quinta-feira, 26 de maio de 2011

Agora, é tarde demais

   Ele sussurava baixinho no ouvido dela:
   - Relaxe - Enquanto isso, suas mãos percorriam um caminho sem rumo pelo corpo dela. A vontade de despi-la era enorme, contudo ela estava receosa. Ele não parava de beijá-la e ela não queria aquela mão lhe tocando.
   - Não - O modo excessivamente ríspido como ela havia falado, o fez parar. Até ali ela levava tranquilamente a situação e jamais fora tão grosseira como agora.
   - Por quê?- Ele, ainda parado , perguntou a ela e não havia tirado a mão de sua coxa. Assustou-se com o modo de falar da garota.
   - Não entende que não quero fazer isso? É tão retardado assim que não  percebe? - ao pronunciar-se, ela tirou a mão dele de onde estava, jogou-a na cama com tamanha força que ele deu um grito de dor.
   - Acalme-se, minha linda. - Ele utilizou os mesmos dedos jogados para fazer um caarinho na cintura. - Eu lhe disse que quando nos víssemos novamente, acabaríamos fazendo. Sem medos, ok? - ela retirou a mão da cintura no mais rápido reflexo.
   - Esqueça. Não quero e não faço. Agora, tenho plena certeza disso.
   - Você disse que queria... - Ele era desafiador, ela odiava isso.
   - Já pensou na possibilidade de você mesmo me fazer desistir? - a cada palava ela afastava seu corpo do dele, parecia ter pavor - Como já lhe disse uma vez, você quer diversão com isso, e eu não.
   - Por favor! Deixa de disso, pelo amor de Deus, que drama! Essa história de "momento especial" não existe, só existe primeira vez boa ou ruim, e lhe garanti que a sua será boa, não foi? Portanto... - ele estava levemente alterado agora, mais indignado, na verdade.
   - Bom, isso a sua pessoa está dizendo. Para mim, existe sim um momento especial. Então, não quero que você me use e depois "jogue fora" como as outras, não quero ser mais uma. Basta, já aguentei muito. Gosto muito de você, sabe disso, mas gosto muito mais de mim.  - Ela saiu, muito magoada e bastante machucada, mas saiu, era melhor pra ela.
   Ele nem ao menos se deu o trabalho de tentar ir atrás dela e forçar ou conversar mais, ele sabia que ela estava certa. Não sentiu-se culpado, ele era orgulhos demais pra isso. Ele só a esqueceu, machucou-a em excesso, entretanto não correu atrás.
   Tempos depois ele voltou a olhá-la, quando ela passou por ele na rua. Ela havia superado tudo de tal forma que ele se arrependeu de não ter tentando nada e não tê-la tomado para si, somente para si, para que ela fosse sua protegida. Contudo, agora, já era tarde demais, ela estava muito melhor sem ele.

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