quarta-feira, 27 de julho de 2011

Hey, espere!

   Meus olhos forçavam a vista naquela escuridão. A noite estava quente, úmida e a praia , àquela hora, estava divinamente perfeita. Meu vestido longo de algodão branco com flores coloridas (algo bem hippie) estava indo e vindo com o vento até que eu encontro uma pedra enorme, metade dentro da água e metade na areia. Sentei e pus-me a observar o mar.
   Ah! Como eu amava aquela brisa refrescante encontrando minha pele. Aquele ar salgado fazia bem para minha alma e meus pés enterrados na areia molhada descarregavam todas as raivas, as mágoas... E até mesmo as lágrimas que por algum motivo incerto estariam presas em mim, ali elas se dissolviam.
    Talvez, por as lágrimas também conterem um sabor salgado semelhante ao marítimo, elas sentissem obrigação de se misturarem com o imenso ali. E de alguma forma estranha aquilo me confortava a mente, o corpo, o coração.
    Ia ficando cada vez mais tarde, mais e mais escuro e eu ali, parada, observando o quebrar das ondas, a espuma branca e branda na ponta do azul marinho...
    Então meu coração batia de modo abrupto, indicando que algo errado havia ali, eu estava desesperada, angustiada, com um turbilhão de pensamentos ao mesmo tempo dentro de mim. Ah, eu queria gritar, sair correndo e me atirar no mar sem volta. Gritei, mas meus pés se recusaram a fazer o caminho até o mar.
   Pensei bem, olhei a lua refletida na água escura, senti o vento, agora mais forte, arrepiar-me a epiderme de modo tal que meus pelos corpóreos eriçaram-se visivelmente. Desci um pouco de onde estava e fui para mais perto da água, na ponta da pedra. Ousei tocar a água com os pés descalços, o que me fez relaxar e ao mesmo tempo sentir um frio inimaginável.
   Como eu superaria tudo aquilo? Meu coração estava tão frágil que nem mesmo ele estava pronto para o que estaria por vir. Droga! O que eu faria agora? O dia estava começando a nascer - como eu odiava o modo com que o tempo passava rápido quando eu pensava na vida - e eu não queria voltar para o hotel. Resolvi amanhecer ali mesmo.
   Quando olhei o horizonte, ele estava róseo, lindo, diferente do velho pôr-do-sol alaranjado que eu acostumara a ver no interior, ali era diferente eu gostava. E foi ali pairando que eu percebi como eu resolveria tudo: daria tempo ao tempo, as situações dariam certo no final, mesmo ele sendo feliz ou não.
    Porque mesmo com a noite escura, o sol volta a brilhar no outro dia, é só questão de... Esperar.





@annamoud

2 comentários:

  1. Poxa obrigada Anna Laura,indentificação muito grando com o texto,
    ''Pessoas queridas são como as estrelas, não as vemos toda hora, mas sabemos que existem,que podemos contar com elas para qualquer situação seja ela feliz, triste,tensa..e que são especiais...''Sem palavras, vc sabe como me sinto agora... Obrigada texto lindo Beijos
    --> Thamires

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  2. aaah, por nada Thamires, sabe que estou aqui para tudo o que vc quiser e precisar ;**

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