você levará contigo pelo resto dos seus dias será aquilo que definirá o que você é. Será aquilo que provará o quanto você é merecedora dos seus momentos de felicidade e, principalmente, do momento em que encontrará com você mesma.
— E... – a menina pensou um pouco. – A senhora já se encontrou?
— Não. – ela sorriu. – Dizem que isso acontece no ultimo segundo da nossa vida. Mas eu acredito que valerá a pena. Aliás... – ela sorriu ainda mais, e agora seus olhos ganharam um brilho incomum. – Já vale à pena, por que eu estou aqui, eu sobrevivi às tempestades e pude ver muitas vezes o sol nascer. – a menina abaixou a mirada, refletindo sobre o que ouvia. — Por isso eu digo que, com certeza, eu espero pelo momento que me encontrarei comigo mesma feliz e ansiosa. Por que não tenho duvidas de que as lutas foram em vão e nem mesmo desisti de nenhuma delas antes de tentar. – a senhora mirou a garota por um longo tempo. – Por isso, querida, mesmo em meio às dificuldades, não se deixe transbordar em duvidas em um momento que você precisará estar cheias de certezas. Faça tudo valer à pena. E principalmente faça de tudo para ser feliz, ultrapasse limites e obstáculos para que, ao se encontrar consigo mesma, possa sentir orgulho; sentir que valeu a pena.

E então, diante ao silêncio meditativo da menina e sem mais nada a ser acrescentado, a senhora se levantou, sem pressa e se foi. Esperando que, de tudo seu coração, aquela garota se sentisse tão orgulhosa de si, ao final da sua vida, quanto ela se sentia dela mesma.
Afinal, com certeza, tudo, absolutamente tudo, havia valido a pena.

@geysedmes

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Uma história de amor.


Quantas historias de amor poderiam ser escritas?
Quantas historias de amor foram escritas e nem sequer foram lidas?
Quantas histórias ainda devem ser vividas para, então, serem escritas?


Ela vivia das historias alheias. 
Mergulhava nos sentimentos dos outros, procurando a melhor maneira de transformá-los em palavras. E até mesmo criava sentimentos em sua mente, mesclando-os aos personagens que também, pouco a pouco, vivia dentro dela.
Mas e ela?
Ela ainda não havia vivido uma historia digna a ser escrita. Daquelas que valessem algumas lágrimas esporádicas em meio a um parágrafo ou outro; ou até mesmo o suspiro profundo do leitor ao terminar de ler.
Por que ela não queria apenas escrever por escrever.
Ela queria escrever uma historia de amor tão intensa quanto todas aquelas que ela viveu em sua mente.
Ela queria viver e escrever uma historia de amor que não fosse só dela, no fim das contas. Queria que todos se deliciassem, mergulhassem, assim como ela mergulha, ainda, nas histórias dos outros.  

