terça-feira, 18 de outubro de 2011

Forgive

       ''Esqueça'', sussurrava uma voz inquietante em minha cabeça. Entretanto, era impossível simplesmente apagar as mágoas, fechar a ferida profunda marcada e estagnada em meu peito. Mas a voz sempre continuava: ''esqueça''.
       Confesso que não esqueci. Só... perdoei. Parece que quando se perdoa, a pessoa vai embora e leva com ela cada caquinho do coração que ela quebrou e deixa outro novinho e intacto no lugar para outrém adrentá-lo.
       Talvez o perdão seja a forma mais bonita de amor. Você sofre, você chora, você pensa, você questiona, você se isola, você se aproxima, você sente dor e no fim, bem no final, quando você já não tem mais míseras forças para lutar sozinho, você perdoa, porque você ama.
       Lindo, não é? Provavelmente, a voz não tivesse razão em me mandar esquecer, se a gente esquece, não perdoa, se não perdoa, não ama, se não ama, não era de verdade. E para mim, é, ou era - já não sei - de verdade.
       Contudo, só lhe peço um mínimo favor, um bem pequenino mesmo, não lhe cansará, não lhe tomará tempo: me ame também. Perdoe, não só a mim, como a todos que você ama. Por favor, faça isso por mim, por você, por nós e por todo o resto.
       ''Porque não há maior prova de amor, se não o perdão''.












@annamoud

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