quinta-feira, 7 de julho de 2011

Promessas.

As lágrimas escorriam lentamente pelas bochechas levemente rosadas, e os soluços freqüentes faziam com que o pequeno corpo tremesse, e por segundos, ela chegou a pensar que suas pernas não mais poderiam sustentá-la.

- Você havia dito que não me deixaria. Caramba! Você havia prometido!
- Você, melhor do que ninguém, sabe que o nosso relacionamento não é mais como antes. Veja só o que nos tornamos: Dois estranhos.
- Mas nós ainda nos amamos... – Ela dissera, em um sussurro.
- Mas, nem sempre o amor é o suficiente. – Enquanto ele dizia, ela o mirava diretamente nos olhos; ele queria que ela sentisse a sinceridade em cada uma das palavras que saía de sua boca. – Eu te amo. Te amo de uma forma que você não é capaz de imaginar e sequer, entender. No entanto, nós não estamos felizes; não da forma que fomos um dia. E o que eu quero guardar da gente, são os momentos felizes e mágicos que passamos juntos. As noites de amor, os dias no parque... – A esta altura, ele também já tinha os olhos mareados. – As vezes, a gente tem que ir embora... Por que, por mais que doa, você sabe que aquilo é o melhor a ser feito. Tanto pra você, quanto para a outra pessoa. – Os olhos dela estavam hipnotizados pelos dele, e ela prestava atenção em cada palavrinha que ele dizia, e isso, de certa forma, a acalmara. – Eu te amo, te amo demais. E fazer isto está doendo. É quase como sentir uma espada lhe cravando o peito de uma forma lenta e dolorosa. – Pausa. – Mas acredite: Um dia você será capaz de entender o que me leva a fazer isso, e você verá que foi o melhor a ser feito.
- Por favor... – Ela dizia, em uma súplica para que ele não fizesse aquilo.
- Só não se esqueça que eu te amo, e que nada será capaz de mudar isso. Me desculpe mesmo, se isso não for a coisa certa a se fazer, mas eu só não quero me machucar, machucar você... – Ele lhe regalou um breve sorriso, enquanto ia até ela. O contato de olhares continuava intenso. – Eu amo você. – Ele repetia pela enésima vez; Ele não permitiria, jamais, que ela interpretasse mal as coisas. – Só me prometa uma coisa? – Ela ficara calada, e ele apenas sorrira de lado, prosseguindo no que dizia. – Me prometa que vai se cuidar... Que não vai beber demais nas comemorações de família; que não irá dormir sem agasalho nas noites de inverno; que não irá se entupir de chocolate enquanto vê um filme romântico na tevê, e chora, quando estiver de TPM... – Eles riram brevemente da observação dele. – Prometa-me que será feliz. – Ele disse, por fim.
- Eu prometo. – ela disse, antes de envolvê-lo em um abraço quase urgente. – Mas... Só se você me prometer uma coisa... – Ela desvencilhou do abraço, voltando a mirá-lo. – Prometa-me que não se esquecerá de tudo o que vivemos, o quanto fomos felizes, de tudo o que conseguimos juntos. Do amor que um dia compartilhamos. – E, mais uma vez, o choro tomava conta dela.
- Eu prometo. – Ele disse, em um fio de voz. O choro agora, se fazia mais forte dentro dele. – Se cuida. – Ele disse, antes de beijá-la a testa e logo depois, se afastar dela. – Eu amo você. – Ele repetira, quase em uma leitura labial, depois de mirá-la pela ultima vez e segundos depois, sair porta afora, para nunca mais voltar.

@geysedmes

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