@geysedmes   

sábado, 4 de maio de 2013

Ela é estranha



Quando você olha para ela consegue notar o quanto a garota é estranha.
Seus olhos estão sempre fora de foco, como se ela estivesse no mundo da lua... Ah, você também pensou isso quando a viu?
Essa garota é estranha, volto a dizer. Ela dorme quando deveria estar acordada e os olhos estão abertos quando ela deveria estar sonhando. Ela anda por ai sem pressa, apenas vivendo como se não fosse existir o amanhã. Ela também fala sozinha. Que pessoa normal fala sozinha?
Ela não se importa se não tiver ninguém ao lado dela, parece até gostar da sua própria companhia. Que pessoa normal gosta de ficar a ouvir os próprios pensamentos? Estou te dizendo, ela é estranha.
Se você cruza com ela por ai, ela pode até não te notar, porque sempre está com a cabeça em outro lugar.
E sabe, a garota é sonhadora. Sonhadora demais! Daquele tipo que os pés nunca estão no chão. E ela é calada, na dela, mas a mente... Aquela cabecinha simplesmente não para.
Ela é absurda!
Gosta de futebol, de cor-de-rosa, de brincadeiras de menino e de piruetar por aí feito uma bailarina. O gosto musical é estranho e adora assistir a filmes de terror, mas chora com qualquer romancezinho clichê. Você consegue entender essa garota? Ela é uma mistura difícil de ser decifrada!
Ela parece absurdamente romântica, daquelas que acreditam no maldito príncipe encantado, mas aí tem vezes em que ela resolve ser uma provocadora, deixando de lado qualquer imagem de menininha.
Ela é estranhamente um furacão. Arrepia a pele.
A garota é intensa, de extremos, ou é oito ou é oitenta, meio termos não existem para ela. A garota também é medrosa e confusa. Ela é estranha.
Você olha para ela e pensa que ela é daquelas que simplesmente passam. Mas não, a garota é marcante. Estranhamente marcante.
Você olha pra ela e enxerga uma menina boba, mas é impossível não se encantar depois que ela abre a boca.
Você olha pra ela e pensa que é apenas uma cabecinha de vento, que vive no mundo da lua, mas quando ela permite te dar a chance de habitar esse mundinho dela, você percebe: não há lugar melhor.

A garota é estranha, vou te dizer, é notável. Mas ela é daquelas pra sempre sabe? Inesquecível.


@fernandaadf_

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Um novo amor

   Qualquer dia desses o casal se esbarra por aí novamente e reinventa a felicidade a dois. Podem compartilhá-la, dividi-la, mostrá-la, vivê-la. É só fazer com que se topem de novo e se amaem de novo.
   Não sei se valeria a pena. Creio que a vida não dá a mesma chance duas vezes e mesmo que ela desse, alguém não voltaria atrás, não se entregaria de verdade... E de pedacinhos assim nem compensa. Não tem motivo para se ter algo pela metade.
   O problema é que um sabe que tem o outro. Ainda que não valesse a pena, só pra sentir tudo de novo e saborear a saudade depois, eles voltariam. Ao menos uma vez. Nem que fosse só para confirmar que um tem o outro nas mãos.
   Todavia, possuam as cabecinhas bem abertas para perceberem que essa posse não é recíproca. Um possui o outro, mas o outro se priva de ter o um. Ninguém sabe o motivo dessa situação toda, no entanto, todos torcem pelo final feliz da história.
   A plateia cruza todos os dedos possíveis, compram amuleto e até tocam um bom samba para que alguém volte e espere, no mesmo ponto zero em que tudo começou.
   Uma parte do todo cala a própria voz, vai com as mãos vazias e o coração cheio para se aventurar, dizendo adeus à estrada que no final não tem nada e partindo logo para a outra. Retorna-se ao ponto zeo, entretanto, não se percorre os mesmo pontos.
   Então eles combinaram assim: o tempo se encarrega de ser o cupido e marcar o (re)encotro deles Ah! Quando isso acontecer, preparem-se, um novo amor estará por vir.





@annamoud

terça-feira, 2 de abril de 2013

Mais de Amor.


