Suas palavras já não eram mais as mesmas, seus olhares, também não. Antes, olhavam-na de igual para igual, não com amor ou paixão, mas com respeito. Agora era apenas um homem sedento de prazer, revelando-se um verdadeiro cafajeste.
Ela não gostava disso, do que ele havia se tornado, seu interior pedia pelo velho, pelo antigo interior masculino carinhoso, de certa forma levemente romântico que possuia.
- O que foi? Está calada, seca, me tratando mal...Fiz algo? - não se importava de verdade, só sabia que se ela não estivesse bem, não transaria com ele.
- Fez - respondeu o mais seca e grosseira que pode. Não o mirava, focava-se no horizonte, na bela paisagem emoldurada pela janela do quarto dos fundos.
- O quê? - o indivíduo fez uma expressão triste, porém não estava, fingia bem.
- Mudou - falava o menos possível - Ou pelo menos mostrou quem é de verdade.
- Não entendi - ela sabia deixá-lo confuso.
- Antes você era "bom", mais calmo, menos sedento de sexo, menos...
- Menos...?
- Menos cafajeste - soltou, aliviou-se.
- Então sou cafajeste? - ele riu, indignado e nervoso.
- Sim, você só quer fazer isso comigo para que sempre que quiser, eu "lhe sirva". Desculpe, não serei sua garota de programa perticular e gratuita - os olhos da mulher encheram-se de lágrimas, entretanto reteu-as, não se daria ao luxo.
- Jamais faria isso com você...
- Já está fazendo - ela o interrompeu. Estava embravecida.
- Não estou e nem vou fazer. Te adoro muito, não machuco nem magoo as pessoas que gosto - a pequena esforçava-se para acreditar, impossível.
- Conclui-se então que não gostas de mim - virou-se e foi embora, se ficasse ali, não sabia o que ele poderia fazer com ela e só machucaria física e mentalmente.
- Volta! - gritou ao vê-la longe. Não obteve sucesso. Não voltou a fazer isso com mais ninguém. Precisou perdê-la para saber a preciosidade dela em sua vida.
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