Anjos

POST PARA A MINHA BISCATE MAIS LINDA: GEYSE LORRAINE.

   - Posso ir desta vez, Senhor? - a pequena de cinco anos, pele morena rosadinha e cabelos castanhos claros O olha, implorando.
   - Não, meu bem. Você ficará esta vez. Serás um anjo, ao meu lado - Deus era carinhoso, passava as doces mãos nos cabelos lisos e curtos dela.
   - Um anjo?! - ela adorou a ideia. Nunca havia sido um anjo de alguém antes. - De quem serei anjo, Senhor? - os olhos escurecidosbrihavam de desejo.
   - Dela - então uma imagem aparece na nuvem onde estavam: uma menina moreninha, cabelos ondulados e olhos escuros brincava em casa. Estava rodeada de bonecas, beirava os cinco anos também.
   - Ela não tem a minha idade, Senhor? - franziu o cenho.
   - Sim - Ele responde com ternura.
   - Mas não somos anjos de pessoas mais novas que nós?
   - Neste caso não, meu anjinho. - Deus ri um pouquinho - Quero que sejas amiga dela.
   - Ela vai poder me ver?
   - Não.
   - Então, como serei anjo? Como serei sua amiga se ela não poderá me ver?
   - Eles não precisam de nos ver para que nos amem. O coração está em todas as partes, em todos os lugares, independente se vemos ou não. Ela saberá que tem um anjo, Eu contarei a ela. E ela lhe amará mesmo sem vê-la.
   A criança ao lado de Deus jamais esivera tão feliz: seria amada por alguém além dEle e cuidaria de alguém. Tratou logo de fazer sua função.
   Não demorou muito para que a anjinha tivesse um carinho enorma pela amiga da Terra. Todos os dias a visitava,, "brincava" com a garotinha... Até que um dia, sentiu a maior dor que poderia: da perda. A garota morrera em um acidente de carro.
   - Por que me tiraste a única amig que eu possuía? - agora, os frágeis olhinhos jorravam água e a pequenina abraçou Deus, inconformada mas, buscando conforto.
   - Tenho que lhe apresentar alguém, meu bem. - Ele a abraçava calmamente, dando o aconchego que ela buscava.
   - Eu quero minha amiga, Senhor! Não quero ser anjinho de mais ninguém - fez um bico enorme de choro, contudo não estava agressiva.
   Então, uma criança frágil e delicada sai de trás de Deus. Olhou timidamente o que estava diante dela. Era curiosa, todavia não se pronunciou de imediato.
   - Esta era minha anjinha na Terra? - a moreninha olhou para cima, puxando de leve as vestes de seu Pai.
   - Sim, meu bem. Esta era sua anjinha. Por isso trouxe você para cá, para ela, para que pudessem enfim se conhecer. Um amor puro, uma amizad pura assim, tinha de ser conservada.
   Os olhos da anja voltaram a brilhar como nunca, a sua amiga estava lá, ela não poderia querer mais nada.
   - Tenho uma missão para vocês - Deus falou mais tarde.
   - O quê? - ambas falaram juntas, e riram depois.
   - Vocês serão dois anjinhos, de deuas pessoas.
   - Na Terra?
   - Não, aqui mesmo. Venham - foram andando várias nuvens e acharam duas outras pequeninas.
   As quatro foram anjos umas das outras. Um amor puro, uma amizade pura, e para sempre.