Ela tentava. Forçava-se a montar uma teoria suficientemente convincente para aquele tipo de comportamento, mas falhava. Sempre falhava.
Não conseguia lidar com tudo aquilo. Como poderia se sentir confortável diante àquele vazio extremamente cheio de nada? Não havia nada que lhe acrescentasse, que lhe adicionasse à vida uma pouco mais de experiência, vivência... Amor.  
Deus! Ela só queria um pouco de sentimentos.
Mas parecia pedir demais mediante à maneira que as pessoas se portam hoje em dia. Não se preocupam com nada além do fato de querer beijar; ficar com um ou com outro, mas não ter ninguém junto de ti; verdadeiramente ao seu lado por você e pra você.
A todo o momento existem garotos que se entregam à essa maneira de vida; existem através desse vazio, e se esquecem de viver o preenchimento. Se esquecem de viver aquilo que é válido; o que é importante e essencial. Se esquecem de viver... De existir, de construir-se.  
Por que não deve haver no mundo sentimento melhor do que se sentir cheia. Cheia de amor, de carinho, de cuidado; e até mesmo de eventuais dores. Por que não?! Até mesmo a dor é um preenchimento, a forma de dizer que você é humano, que você existe, que você vive; que você sente.
Por qual razão alguém (Deus) teria criado qualquer coisa que, no entanto, não funcionava? Não é assim. Isso não é o que ele chama de vida; isso é vazio. É nada.  
Ela só queria um pouco mais de amor.
Queria ser preenchida, como uma lembrança de uma razão pra acreditar que a vida estava ali para ser vivida; e não desperdiçada no nada, em corações vazios.
E talvez assim, ela pudesse se encontrar no mundo, ou talvez o mundo se encontrasse dentro dela. O amor.    

@Geysedmes

quarta-feira, 27 de março de 2013

Let's go



                Abra teu coração e me deixe adentrá-lo da forma mais bonita que iremos ver. Escancare-o, deixa a porta bem aberta para que eu chegue inteira e acerte o seu ser por inteiro também. Deixe-nos envoltos na beleza misteriosa que acabaremos por desvendar.
                Livra-te de teu passado. Esqueça-o quase completamente e venha somente com as lembranças boas e que deram certo. No fim das contas, é isso que vai importar, o resto será somente o resto maldito atormentador que deve ser mantido à distância.
                Vamos nos deixar distantes também. Não o tempo inteiro, somente até quando terminarmos de descobrir o que dá errado conosco. Ah, não me leve a mal, será divertido vermos tudo o que fizemos para ajeitar as coisas que percorreram caminhos que não deveriam...
                Pense no quão delicioso seria duas vidas se encontrarem vez por outra, tentando colocar no lugar correto cada pedra solta na estrada. Admita, seria algo um tanto quanto difícil, afinal, dois mundos demoram a se encaixar,todavia, tenho certeza que um pote de ouro estaria esperando-nos no final do arco-íris.
                Entendeste? Se conseguires abrir (bastante) o teu coração, poderás ser recompensado. É uma recompensa que vale a pena, não é? Ora, é tão simples, é só liberar o miocárdio, permitindo-me um acesso certeiro e terás como resultado a felicidade. Felicidade, e

quinta-feira, 21 de março de 2013

Confusões

   Que ela estava confusa, isso era fato, no entanto, a confusão era tanta, ocupava tanto espaço dentro dela que, por fim, o motivo daquilo tudo já não aparecia mais.
   Ela estava confusa em relação a que? Ao amor? Às amizades? À vida? Ou será que era tudo tão aglomerado que um não conseguia existir sem o outro? Aposto que a última alternativa seria a escolhida, sem sobra de dúvidas e sem raciocinar muito.
   Ah! A vida era uma merda mesmo. Quem diria que Catarina, algum dia na vida, pudesse voltar para a mesma questão de tempos atrás, se realmente valeria a pena viver ali onde ela estava.
   Era bem verdade que não valia. Não mesmo. As pessoas eram cruéis, maldosas, perversas. O ambiente jamais passaria daquela sala totalmente escura onde a mocinha atirava

terça-feira, 19 de março de 2013

Ela mesma.


Não era como as outras. As baladas não pareciam seu ambiente. Ver tantas pessoas alcoolizadas ao seu arredor era quase assustador. Olhava para as mulheres grudadas nos homens em meio à multidão, e se perguntava, mentalmente, como elas conseguiam sentir qualquer tipo de prazer beijando pessoas que conhecera naquele minuto.
Talvez as tardes em companhia de um bom livro de romance a tenha afetado, era verdade. Mas ela preferia aquela versão dela. Quem acredita que uma relação começa através do conhecimento, da surpresa em meios às descobertas e que se bem cativo, se torna amor; tão forte e duradouro quanto os dos vários livros que leu. Que, principalmente, preferia sentir a intensidade dos momentos com sobriedade, vivendo-os verdadeiramente.
Ela gostava de ser “a boba” para a maioria; mas para ela, ela era apenas ela mesma. Diferente do mundo e feliz de tal maneira.

