Ela olhou para o céu, com a veleidade de que ao menos dessa vez tudo desse certo. Pegou o casaco marrom em cima da mesa e saiu porta a fora, deixando apenas um bilhete, tranquilizando a mãe, dizendo que a amava muito e que estaria bem.
Ainda eram oito da manhã, e estava muito frio, mesmo com o casaco. A pequena aguardou o ônibus no ponto de sempre e no curto intervalo de espera, pôs-se a pensar se daquele jeito agora daria certo. será?
O ônibus amarelo chegou, ela o encarou pesarosa, entrou e sentou no banco da janela. Colocou os fones de ouvido e começou a escutar e cantar baixinho "If today was your last day", do Nickelback, sua banda favorita.
Havia um caderno em sua mão. Um caderno de capa dura e vermelha. Nele, a garota escrevia tudo o que sentia, pensava, queria... Na verdade, há tempos ela não preenchia suas folhas brancas.
Resolveu dar uma espiada em sua última anotação, seu último texto que escrevera. Folheou o caderninho até mais ou menos a metade e lá estava mais um texto falando de seu sonho, e que ela o realizaria na primeira oportunidade.
Chegou à cidade imensa com aquilo na cabeça. A mochila azul marinho era grande e pesava um pouco em suas costas, contudo ela andou os dezessete quarteirões para chegar no destino que queria.
''Lindo!", pensou assim que parou frente a porta de entrada. Com a mão leve e curiosa, abriu-a bem devagarinho, desbravando e devorando cada detalhe, cada pedacinho do lugar. Por si mesma, moraria ali, sem questionar.
Todos a olhavam. Ela não falou com ninguém e foi direto ao elevador. entrou e apertou o botão do último andar. Cada vez que o número do visor que indicava o andar mudava ela ficava mais e mais ansiosa. Ela colocou todo o seu coração nisso.
Dessa vez ela revisou tudo, corrigiu tudo e acima disso, ela nunca almejara tanto um sonho como o fazia neste momento enquanto rumava corredor a dentro para a saleta do final dele.
Foi tão importante sua autoconfiança. Tudo o que poderia ser feito ela fez. Dera o máximo de si, toda sua alma, seu amor. E tudo valeu a pena quando, com um enorme, doce e gentil sorriso, ela recebera a notícia que deu certo, porque ela acreditou que seria capaz.
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ResponderExcluirObrigada! Amei o seu também... beijo
ResponderExcluir@annamoud