sexta-feira, 4 de julho de 2014

Inspiração

O vento está usando o teu perfume. Não sei o que é verdade, até que ponto, quanto. Também não faço a mínima ideia se isso é proposital ou se eu que te quero guardar bem. O fato é: tu estás em mim.
Seja pelos beijos, seja pelos toques, seja pelo que for, a tua olência penetra, dilacera, chega a todos os lugares e depois se esvai. A mesma brisa que te traz, leva-te sem pesar, parecendo deliciar-se com tua partida.
Na vida, é necessário saber lidar com a expiração. Você tem de inspirar e aproveitar tal momento, pois é ai que você se conhece, entende-se, apaixona-se por si mesmo. Quando inspiro, é isso que tu provocas. Ah! Mas, quando sais, rasgando fundo, eu não sei reagir, nem lembro como te colocar dentro novamente. E aí? Como eu fico?
Em verdade, não quedo. E tu aparentas não te importares, sai, dá as costas e me deixas assim. Falta pouco para que eu te apunhale por trás, tal qual fazes comigo. É justo, oras! Quando inspiras, não e o meu cheiro, provavelmente, que descobres.
Todavia, a verdade é que não consigo. Reparaste a quantidade de 'nãos'' utilizada aqui? É, em certos pontos, tu me bloqueias e eu, com mais um não, permito que seja desse jeito.
Desejo, todos os dias, que eu seja o perfume que o teu vento queira usar. Que eu não precise apunhalar tuas lindas costas e que eu possa ser tua inspiração em todos os sentidos. Tenho lutado por isso, eu acho. Agora, responda: é possível?









@annamoud

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