sábado, 18 de junho de 2011

Cinco estágios


Ela estava concentrada no livro de biologia, afinal ela necessitaria daquela matéria no curso de medicina. A aula fluía bem até que a diretora chega.
                - Luna? - ela vira o olhar para a porta verde. Aliás, todos miram esta direção.
                - Pois não? - ela levanta-se um tanto receosa.
                - Há alguém que quer falar com você. Posso deixar entrar? Vai gostar, garanto - a diretora era carinhosa e calma ao falar.
                Vestida de curiosidade, assentiu que sim. Foi aí que Marcos entrou, com uma única rosa vermelha, porém não mais vermelha que suas bochechas naquele momento. Uma sala de aula de sessenta alunos parou para olhar o que ocorreria a seguir.
                - Luna, venha à frente, por favor. – ele disse quase sussurrando.  Ela, que já estava posta de pé, foi. Seu corpo começou a tremer dos pés à cabeça, entretanto não saía uma palavra de sua boca. Ele a mirava nos olhos, e começou a falar quando tirou uma fita vermelha com cinco nós do bolso.
                - Uma pessoa precisa de cinco passos para conquistar alguém. – ao falar, amarrou uma ponta da fita no dedo indicador da mão direita dela. Ajoelhou-se, tirou um anel prata do bolso raso da calça jeans e colocou entre o primeiro e o segundo nó. – O primeiro: ao invés dele reparar somente no corpo perfeito de uma bailarina – ela sorriu de canto, corou-se – ele passa a olhar o quão lindo o sorriso dela é quando ela dança e quando ela ri com os amigos.
                Ela sorriu novamente, estava totalmente tímida frente a todos, pois sabia onde isso terminaria. Sussurrou de leve:
                - Segundo¿ - ele sorriu um belo sorriso largo.
                - Segundo: ele passa a olhá-la com mais carinho e atenção, presta atenção em cada detalhezinho bobo, mas importante, como a maneira que os belos cachos castanhos caem sobre os ombros levemente projetados para frente e em como ela sorri raivosa, detestando quando a franja cai nos olhos.
                A essa altura, todos estavam surpresos ao extremo. Os olhos castanhos dela o fitavam com fervor, com desejo, com timidez, com...  Amor. E a cada estágio, ele avançava um nó na fita.
                - Terceiro: Ele passa a falar só com ela, querer estar só com ela, tentar saber se ela o ama da mesma maneira e intensidade que ele. Quarto: ele a beija, claro, se ela lhe permitir. Caso isso ocorra, ele o faz de uma maneira inesquecível, tanto para ela, quanto para ele. Em especial para ele, pois cada detalhe dos lábios finos e desenhados e do bom hálito, ele faz questão em lembrar-se todos os dias antes de dormir e o acordar, só para ter um motivo para sorrir e sonhar.
                A diretora sorriu, sabia que estava cooperando para uma linda história de amor. E foi a própria mulher elegante na saia de cintura alta cinza com a blusa branca que perguntou qual era o quinto estágio.
                - O quinto, é o mais lindo e perfeito. No quinto, ele tem que tomar o coração dela para ele, e dar o dele em troca, se não jamais haverá amor. E quando se ama de verdade, não há receios em declarar-se e afirmar que sente algo por alguém pouco interessante. Mas se ele conseguir alcançar o profundo coração da mulher amada, ele estará pronto para amá-la da maneira mais pura existente.
                Ela não soube como, todavia ele tirou uma rosa vermelha com a mão esquerda, a direita segurava a fitinha com a aliança entre o quinto nó e o dedo dela.
                - Quer namorar comigo? - ele diz por fim. Ela começou a derramar lágrimas de amor.
                - Não. – espanto geral. Ele decepcionou-se. – Posso fazer-lhe uma pergunta?
                - Claro – a voz saiu embargada.
                - Já que você alcançou o mais profundo de meu coração, quer ficar comigo para sempre, seja lá quanto tempo isso for?
                Ele levantou-se, abraçou-a pela cintura. Beijou-a, estavam felizes, para sempre.

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