domingo, 17 de dezembro de 2017

“O que vai fazer amanhã?”

          Vai me ligar, dizendo que está com saudade do meu beijo, da minha companhia. Vai me falar pra te encontrar em dez minutos, mesmo sem me perguntar se tenho qualquer compromisso, porque de alguma forma, você sabe que é minha prioridade.
          Pretende aparecer na porta de casa, com a desculpa de ‘estava passando aqui perto’ e vai me convidar pra ir na sorveteria da esquina, mesmo que saiba que tenho encontro marcada com uma amiga dali a alguns minutos. Mas, bem... você sabe, eu colocaria esses momentos do seu lado como minha prioridade.
          Ou vai ignorar tudo o que sabe, fingir que nosso beijo não se encaixa como poucos nessa vida, acreditando que os arrepios não sejam acontecimentos grandiosos pra nós dois? Vai preferir sentir saudade e se calar, na tentativa de se afastar. Fingindo, de novo, que não sabe que mesmo agindo assim, seria minha prioridade?
         Infelizmente, por esses e outros motivos, também vou fingir que não sei de tudo isso; de que se me ligar hoje de madrugada eu não vou me render a sua voz, a saudade do seu toque. Vou esquecer por algum tempo, viver minha vida da melhor maneira possível. Tentar, quem sabe, me priorizar pelo menos pelo prazo suficiente até que você perceba que o seu lugar é ao meu lado.
          Mas, se isso não acontecer, já terei aprendido a viver sem você, a não sentir saudade e, talvez, até esse momento outra pessoa possa ter aparecido na minha porta em um domingo à noitinha, com um convite acompanhando de um beijo daqueles que dizem, por si só, que sentia saudades.

Geyse Ribeiro

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