terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Sem medo, com amor.


Não que ela tivesse motivos para reclamar da vida que tinha! Ela tinha uma família unida e acolhedora; seus amigos estavam ali sempre quando necessário; classe média alta, sempre que podia ou queria algo, ela tinha; seus pais nunca a privavam de sair e se divertir; já sabia, antes mesmo de terminar o ensino médio, qual profissão iria seguir. Tinha muito, mas não tinha tudo.
Faltava algo.
 Ela sempre fora tão tímida que podia contar nos dedos de uma das mãos seus “romances”. Era sempre a “vela” das amigas. O medo de se decepcionar também sempre havia sido como uma nuvem negra que pairava sobre ela.
Mas agora ela se sentia cansada. Eram sempre as mesmas coisas, as mesmas pessoas, os momos sentimentos. Queria algo novo. Algo diferente e totalmente encantador. Queria até mesmo se decepcionar. Por que não? Ser humano não cresce se não passa por isso, não é? Ela estava disposta. Ainda que soubesse que estaria se jogando em um abismo.
Mas se antes de se jogar ela pudesse sentir a brisa fria tocar seu rosto, ouvir as gaivotas atravessarem o céu em meio ao seu canto exótico, sentir o cheiro de maresia, escutar a melodia por trás do choque das ondas do mar contra a rocha, ela não sentiria medo. Sabia que de alguma forma, tudo havia valido a pana.
E também haveria a possibilidade de sobreviver àquilo, não? E então ela poderia ver através da água cristalina que debaixo àquela imensidão azul também havia vida. E ela poderia começar de novo; sentir novos sentimentos.
E talvez, agora, ela só pense que, no fim das contas, os problemas, os pensamentos, algumas pessoas, haviam sido os únicos motivos pelo quais ela ainda não havia ouvido as gaivotas, nem o barulho das ondas do mar e nem sentido o cheiro de maresia com tanta intensidade.
Mais um passo, um único passo, e ela estaria pronta para saltar.
Viver, aprender e ser. Simplesmente ser aquilo tudo o que lhe for possível. Sem medo, com amor.   

@Geysedmes

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