terça-feira, 14 de junho de 2011

Carioquinha

   O sonho aquela noite havia sido bom, assim como vinha sendo nos últimos tempos. Nunca se repetiam os fatos, contudo o homem envolvido naquele contexto era sempre o mesmo, charmoso com as roupas destinadas ao verão clássico.
   Encontravam-se todos os dias no Café-Society mais caro da cidade. Tomavam o tradicional capuccino, iam para o hotel na beira do mar, apreciavam a paisagem e iam embora, algo bem "bossa nova moderna", algo que ela gostava, mesmo sendo irreal.
   Após a estadia momentânea no Id humano, a jovem levantou-se, foi trabalhar no Jornal, retornou para casa, parando no mesmo café que via ao dormir.
   Não existia ninguém além dos funcionários no local. Ela entrou bem vestida com o tubinho estruturado azul marinho na altura do meio das coxas, com um fino cinto vermelho marcando ainda mais a cintura modeladae scarpins nude. Os cabelos eram soltos, com cachos largos caindo sobre os ombros, os olhos de ressaca percorriam o movimento do zíper da bolsa vermelha.
   Tirou a carteira marrom, pegou o dinheiro, pagou o velho e costumeiro capuccino. Pegou-o e sentou-se na cadeira elegante cadeira frente à mesa, perto da janela. Enrolou um pouco para ingerir a bebida, parecia ter dó de tomá-la ou então sujar a xícara branca com o batom cor de vinho.
   Ditraiu-se com uns poucos indivíduos que passavam na rua naquele momento e não percebeu o cliente que adentrava o local. Ele também pediu uma bebida deliciosa e quente e sentou de frente para a moça. Ela o encarou, reconhecendo aquele olhar sedutor, forte e verde. Ele pronunciou-se coma voz grave que saía da boca desenhada:
   - Nosso hotel está a nossa espera, o mar também. Ou será que somente os nossos lindos sonhos nos satisfazem?

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