@Geysedmes

Esperança

   E eu te quero tanto que chega a ser estranho. Quero a tua pele na minha, nossos lábios encontrando um bom caminho de nos deixar bem e os corações fora disso tudo.
   Uma atração que aumenta a cada novo olhar, a cada nova interaão e a cada novo mísero encontro, real ou não, mas que são totalmente envolventes e bons, confesse isso.
   Venha, meu corpo pede pelo suprimento da carência que há um tempo me assola. Venha de onde estiver e como estiver, não me importo, mas por favor, venha. Venha e só se entregue. Fique.
   Se entregue à tentação sem pensar. Obtenha alguns (na verdade, muitos) bons momentos de prazer por tempo indeterminado e deixe-o dizer o que acontecerá conosco.
   Sem pressa. Tudo no seu tempo. Calma. Espero que o que aconteça seja bom, para nós dois, que dure, que seja doce, tal qual o sabor da vida boa.
   Mas, independente do que aconteça, não quero que esse nosso vínculo se perca, que o que ele traz seja fincado como algo bom e que continuemos com a parte bonita, que de tão linda nos faz tão bem.



@annamoud

segunda-feira, 11 de março de 2013

Separação

   - Então... A partir de agora é assim? - perguntou em baixo tom, parecia estar com o coração apertadinho.
   - Não sei se é permanente, mas por enquanto será assim - a voz soava forte e firme como sempre. Era impossível saber se ele sentia o mesmo pesar que ela.
   Fixaram o olhar um no outro. Aquele silêncio mortal que devoravao tempo tal qual um leão macho atacando uma presa após uns dias sem alimentar-se.
   Ela aproximou-se paulatinamente e ele não recuava, parecia desafiá-la.
   - Vamos, mesmo, nos separar assim? - mirava-o no mais fundo que podia, como se aquilo fosse funcionar de algum modo.
   - Não estamos nos separando, somente não nos aproximaremos mais como antes. - agora ele transparecia um certo recuo, ainda que estivesse distante itneriormente.
   Em um momento de vinte segundos de coragem insana, os lábios pequenos da morena agarraram-se a uma luz no fim do túnel e beijaram os lábios dele.
   O beijo era de urgência, de carência, de pedido para que ele não se esvaisse. Ao menos não assim. Colocou a mão direita na nuca, acariciando-a levemente enquanto a outra seguia o caminho da cintura dele, que aos poucos cedia.
   Uau! O encarar parece ter funcionado. Ou o beijo funcionou. Pelo menos quando o ósculo foi finalmente dado, ele soube que precisava ficar. Ou bem, ou mal, ali era o seu lugar.




@annamoud

sexta-feira, 8 de março de 2013

Procura-se amor. Tipo: o seu

   Se teus olhos encontram os meus, falta pouco sírem faíscas de contradição e orgulho dos gênios e se batem e se dão tão bem. Ora, pois, desenvolvemos uma relação engraçada e um tanto quanto curiosa a partir deste fato.
   Veja bem, é tão absurdamente contraditório nos vermos todos os dias e nos ignorarmos friamente. É tão contraditório você, vez por outra dar as caras, sumir de novo e depois de um tempo aparecer com lembranças no pescoço...
   É engaçado, não é? O melhor de tudo são as promessas que nunca se cumprem. Ao menos não comigo. Parece um jogo fatal em que o prêmio pe um belo coração.
   Repare que eu não disse frágil. Analise que meu coração não se entrega facilmente, mesmo que ele seja fracote e adore uma brincadeira que o deixe totalmente curioso. Não, ele não acredita em muita coisa que lhe é dita.
   Todavia, ele quer encontrar esse ''amor'' que oferece distrações, que oferece perigo, enjoo, salvação, realidde e sobretudo sensações e sentimentos. Mesmo que seja raiva, mesmo que seja ansiedade, mesmo que seja o que for, ele quer isso.
   O miocárdio sabe que não é só você que pode dar-lhe este simples regalo. Existem bilhões de pessoas no mundo e qualquer uma é capaz de oferecer aquilo que é pedido. No entanto, você é a opção mais próxima, mais fácil e menos acessível. Perfeito.
   Acho que isso não é amor, mas podemos falar assim que todos irão entender sobre o que quero falar. Então, ainda que nosso orgulho grite mais alto que nós, o coração precisa de um doador de amor. Procura-se ''amor'', tipo: o seu.




