sábado, 13 de agosto de 2011

Too late

   ''De meus olhos caíam lágrimas de dor, de tristeza, de aflição, de súplica por ajuda. Cada dia que se passava, eu estava mais e mais arrependida de ter voltado. Cacetada! Er tão mais difícil ver-me presa e de mãos atadas. Eu não podia sair. Eu não podia chorar. Eu não podia.
   cada dia ao lado dela era um sofrimento adicionado em meu peito. Cada palavra pronunciada para qualquer coisa feria mais. Estava doendo tanto, e, sempre que doía, recordava-me de tudo, como num filme, as brigas, os farpões que nos eram jorrados de modo abrupto que não conseguia arrepender de prontidão. Jamais foram pedidos perdões. Tudo. E piorava a cada lembrança. 
   Meu ser não aguentava mais. Estava eu demasiadamente farta de tanta angústia que aquela casa, aquelas pessoas me traziam. Basta! Cheguei ao ponto de entregar-me por completo para o mundo do êxtase e do anestésico mental. Passei a viver no meu mundinho de dança inútil. 
   Consegui desistir de um jornalístico sonho, de um dançado sonho inútil. Puseram-me frente à facas afiadíssimas para que eu não mais suportasse viver. Parabéns! Vocês conseguiram. 
   Agora, não vou mais viver, obrigada. Adeus!''
   Esta fora a única carta deixada pela garota dias antes de suicidar-se. A bailarina de vinte e dois anos causou um reboliço na grande cidade de Nova York.
   Para sua surpresa, do céu ela pode ver seus familiares lamentando-se pela perda. Em especial sua mãe. Ela chorava até soltar soluços. A menina espantou-se. Logo a mãe, que destruía todos os seus verdadeiros sonhos e destruía quem ela era de verdade.
   Talvez, era esse o modo da mulher demonstrar amor e proteção para com a filha. Em vão. A garota rebelde jamais aceitaria tudo de bom grado. O sofrimento que a ''garotinha'' sentia era tão grande, tão profundo... A oportunidade que aquela mãe teve de amar a filha se fora, jamais haveria outra oportunidade.




@annamoud

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