segunda-feira, 9 de maio de 2011

Doce vingança

   Lancei-lhe um olhar frio e calculista, realmente o queria matar aos poucos, dolorosa e vagarosamente pois ele havia me matado da mesma maneira. Ah, como seria lindo matá-lo.
   Dessa vez eu não fraquejaria, seria firme em meu assassinato e iria até o fim em minha decisão. Por mais que doesse e machucasse, era necessário para mim que ele estivesse morto.
   Comecei o plano de uma maneira prazerosa, como nossa "rotina": os toques doces e delicados, as mordidas leves e os beijos fervorosos. Memórias que eu levarei comigo para o túmulo.
   Logo após ele adormeceu, pois estava cansado. Parecia um lindo anjo em meu colo. Ele apresentou-se tão...tão... tão frágil apesar dos músculos à mostra. Quase deixei-me levar, quase não o matei novamente, contudo, resisti à sua irresistível beleza...
   Deixei-o no meio da noite, na mesma hora que ele havia me deixado quando assassinou-me. E quando ele acordou, deparou-se com o desespero de minha ausência, porém com a lembrança deixada em forma de um sutiã rosa e rendas pretas.
   Um leve sorriso pousou em minha face quando recebi sua ligação às 2:47 da madrugada. Não atendi, ignorei-o da pior e mais gélida maneira que pude. Doce vingança! Matá-lo de dor, angústia e desespero não tinha preço, eu sentia um êxtase imenso quando recordava-me de como o matei.
   Agora sim eu estava bem, destruí-lo me fez melhor, aniquilar seu coração "frágil" me foi deliciosamente perfeito.
   Então, acabamos assim, separados, frios, como dois estranhos um para o outro, e com um ponto interessante em comum: ambos com os corações mortos um pelo outro, devido ao sentimento que eles tinham dentro dos mesmos miocárdios. 

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