@annamoud

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Preparação

   De vez em quando  é bom desabafar com o papel. Ele é um bom ouvinte, reforça minnha fala e cumpre muito bem o seu cargo, só ouve, não diz uma frase se quer e entende cada palavra que lhe é colocada.
   A morena adorava quedar-se horas a fio sozinha, encarando o almaço cuidadosamente centrado na escrivaninha e ao lado das inúmeras canetas e artigos de papelaria. Era um prazer indescritível fazer aquele ritual.
   Não era sempre que os pensamentos fluíam facilmente e então era necessário pensar na vida. Pensava em tudo o que lhe acontecia, em tudo o que fazia, em tudo que amava, em todos que amava, em todos aqueles que iam e vinham na sua história e até mesmo naqueles que permaneciam.
   Então, ela reparava que, ainda que adorasse escrever e odiasse falar para se confortar, nada se comparava ao melhor abraço que não recebia há tempos. Os braços grandes e envolventes que a cercavam cuidadosa e delicadamente. Braços que abraçavam-na forte e fundo, para compreendê-la mais e melhor.
   Daí ela percebia o encadeamento e elo comportamental que se seguia e causava tanta falta agora. Primeiro era o abraço, depois o olhar malicioso e doce, meio bobo até, seguido do tapa na testa e o sorriso fácil. Depois se separavam e se ignoravam, como se não houvesse conhecimento um do outro.
   A saudade disso tudo era grande, ams o orgulho dela e o alto grau de safadeza da outra pessoa conseguiam ser maiores. Um magoava o outro, sem chance de revanche.
   Tudo bem, tudo bem. Ela sabe que é uma questão de tempo para que tudo comece novamente. Enquanto isso, ela já prepara o coração e continua a viver e a usar seus papeis para a vida




@annamoud

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Compatibilidade

   Os olhos que te encaram pedindo um beijo possuem a capacidade de despir tua malícia e encontrar toda a sensualidade envolvid nos jogos de azer e prazer e lançá-la sobre ti sem o menor pudor.
   Tu adoras quando ela olha. Tu gosta de todas as vezes em que ela te provoca e logo depois recua porque, ainda que ela goste desse mundo, insiste em deixar a timidez falar mais alto.
   Ela também gosta de olhar e provocar. É divertido, é perigoso, é malicioso, é envolvente, é sedutor, é gostoso, é comunicativo. E é uma comunicação não verbal, mas que ambos conseguem decodificar com facilidade.
   Parece tão bonito quando ambos se entregam à sedução, ainda que nenhum dos dois deixe aflorar um sentimento bonito e gostoso e maior que eles. No entanto, é de certo modo curioso como ambos não se importam com este detalhe.
   Cada um olha. Cada um tem vontade. Cada um tem desejo. O desejo é gande, mas talvez o coração de um esteja meio ansioso e com certa dose de medo. Talvez um coração possa estar desviado do foco, porém o segundo espera, pacientemente, ele sabe que tudo tem sua hora.
   Deste modo, o tempo vai passando. Ela sabe que no tempo certo ele acaba chegando ao destinho em que ela já está quase totalmente inserida e a compatibilidade sedutiva ocorrerá, deliciosamente saborosa. É tudo questão de seduzir e esperar.





