quinta-feira, 23 de junho de 2011

Don't believe

   - Por que me machuca tanto? - seus olhos lutavam para reter as inúmeras lágrimas contidas ali.
   - Eu nuca lhe machucaria - ele não a mirava diretamente. Olhava-a, contudo não era nos globos oculares.
   - Todas as vezes que mentiu, iludiu e ignorou, doeram muito mais que qualquer machucado que tive... - agora ela se esquivava dele, vira-se de costas e permanece parada.
   - Lhe digo a verdade sempre, basta você acreditar nela. Jamais lhe iludiria, por quais motivos o faria? Eu nunca lhe ignorei, todas as vezes que estive aqui, que você falou comigo, respondi. - tampouco se importou de verdade, dizia somente por dizer.
   - Será por que não acredito em você? - a voz falha ao sair, a pronúncia denunciava o embargo vindo de dentro.
   - Porque é boba, sabe que falo a verdade para você. - tentou fazer um carinho na bochecha levemente pálida. Ela retirou a mão dele de modo gentil.
   - Não, não fala. Por favor, seja sincero, diga a verdade ao menos uma vez na vida.
   - Então... - ele se embaralhou um pouco - quer a verdade? Sinceridade? - mira-a desafiadoramente.
   - Quero - disse séria, quase grosseira.
   - Eu te amo, gosto de você. Escondi  por muito tempo, sei disfarçar bem, e você sempre cai na pegadinha - ri de leve - Satisfeita? - o tempo inteiro olhou-a nos olhos, desde que começou a falar, não desviou-se um minuto sequer. - Não vai falar nada? - franziu o cenho, ela não fez nada.
   De repente ela vira-se de costas novamente, não diz nada, não faz nada. Olhou-o a última veze saiu. Para sempre.

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