@annamoud

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Reencontros.


A folha extremamente branca, vazia, brilhava diante dela; como em gritos silenciosos de que precisava ser preenchida. Por que, afinal de contas, ninguém vive se tem o coração vazio.
Suspirou vagarosamente, pensando sobre o que poderia escrever. Amizade. Amores. Família. Momentos. Mas nada parecia adequado, no entanto. Se ela escrevia para que pudesse se aliviar quando está quase transbordando, ou para se encher de algo quando se sente muito oca, nada parecia bom o suficiente para fazê-la se sentir melhor.
Colocou-se a mirar a janela á sua frente. O sol se punha, colorindo o céu de um alaranjado-amarelado vivido. Suspirou mais uma vez, percebendo que havia feito alguns rabiscos na folha, sem nem ao menos ter percebido.
Nunca soube desenhar muito bem. Seus traços eram sempre trêmulos e tortos, quase sem forma. Contudo, ela entendeu através daquele desenho desajeitado sobre o que ela realmente queria escrever.
Sobre saudade. Saudade era a única coisa que lhe transformava em um verdadeiro ser humano, naquele momento. Já que, de alguma forma, os outros sentimentos estavam bloqueados dentro de alguma parte dela.
Saudade da sua infância; a mais doce de suas fases. Saudade das pessoas; mesmo aquelas que por livre e espontânea vontade haviam se afastado. Saudades das amizades da sua adolescência; amigos esses que agora trilhavam caminhos diferentes, distantes dela. Saudades de quando possuía controle sobre si; entendendo o que sentia e sabendo exatamente como agir diante à tudo. Saudade, simplesmente saudade.
Quando deu por si, lá estava a página preenchida em uma letra torta e pequena. Sorriu, um tanto quanto aliviada. Levou os olhos à folha, relendo o que escrevera.
E nas entrelinhas, ela pôde ler sorrisos, lágrimas, amor, felicidade, mágoas, sonhos. Todos aqueles sentimentos que ela pensava não sentir mais. A saudade, de alguma forma, a havia guiado novamente de encontro a ela mesma.
Mirou o céu antes de dobrar a folha em quatro partes e depositá-las junto às outras folhas amareladas. A lua subia pelo céu quase imperceptível. Sorriu novamente, desejando que aquela pequena bola brilhante não demorasse a encontrar o seu lugar ao céu; Assim como ela havia reencontrado o seu.

@Geysedmes 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Interesses

   Aconteve que ser sua não é fácil, é necessário muito jogo de cintura para conseguir acompanhar seu rebolado. Mas, é até divertido essa mudança de ritmo que a sua banda estabelece.
   Sim, gosto de desafios, do complicado, do errado... Talvez seja esse o motivo de tanto apego, de tanto encontro, de tanta intensidade gostosa em tudo o que se faz. Somos errados e isso torna a situação mais interessante.
   Tudo pode e deve ser mais interessante, não é mesmo? Pois bem, está tudo certo então. Pelo menos quase todas as coisas estão corretas, no lugar em que deveriam estar.
   Quer saber o que está faltando? Neste exato momento, dois corpos deveriam estar bem próximos, mais perto que o normal, com dua peças principais em movimento rítmico, alternando da leve doçura do lamber das línguas à loucura pela busca do bem-estar.
   Entretanto, quero deixar de lado os sentimentos impostos pela Disney e seus malditos contos de fadas fajutas. É, além de gostar do seu ritmo, gosto de ser insensível também, dá um paladar a mais.
   Portanto, tendo em vista toda essa situação, gostaria de fazer-lhe uma proposta: vamos, da melhor e mais interessante maneira que houver, arrepiar a alma, redescobrindo o gosto e o sabor da festa da vida?







@annamoud